A Verdade

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- Amor, eu não estou conseguindo compreender...você está me assustando desse jeito, não fale essas coisas - Tom sussurra para apenas eu o ouvir.

- Tom eu preciso te contar uma coisa muito séria - abraço mais forte seu corpo másculo, pois talvez após saber a verdade esse seja o nosso último abraço.

- Tudo bem, amor...vamos para o meu quarto? - pega gentilmente em minha mão, me conduzindo para o seu salão comum com o outro monitor-chefe oii e logo em seguida seu quarto.

Andamos lentamente em direção ao seu quarto, mas minha cabeça estava a mil, Tom vai me odiar, e isso era tudo o que eu não queria.

  Adentramos o cômodo e sento Tom em sua cama, quero dizer, ele sentou já que ele é bem mais alto do que eu e mais forte.

- Tom, meu amor... eu... eu não sou quem digo ser - começo incerta, Tom me encara sorrindo tranquilo como se já esperasse por tal coisa.

- Minha deusa...eu já sabia - ele fala me puxando pela cintura para ficar entre suas pernas.

- C-como assim, Tom? - pergunto confusa.

- Você é bonita demais, graciosa demais, inteligente demais, poderosa demais o seu toque trás mais tranquilidade que qualquer poção calmante do mundo bruxo ... você é perfeita, e eu não sou ingênuo, sei que você deve ser algum ser místico ou algo do gênero - ele abraça minha cintura, encostando sua cabeça em minha barriga, enquanto eu acaricio seus fios negros alinhados e sedosos - achei que pelo "minha deusa" você já tivesse entendido, amor.

- E-E você não está bravo comigo? - o questiono assustada, eu não esperava por isso.

- No primeiro momento eu fiquei muito bravo, muito bravo mesmo, mas agora...eu acho que se você me escolheu para ser o seu homem, é porque me ama e se eu te escolhi é porque eu te amo...mas o que você é? - levanta minha blusa e dá um singelo beijo em minha barriga, um carinho íntimo que ele ama fazer quando estamos sozinhos.

- Tom...eu sou a deusa Amare, a deusa do amor e dos sentimentos bons - me afasto dele e assumo minha face divina.

- Eu...eu não acreditava...que você realmente existia - me encara com devoção - você é linda, linda nas duas formas, a mulher mais linda que já vi e verei em toda minha vida - beija o dorso de minha mão com o nosso anel de compromisso.

- Obrigada meu Tom - volto para minha forma humana.

- É realmente algo muito contraditório a minha mulher ser uma deusa do amor e sentimentos bons, quando eu não sinto nada disso...a não ser por você - me senta em seu colo - eu me sinto... agraciado, por a Vida me dar algo tão único e incomparável, quando eu sei que não devo ser o favorito dela - sinto uma lágrima solitária percorrer meu rosto - mas o que te fez descer para Terra? Já li uma vez que vocês habitam um lugar entre mundos, apenas de vocês, que conseguem ver tudo de lá - me encara com uma confusão em sua face.

- Tom, eu vou te contar tudo...mas você tem que prometer que me deixará falar até o final - pego em suas mãos olhando em seus olhos.

- Tudo bem meu amor... me conte o que veio fazer junto dos seres mortais - me puxa novamente para sentar em seu colo.

- No ano 10, eu estava fazendo meu décimo sexto ano de vida - ele me encara questionador e fazendo em seu interior a conta de quantos anos eu tenho, muitos... - eu sou filha da senhora Vida, aquela mulher que estava comigo no corredor e sobrinha da senhora Morte, e no meu aniversário elas vieram me visitar, e me deram uma missão na Terra - respiro fundo e mexo em seu dedo com a nossa aliança - um menino, fruto de uma Amortentia, nasceria em 1926, e faria coisas terríveis causando um desequilíbrio na ordem natural da vida de milhares de pessoas que a minha mãe se esforçava tanto para ajudar a gerar - sua mão enlaça a minha, me dando aparentemente um sinal positivo para poder continuar minha narração - ele não poderia amar nenhum mortal, apenas, a mim, e elas me deram a missão de esperar até 1942, para ingressar no mesmo ano escolar que você e com você, para que eu tentasse mudar seus pensamentos...tentasse te fazer desistir de tudo, porque você me amaria...mas Tom, acontece...que eu comecei a te amar, te amar como você é de verdade, com seu jeito fechado, sombrio e único de ser. Eu te amei inconscientemente desde o momento em que olhei para você, eu sabia que você era o meu destino. Porém Tom...tudo tem um preço para os deuses - me levanto de seu colo e me ajoelho em sua frente, apoiando meus braços em suas coxas firmes - Eu não posso ir contra minha natureza, e a partir do momento em que me apaixonei por você...coisas vem acontecendo comigo - abaixo minha cabeça em um sinal de vergonha.

- O que...o que vem acontecendo com você... Dea? - levanta meu rosto com carinho para encara-lo.

- Eu estou tendo falhas...em minha magia, em meu poder divino, as vezes não consigo realizar feitiços simples e nem ajudar as pessoas como fazia antes...tive que dar um pouco da minha força vital para Walburga - sussurro para apenas ele ouvir, como se alguém pudesse ouvir meu segredo.

- Você não deveria ter feito isso, dar a força vital reduz a sua... - Tom me encara completamente nervoso.

- Eu sei meu amor, mas eu fiz e agora, bem eu...estou...morrendo aos poucos - falo com lágrimas escorrendo de meus olhos.

- NÃO...você não vai morrer...não vai, eu...eu deixo tudo Dea, deixo tudo, tudo, viro um auror, moramos em uma casinha pequena, mas você não vai me deixar...não pode me deixar - abraça meu corpo com força, como se eu pudesse fugir a qualquer momento.

- Tom, meu amor, não posso te deixar fazer isso, você seria infeliz, seu destino é fazer isso que está rumando a fazer no futuro, eu não quero que faça isso com você mesmo, e mesmo se fizesse não vai mudar nada meu amor - falo calma passando meu nariz pela sua bochecha macia e branca.

- Então você tem que me deixar, tem que me deixar minha deusa, não quero você comigo, não quero que eu te mate dessa forma...por favor me deixe amor - seus olhos com lágrimas contidas suplicavam para mim e suas mãos tremiam ao tentar tirar nossa aliança de seu dedo, tremiam assim como meu coração que se despadaçava ao faze-lo passar por isso...se eu pudesse nunca teria feito sentir essa dor, eu mudaria tudo...

- Você não está entendendo Tom, meu amado lorde - seguro seu rosto encostando nossos narizes assim como nossas lágrimas se misturavam e caiam em nossas mãos unidas - eu me apaixonei pelas suas trevas, me apaixonei pelo seu lado mais atroz, seu lado mais desumano... não tem volta Tom... eu vou morrer de qualquer jeito, meu amor - profiro minhas tristes e cortantes palavras, desencadeando em Tom um choro compulsivo onde ele apertava meu corpo fortemente, seu corpo tremia e ele mal conseguia respirar.

Tom estava tendo um ataque, um ataque de pânico.

O Amor de Uma Deusa - Tom RiddleWhere stories live. Discover now