Criança.

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A cidade amanheceu com uma temperatura fria, um pouco mais gélida do que o normal. O sol no céu ainda não tinha dado as caras, assim como o cantar de pássaros e alguns ruídos de caminhões que eram costumeiros de se aparecer logo por aquele tempo. O dia pareceu estranho, fora do normal para aquela estação de clima tão terno.

Por isso, Kim NamJoon também estranhou o fato de que em pleno sábado estivesse acordado às seis horas da manhã a fim de arrumar uma solução para um novo problema em sua casa. Segurando um papel pequeno em mãos, de pequenas letras que indicavam como usar um anti alérgico, ele suspirou fundo e rolou os olhos quando a bula do remédio foi tomada de seus dedos.

Olhando para frente e avistando o marido com uma expressão cansada, NamJoon viu que ele colocou um óculos de grau sob o nariz e rapidamente leu a bula, tirando o restante dos medicamentos de dentro de uma caixa e começando a separá-los.

— Você já conseguiu ficar doente em menos de uma semana?

Escutando a voz de SeokJin, que soou de forma estridente dentro de sua cabeça, Taehyung bufou alto e rolou os olhos. Ele tinha o único desejo de mandar tudo e todos tomarem no cu, mas se fizesse isso certamente morria de febre de quarenta e dois graus por não conseguir se cuidar sozinho.

— Sim, fiquei. Tem algo contra? — retrucou.

— Vai ficar acamado.

— Melhor do que trabalhar à força nesse fim de mundo — murmurou, sem paciência. — E pelo amor! Vocês podem cuidar de mim mais rápido!? Daqui a pouco, eu mofo aqui!

— Não seja tão dramático. — NamJoon revirou os olhos, arrumando o óculos redondo sobre o seu nariz.

— Não é você que está doente.

— Tudo bem, ele está certo! Vai logo, NamJoon, me ajuda com isso aqui — SeokJin mandou enquanto voltava a pegar as caixas de remédio, colocando-as em cima da escrivaninha ao lado da cama. — Você vai ter que tomar esse remédio de cinco em cinco horas. — avisou. — Começando agora.

— Qual gosto?

— O quê?

— Qual gosto isso aí tem?

— Não sei, nunca tomei.

Taehyung cerrou os olhos.

— Vai, toma. — SeokJin deu a colher para o acamado, que bebeu o medicamento com rapidez e logo fez uma careta pelo gosto amargo. — Vou chamar o Hoseok para ficar de olho em você.

— Aí, aquele idiota não.

— Que tal o Jungkook? Ele pode ser uma criança, mas é bem esperto — NamJoon opinou, ingênuo.

— Aquele pirralho? Ele me odeia, capaz de me matar logo de uma vez! Pode ser aquele ômega estranho mesmo. — Taehyung tomou a sua decisão, ficando de bruços sobre a cama e depois jogando uma manta simples em cima de seu corpo.

— Tudo bem. — Deu de ombros. Jin já havia se acostumado com os insultos daquele mauricinho. — Vamos, Nam.

— Sim... err... tchau. Melhoras — NamJoon desejou.

Revirando os olhos, Taehyung nem respondeu.

Ele queria muito ir embora.

Não que soubesse que alguém estava sentindo a sua falta, afinal, tinha a plena consciência de que ninguém estava ligando por ter viajado em direção ao fim do mundo.

Mas ainda assim queria muito ir embora.

— Porra de vida — reclamou antes de espirrar.

Os minutos passaram e tudo havia ficado no mais completo silêncio.

Ômega da cidade [FÍSICO].Onde as histórias ganham vida. Descobre agora