O hospital estava silencioso e calmo naquela tarde. Os corredores brancos pareciam vazios e apenas uma baixa conversa entre os doutores podia ser escutada. O lugar frio continuava a abrigar vários pacientes em diversas salas desde que o dia começou, devido a uma enfermidade ou check up de rotina.
Assim, Hoseok apareceu naquele lugar logo pela manhã. A frequência que ia para lá era notável, sendo algo rotineiro para os médicos acostumados a vê-lo. Ele chegou no hospital após três dias fora, onde esteve descansando a maior parte do tempo. Procurou rapidamente notícias sobre Jimin ao passar pela recepção e logo recebeu um ótimo retorno.
As cirurgias de Jimin tinham sido finalizadas com sucesso. O garoto estava melhor, com a perna enfaixada e com um grosso gesso no pescoço. Ele sofreu graves sequelas do acidente, onde o carro acertou as suas costas e causou lesões em sua coluna. Todos os procedimentos foram realizados com urgência e cuidado, visto que o menino ainda era jovem demais e que qualquer erro ou demora poderia piorar ainda mais a sua situação.
Quando pôde entrar no quarto onde o seu filho ainda estava desacordado, Hoseok beijou as bochechas dele e chorou. Permaneceu chorando por um longo tempo, sozinho e quieto, ao tempo em que observava Jimin tão pálido e com a aparência desnutrida. Então, decidiu não se afastar até que ele acordasse — algo que os médicos avisaram que seria logo.
Hoseok não parou de olhar o relógio desde então.
Acordando lentamente de seu devaneio ao escutar um resmungo, piscou algumas vezes e parou de olhar para a parede. Os resmungos continuaram. Procurou em volta e olhou para Jimin, que continuava dormindo. Depois, olhou para o lado e viu Taehyung.
Taehyung não tinha saído do seu lado desde que chegou ao hospital. Ele passou o tempo todo em silêncio, com uma expressão calma e franzina. O rapaz parecia cansado. Hoseok notou que ele se mexia toda a hora na cadeira e que bocejava mais do que costumava fazer. Assim, com carinho, guiou a mão para a nuca dele e massageou a pele macia enquanto brincava com alguns fios de cabelo.
O abraço de Taehyung voltou a mente de Hoseok.
Era uma lembrança doce e quente.
— O que você pensa que está fazendo? — A voz de Taehyung acordou Hoseok, que outra vez estava se perdendo nos próprios pensamentos. Hoseok engoliu em seco, tentando ignorar com as suas bochechas começaram a queimar. — Hoseok, para de fazer isso. Me solta.
— Eu quero te ajudar — respondeu em uma voz baixa. — É desconfortável ficar aqui. Estamos nessa cadeira há mais de horas. Você pode dormir, se quiser. Eu te aviso caso alguma coisa aconteça.
— Não, eu não quero dormir. Me solta.
— Mesmo assim, Taehyung. Você precisa.
— Me solta, Hoseok. Eu não estou com sono.
Cansado, Hoseok suspirou fundo e se afastou de Taehyung. A sua mão lentamente voltou para o bolso da calça e os seus olhos outra vez se perderam na parede. Pensou por um momento que seria bom caso abraçasse Taehyung, mas sabia que ele não iria gostar disso. Taehyung o abraçou em um momento de euforia naquele dia, mas ele não gostava de abraços.
Pegando o celular, vasculhou até que achasse algum jogo nele. Jimin e Jungkook sempre jogavam e instalavam vários jogos no aparelho velho, então as opções eram variadas. Hoseok sorriu ao lembrar da imagem de Jimin e Jungkook juntos. Aquilo aqueceu o seu coração, tanto que não notou quando uma pequena lágrima escorreu em sua bochecha.
Entrando em um jogo, concentrou-se nele por um tempo até perder todas as vidas. A fase era difícil, afinal, estava no nível duzentos e dois. Jimin amava aquilo. Hoseok suspirou, decidindo assistir um anúncio para continuar. Assim, assistiu ao anúncio, a outro e a outro, até que finalmente se cansasse.
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Ômega da cidade [FÍSICO].
Fanfiction| LIVRO FÍSICO PELA EDITORA SINGULARITY. Em um mundo separado por classes, Taehyung odiava-se por estar na mais baixa. Quando foi mandado para longe de casa, pouco imaginou que seus pais o odiassem o suficiente para deixá-lo em um lugar qualquer afa...