CAPÍTULO 5

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*** capítulo sem correção ortográfica ***

— Puta merda! você está linda. — Suzy grita exageradamente quando apareço na sala fantasiada de roqueira sexy como ela pediu.
— Nem fodendo eu saio de casa desse jeito. — aponto para a mini saia que mal cobre minha bunda e para a regata rasgada que deixa o top de renda preto que ela me deu de presente de despedida hoje de manhã.
É para dar sorte com os homens, foi o que ela disse enquanto me entregava a sacola da sua loja de lingerie favorita.
— Porque não? — Suzy pergunta como se fosse um absurdo.
— Olhe para mim, estou parecendo uma... — respiro fundo sem querer ofender minha irmã por sua escolha ruim de roupas. — Dançarina de bordel de beira de estrada.
— Posso garantir que você não se parece com nada disso. — Xavier o namorado/quase noivo da minha irmã aparece na sala apoiando o ombro na parede e cruzando os braços, me analisando como se eu fosse um carro que eles estão pensando em comprar.
Talvez um cavalo de carga seria mais apropriado.
— Viu só, ele é quem está falando. — Suzy ergue as sobrancelhas vitoriosa.
A campanhia toca no mesmo instante e Xavier abre cumprimentando seus amigos que vão conosco nesse festival.
— Uau! — Roger nos olha como se estivéssemos nuas e puxo a saia um pouco mais para baixo.
— Eu vou tirar essa merda agora mesmo. — resmungo baixinho mas não consigo sair do lugar, Suzy me segura como fazia quando éramos crianças e ela queria nos meter em alguma encrenca.
— Vai nada, você está gostosa e hoje vai se divertir como uma mulher adulta. — ela sussurra em meu ouvido.
— Eu devo cobrar por meus serviços também?
— Não seja ridícula, sua roupa não define o que você é, mesmo porque se fosse assim você estaria usando as roupas da vovó.
Reviro os olhos e pego a camisa de flanela que Xavier largou no sofá na noite passada e amarro-a na minha cintura.
— Ao menos minha bunda está protegida.
Agora é a vez de Suzy revirar os olhos.
Xavier coloca o braço em meu ombro e me dá um sorriso fraternal. Gosto dele, além de lindo é apaixonado pela praga da minha irmã, ele é um cara legal que a faz feliz e aguenta a cunhada rabugenta em seu apartamento, e isso é muito mais do que se pode esperar de um cunhado.
— Ela tem razão, que tal se divertir um pouquinho hoje? — ele pergunta.
— Eu me divirto sempre. — defendo-me porque é verdade, eu me divirto, do meu jeito, com minhas roupas confortáveis e minha bunda protegida do vento.
— Então que tal ser um pouco mais... — ele faz uma careta charmosa que tenho certeza que derrete a calcinha da minha irmã todos os dias e volta a olhar para mim. — Ousada.
— Eu não sou ousada.
— A gente sabe que não. — Suzy passa o braço em minha cintura e bate a ponta do dedo em meu nariz, como se eu fosse uma garotinha. — Mas hoje você será.
— Não sei se consigo.
— Basta você olhar para o espelho e saberá a resposta.
Suzy me vira para o espelho de corpo inteiro que ela tem ao lado da porta e me vejo ao seu lado, somos pequenas, bem pequenas, abaixo da média nacional, e isso sempre foi um ponto positivo para mim, é fácil passar despercebida quando se tem 1,50 de altura, já Suzy sempre foi a mais sexy e linda de nós duas,  ela sabe explorar o que tem de melhor em seu pequeno corpo. Com certeza minha irmã não é alguém que passa despercebida por ai.
Embora eu esteja confortável com quem eu sou, nunca liguei muito para isso, gosto de ser discreta e elegante, acho que em toda a minha vida nunca vi tanta pele exposta sem estar usando um biquini na praia e resisto a vontade de puxar a regata para cobrir minha barriga.
— Okay, somente hoje, prometo tentar.
Ela deixa um beijo em minha bochecha e se aninha nos braços do seu namorado.
— Então vamos, que o dia promete.
Roger abre a porta e tento ignorar o olhar dele para minhas pernas.
É apenas um dia Stella, só um dia e então você poderá voltar a ser a tranquila e discreta garota de sempre.

***

Eu ainda não consigo respirar direito e dou graças a Deus por sua coxa estar entre minhas pernas ou tenho a sensação de que poderia despencar aqui mesmo, bem debaixo do seu nariz.
Seria a situação mais humilhante do mundo.
