Epílogo

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2020

- Como vocês já sabem segundo nosso roteiro de passeio histórico, essa casa pertenceu ao Lorde das Trevas, Você-Sabe-Quem ou para os mais corajosos e menos tolos amedontrados por uma pessoa que já morreu faz 22 anos...Voldemort, Lorde Voldy para os audaciosos - a simpática professora Neitzke comentava ao direcionar seus alunos sextanista pelos cômodos da enorme casa, que um dia foi o maior refúgio da alma mais condenada de todos os séculos que viriam a vir pela frente.

- Mas professora, essa casa aqui é muito...muito... - um aluno lufano tenta dizer o que a mulher sabia que muitos  já pensavam, a graciosa professora o interrompe acentindo com a mão completando seu raciocínio perdido:

- Normal, é uma casa muito normal, senhor Plintwood - ela sorri para o garoto que cora intensamente com a atenção da sua professora com aparência tão juvenil de DCAT - acho engraçado como vocês jovens acham que teriam fossos, celas, magia negra em cada canto, preto para todo lado, caveiras também e ah....cheiro de morte... realmente são muito criativos para as teorias - ela ri para seus alunos que a olham maravilhados, aproveitando cada momento de seu riso bonito - vamos continuar o nosso percurso, meus queridos - ela faz um sinal com a mão para que a seguissem, o que eles prontamente fazem, havia demorado dois anos para que a professora conseguisse agendar uma visita para alguma turma, e eles tiveram a honra de ser a deles e não os do sétimo ano, então cada segundo naquele lugar contava.

Passaram por muitos corredores que levavam para diversas salas diferentes, bem mobiliadas e bonitas, todas decoradas com um ar da década de 40/50...parecia uma volta no tempo.

Quando param em frente a mais um dos grandes quadros inanimados da casa, os alunos não se aguentavam de curiosidade e uma sonserina acabou questionando por todos:

- Professora, por que tem tantos quadros da senhora espalhados pela casa? - observa mais uma vez o quadro com a mulher dormindo na mesma cama que eles viram ao passar para conhecer o quarto de Voldemort.

A mulher ri novamente e balança a cabeça em negação, atraindo a atenção de todos os alunos para a mulher.

- Somos parecidas mesmo, senhorita Grengrass...mas sinto em te decepcionar que minha mãe nem mesmo era viva na época em que o quadro foi pintado - sorri para a garota que acente com a cabeça - tem uma lenda que envolve todos esses quadros da misteriosa mulher ruiva de olhos verdes, meus queridos...mas, como vocês já são grandes, acredito que não gostariam de saber e nem se interessam por lendas bobas... - a mulher faz sinal de que vai continuar.

- Queremos saber professora, queremos muito saber - seus alunos a olhavam em expectativa e a doce mulher não conseguiu negar para esses olhos tão curiosos e sedentos por conhecimento.

-Muito bem então...escutem com muita atenção... dizem que Tom Marvolo Riddle ou Voldemort, se apaixonou...mas não por uma pessoa qualquer, por uma bruxa qualquer... e sim por uma deusa, uma divindade, não se sabe nada sobre ela, nem ao menos o seu nome... ela desceu para a Terra para impedi-lo de fazer o que todos sabemos que ele fez no passado enquanto era vivo, mas, eles se apaixonaram profundamente, a deusa, não podia ir contra o que ela era, não, isso causaria algo muito grave para ela - a professora gesticulava cativando a atenção até das pessoas próximas a ela, como ela sempre fazia...a mulher sempre chamava atenção por onde passava...era cativante, era bela e era dona de um sorriso que faria até a pessoa mais cruel sorrir de volta para a pequena mulher - ela morreria, ela perderia seus poderes e morreria...ela insistiu na relação, não o abandonou, dizem que ele era o homem mais feliz do mundo ao lado dela, sempre sorrindo e a agradando, ele só tinha olhos para ela, mas, a mãe da deusa, a Vida, não ficou nada contente com o envolvimento do casal e tentou os separar...porém, nada o podia separar...nem ninguém, a não ser a morte...dizem que após a união em seu casamento a deusa morreu, que virou pétalas de rosas brancas aos olhos de seu amado Tom Riddle e consigo levou o coração do homem... quando ela morreu, ele queimou toda a casa de ódio pela sua amada - a mulher a essa altura já havia atraído a atenção de todas as pessoas que adentraram a casa, uma aglomeração se encontrava em volta da mulher que contava tal lenda com tamanha veridicidade, que as mulheres suspiravam de fascínio pelo homem loucamente apaixonado e os homens estavam assustados com tamanha loucura de alguém conhecido como mais cruel do século - e foi em 1961, que ele decidiu reconstruir com suas próprias mãos a casa onde eles haviam morado, detalhe por detalhe, de como era na década em que eles residiram nessa casa, contam que ele mesmo pintou esses quadros trouxas, que ele mesmo plantou a amoreira no quintal e as muitas rosas brancas também...uma forma de o coração partido encontrar conforto em meio a suas lembranças tortuosas. Voldemort morava nessa casa, desolado, enfurecido e cheio de tristeza por não estar ao lado de sua amada deusa...alguns dizem que ele parecia apenas esperar a morte o alcançar...dizem que ele nunca sorrira enquanto estava vivo, ele nunca demonstrava nenhum sentimento em sua face, mas, Harry Potter, o Eleito, viu em sua face morta um sorriso, um sorriso tão resplandecente que ele mal conseguia ficar perto do homem, a lenda conta que uma luz atingiu Potter e um "obrigado" foi sussurado pelos ventos, e a forte luz se juntou a outra tornando-se impossível de manter os olhos abertos, e assim que olharam para o céu  pareceram ver duas novas estrelas, a que hoje chamamos de constelação Amor Eterno... a lenda diz que foi a forma da Vida, a mãe da Deusa, arrependida de não os abençoar, os deixar juntos pela eternidade, mostrando o amor verdadeiro deles para todos que tiverem olhos contemplarem... contemplarem como a constelação mais visível no céu, que apareceu do nada em 1998 - a mulher finaliza sua narração bebendo um pouco de água de sua garrafinha com o símbolo da Sonserina, sua eterna casa do coração.

