O silêncio tornou-se perturbador para Jungkook enquanto ele olhava para a parede. As suas mãos inquietas brincavam no colo e a sua respiração mal soava. Os seus olhos tristes lembravam da partida de seu pai e ele sentia um abandono se instalando no peito a cada momento que continuava sozinho.
Pensou em ir atrás de SeokJin, mas ele saiu de casa com a desculpa de que precisava fazer as compras da semana. E NamJoon estava trabalhando. Jungkook encolheu-se no sofá, sentindo as pálpebras molhadas.
Ficando em pé, os seus passos pesados contra o chão abafaram os soluços que escaparam de sua garganta. Os seus ombros acanhados pareciam pesados e ele andou com rapidez para o primeiro andar.
A tal ponto, o rosto dele estava inchado e o seu nariz escorria por causa do choro. Alcançando a maçaneta da porta, tentou abri-la e quando conseguiu não perdeu tempo em entrar no quarto. O menino não conseguia enxergar com clareza, perdido nos próximos pensamentos e na dor que tanto o machucava.
"Alfas não choram", Jungkook quis entender o que aquilo significava. No entanto, mal se importou no momento. Apenas queria que Hoseok voltasse, apenas queria o abraço dele e o seu carinho. As lágrimas eram como um pedido para que aquilo acontecesse.
Subindo na cama, Jungkook engatinhou com o choro entre os lábios. Aquele quarto parecia vazio e frio, por mais que o aquecedor estivesse ligado. Procurando por alguém, a sua atenção cintilou quando o encontrou debaixo das cobertas.
O cabelo loiro estava bagunçado e o rosto amassado contra o travesseiro indicava que há pouco tempo ainda dormia. Os olhos pintavam um tom de vermelho e a boca inchada não fazia barulho. Jungkook ficou confuso ao ver Taehyung daquela forma; nunca o tinha visto tão feio.
— TaeTae...? — o sussurro confuso escapou dos lábios de Jungkook. Mas, antes que pensasse em qualquer outra coisa, assustou-se ao ser segurado com força. Engasgou. — Tae, Taehyung! O quê...?
Jungkook não se lembrava da última vez que Taehyung o tinha abraçado. O gesto tão simples era desconhecido. Por isso, a confusão aumentou quando o outro o segurou como se precisasse daquilo. Não conseguiu reagir, ainda sentindo-se apertado contra os braços longos.
— Tae... — Com bastante calma, Jungkook permitiu-se ser abraçado. As suas mãos passaram suavemente pelo pescoço de outrem e o abraço tornou-se mais profundo. Jungkook descansou nos braços de Taehyung, não perguntando ou se importando do porquê daquilo estar acontecendo. — Tudo bem...
Taehyung não disse nenhuma palavra, mas o corpo dele tremia. Ele estava frio e pálido, com as pálpebras fechadas com força e a respiração ofegante. Jungkook não entendia o que estava acontecendo, mas sabia que Taehyung precisava de ajuda.
— Tudo bem, TaeTae... o Hobi vai voltar... ele não vai ficar longe por muito tempo... olha, eu também estou com saudades dele, mas...
Jungkook arregalou os olhos quando Taehyung começou a chorar. Taehyung nunca chorava, ele mesmo dizia: ômegas como ele não choravam. Parando de falar, apenas o abraçou pelo pescoço com mais força.
A camiseta de Jungkook estava ficando molhada e tudo no quarto parecia perturbador. A criança sentiu medo, mas não se afastou.
O Tae precisa de mim, ele pode não ser o mais legal, mas sempre me ajudou.
Carinhosamente, Jungkook tocou o cabelo de Taehyung e deixou que ele chorasse. Não se importou com isso, esperando que ele aos poucos se acalmasse. Não notou os minutos passando, nem a chuva parando fora da casa.
— Ei, Tae... tudo bem...? — Jungkook sussurrou, afastando o mais velho aos poucos. Segurou a bochecha dele com a mão pequena, sorrindo de forma suave. — Ei, tudo bem, você pode chorar mais se quiser...
BẠN ĐANG ĐỌC
Ômega da cidade [FÍSICO].
Fanfiction| LIVRO FÍSICO PELA EDITORA SINGULARITY. Em um mundo separado por classes, Taehyung odiava-se por estar na mais baixa. Quando foi mandado para longe de casa, pouco imaginou que seus pais o odiassem o suficiente para deixá-lo em um lugar qualquer afa...