— Você está bem? — ele ainda está com a cabeça apoiada na minha, uma das suas mãos segurando minha cintura e a outra... bem, ela está bastante ocupada, cuidando das minhas partes mais ao sul.
— Eu... acho que sim. — digo ainda sem olhar para ele, estou começando a recuperar o folego, minha mão ainda está em sua ereção que mesmo sobre o jeans, posso senti-la pulsar em busca de alivio, a outra está dentro da sua camisa, em suas costas, onde com certeza deixei uma boa lembrança da minha ousadia.
Ele sorri, um daqueles sorrisos arrogantes que deixa ele absurdamente bonito, sua mão se move devagar, me acariciando e fazendo meu corpo ainda sensível depois do orgasmo, estremecer.
— Tem certeza? Você parece tímida.
— Eu fico tímida depois de... você sabe.
— Gozar? — a palavra sai devagar da sua boca, como se ali fosse seu lugar.
Respiro fundo e meu coração dispara ao som dessa palavra, como pode uma palavra ser tão sexy? Na verdade, como pode uma pessoa ser tão sexy?
— Isso. — sussurro, fechando os olhos quando ele passa o nariz por meu rosto, me acariciando antes de me beijar.
Dessa vez o beijo é lento, gostoso, um beijo de quem não vai a lugar algum, de quem tem todo o tempo do mundo para explorar a boca do outro. Sinto seus dedos saírem de dentro de mim e minha calcinha voltar ao lugar de antes, estou vergonhosamente molhada e tento não pensar nisso enquanto envolvo minhas mãos em seus cabelos sentindo o suor deixá-los ainda mais bagunçados.
Ele apoia a mão na parede e se afasta deixando a coxa que serviu de apoio voltar ao lugar, tudo é tão sutil que se eu não estivesse atenta a cada detalhe, não teria me dado conta.
Passo minhas mãos por seu peito sentindo a pele lisa e quente sob meus dedos, paro onde seu coração bate e sinto a agitação dele, isso é bom, significa que não sou a única afetada aqui.
Passo a ponta dos meus dedos em seu mamilo e ele se retesa, agora é a sua vez de sorri com os lábios ainda sobre os meus.
— Isso me deixa meio nervoso. — ele confessa.
— Não gosta?
— Não muito. — ele diz e gosto de saber algo tão intimo sobre eles, me pergunto quantos parceiros tem essa facilidade de se comunicar.
Baixo minha mão por sua barriga sentindo a firmeza de um corpo jovem, magro e definido, ele para de me beijar quando meus dedos passeiam pelo cós da sua calça e sinto sua pele se arrepiar.
— E disso você gosta? — pergunto enquanto passo a unha em sua pele.
— Nossa, sim.
Desço um pouco mais chegando ao elástico da sua cueca e ele suspira apoiando a cabeça em meu ombro quando abro o botão da calça.
— Sabe, você não precisa fazer isso, — ele diz colocando sua mão sobre a minha antes que eu consiga abrir o zíper.
— Mas eu quero. — viro o rosto para olhar em seus olhos, desejando não encontrar repulsa em seu rosto — A menos que você não queira.
— Porra, eu... — ele suspira mais uma vez e desço o zíper sentindo o volume da sua ereção roçar minha pele.
— Me deixa cuidar de você.
— Eu tô tão duro que não vai demorar muito. — sua voz se torna mais rouca quando libero sua ereção e começo a acaricia-lo. Ele respira pelo nariz, tentando manter um controle que não quero que ele tenha, aumento um pouco a pressão enquanto beijo seu pescoço, nesse momento gostaria de ter a ousadia de falar sacanagens para ele, mas não consigo, a timidez está quase me impedindo de continuar e preciso me forçar a lembrar as palavras da minha irmã.
Seja ousada...
É isso que estou fazendo, me desafiando a ultrapassar meus limites, me permitindo sentir, me divertir, não há nada de errado em encontrar um cara incrível, sentir uma atração absurda por ele e dar uns pegas em um festival de música, não é mesmo?
Ele apoia a outra mão na parede, como se estivesse se segurando, seu rosto agora está enterrado em meu pescoço e ao contrário de mim, ele não conhece a timidez, porque a medida que vai ficando mais excitado, mais sacanagem sai de sua boca.