- Isso...isso não parece uma lenda, senhorita Neitzke...tem muitos quadros da mulher pela casa... parece loucura o que vou dizer - o garoto Potter fala - mas eu realmente acho que Voldemort amou muito essa mulher do quadro.

- Talvez sim...talvez não, querido Tiago Potter...nada foi provado e nem estudado durante esses anos...ninguém deseja tirar a imagem de monstro cruel e dizimador dele...ninguém quer mostra-lo como um ser humano frustado como qualquer outro...isso mudaria o pensamento de muitas pessoas e isso sempre é perigoso para o ministério... ter algo que saía do que eles desejam e mostram para o povo - a mulher sorri graciosamente e misteriosa para o garoto que assim com todos parece duvidar da forma como a história é contada nos livros de História da Magia.

- Essas...essas imensas fileiras de rosas brancas no jardim...são uma forma de...de ele dizer que a amava? Por que ela virou pétalas de rosas ao morrer e tals... - Rose Weasley me questiona com lágrimas nos olhos e muitas outras secas em seu rosto bonito.

- Segundo o que diz a lenda minha querida, tudo nessa casa lembrava a amada dele, desde os quadros que ele mesmo pintou com suas mãos durante anos acredito eu, até o enorme pé de amoras no jardim e...as lindas rosas brancas - a mulher a oferece um lenço de papel para a menina, que prontamente o pega secando suas lágrimas.

- Isso...isso é muito lindo, professora, eu espero que um dia alguém me assim...eu acho que ninguém amaria tanto assim e conseguiria se manter sã ao mesmo tempo... - Freya Parkinson soluça de choro.

- Certo acho que fiz mal ao coraçõezinhos moles de vocês, o que acham de irem comer um pouco de amoras? São as melhores que eu já provei, eu juro - a mulher fala ao ver a face chorosa de todos os seus alunos, que acenam lentamente se dirigindo para o jardim da casa.

A mulher pequena e graciosa fica em frente ao quadro da mulher misteriosa por mais um tempo até que derrepente ela olha atentamente para um canto do quadro onde uma frase em Latim estava escrita:

- "Quicquid ex ratione animae, et mea sunt" - ela fica em choque, mas, uma voz grossa e rouca a interrompe totalmente de seu momento de reflexão :

- "Seja qual for a matéria de que as nossas almas são feitas, a minha e a dela são iguais"...Voldemort era fã de um pouco de drama trouxa então...o que o amor  de uma deusa não faz com um homem conhecido por ser tão feroz e cruel...

A mulher se vira para o homem que falava em suas costas e paralisa ao ver um lindo homem, não, ele é muito mais do que lindo, era quase sublime e perfeito, de roupas sociais, com cabelos negros como a noite e  os olhos verdes, mais intensos que um dia o seu já foi.

- Eu...eu tenho a impressão de que já te conheço de algum lugar, senhor - a mulher o encara não entendendo o que era aquilo dentro dela que parecia despertar ao vê-lo.

- Ah sim... Thomas Richtoff, ministro da magia russo - ele oferece sua mão para ela, da qual ele jurara ser a mulher mais bonita que seus olhos um dia já ousaram contemplar.

- Diana Neitzke, professora de Defesa Contra a Arte das Trevas em Hogwarts - a mulher segura a mão do homem do qual um choque percorre o corpo dos dois e um vento frio os atinge fazendo os belos cabelos ruivos voarem no rosto da mulher, do qual o homem prontamente coloca os fios atrás de suas delicadas orelhas com brincos distribuídos por elas, ganhando o sorriso mais bonito do mundo da mulher, ah e que sorriso, por Merlin, ele estava encantado e acima de tudo...havia se apaixonado.

Thomas havia decidido, Diana Neitzke seria sua mulher...sua linda deusinha, era o que Diana parecia...uma linda deusa, da qual ele provaria, ele viveria e ele sentiria como é, O Amor de Uma Deusa.

"Seja qual for a matéria de que as nossas almas são feitas, a minha e a dele são iguais"
                                 (Emily Brontë)

O Amor de Uma Deusa - Tom RiddleWhere stories live. Discover now