— Que mão gostosa você tem. — ele sussurra com a voz rouca enquanto deixa beijinhos molhados em meu pescoço. — Você tá me matando... —  ele continua, mas a voz parece fraca demais, a respiração aumentando a medida que ele está quase lá. — Aperta meu pau. — ele exige e faço exatamente como pede. — Ah porra, eu vou gozar. — ele me avisa e ao invés de ficar constrangida como eu imaginei que ficaria, sinto-me absurdamente excitada quando ele começa a gozar na minha mão. Os sons que escapam da sua garganta causam arrepios em minha pele e deixam meu corpo em chamas. É erótico, intenso e indescritível.
Sua mão sobe por minha garganta e sua boca captura a minha, os gemidos se misturando com a fome que ele tem em me beijar, continuo tocando-o, com força, como ele parece gostar. Pouco a pouco ele vai se acalmando, suas mãos voltam a me tocar, dessa vez com carinho. Arrumamos nossas roupas e ficamos um tempo assim, abraçados, satisfeitos e silenciosos, sinto sua respiração se normalizando enquanto sua boca procura a minha mais uma vez.
— Você é incrível. — ele diz depois de um tempo e sorrio me sentindo orgulhosa e ousada como nunca fui, e provavelmente nunca mais serei.
— Obrigada.
Fecho os olhos e pela primeira vez desde que nos escondemos nessa viela, volto a ouvir o mundo a nossa volta.
— Nem vimos o show. — digo com a cabeça apoiada em seu peito, bem em cima de onde está o seu coração agitado.
— Seus amigos estão te procurando?
— Provavelmente sim.
Sinto ele hesitar e uma pontada de tristeza surge em meu peito.
— Você precisa ir?
— Não, ainda não.
— Não queria que essa noite acabasse. — ele admite e me ergo para encarar seu rosto.
— Eu também não.
Ele afasta uma mecha do meu cabelo e deixa um beijo em minha boca.
— Não precisa acabar.
Olho para seu rosto notando detalhes que o desejo me impediu de ver antes, seus olhos são enormes, as sobrancelhas grossas e expressivas deixam pouco a imaginar sobre o que ele pensa, enquanto sorri ele se parece com um menino arrogante e debochado, mas quando está sério, é atordoante de tão belo. Seus cabelos precisam de corte, mas talvez seja exatamente isso que o torna tão bonito, selvagem, rebelde.
Ergo minha mão e toco os fios bagunçados, e a minha vez de suspirar porque por mais surreal que tenha sido o nosso encontro, ele está chegando ao fim e não há nada que possamos fazer para mudar isso. Tenho um futuro que me espera fora dos portões desse festival e não há nada que possa me desviar dele.
— Eu não posso ficar. — admito sorrindo gentilmente.
— Tudo bem, me dá seu telefone.
— Não posso.
— Não pode ou não quer? — ele se mantem perto de mim, mas sinto a surpresa em sua voz.
— Não posso.
— Você tem namorado? É casada?
— Deus! claro que não.
— Então qual o problema?
— Não há problema.
— Então você tá me dispensando? — um sorriso magoado surge deixando-o sem jeito.
— Eu ainda estou aqui não estou?
— Eu fiz algo errado? Te machuquei?
— Não, você foi incrível. — espalmo a mão em seu peito e acaricio sua pele.
— Então não entendo. — ele continua me observando, alheio ao meu toque.
— Não tente entender.
— Você tem alguém.
— Eu já disse que não.
— Certo. Posso ao menos saber seu nome?
— Porque isso agora?
— É proibido saber seu nome?
— Não, é só que não há necessidade.
— Eu acho bem necessário saber o nome da garota que gozou na minha mão.
— Não seja grosseiro.
— Não sou grosseiro, sou realista.
— Você sabe muito mais sobre mim do que um nome.
— Então porque esse mistério?
— Porque há verdades que não precisam ser ditas.
— Tipo o seu nome?
— O que é um nome se a flor que chamamos de rosa se outro nome tivesse, ainda teria o mesmo perfume. — sorrio ao citar Shakespeare na esperança de parecer engraçada, mas ele não sorri. — É Romeo e Julieta. — explico, mas nem mesmo assim ele sorri.
— Eu sei que é, não sou tolo. — ele diz e me surpreendo, não é assim tão comum rapazes como ele se interessarem por Shakespeare. Sei que parece preconceituoso, mas é a verdade.
Ele se afasta um pouco, suas mãos deixando minhas costas, seu rosto se afastando, me analisando, como fez ao me ver pela primeira vez.
— Você está se vingando?
— O que?
— Aquele cara, aquele que te agarrou, é seu namorado? É isso, você está me usando para se vingar dele? — ele parece realmente ofendido.
— Não, eu já disse, não tenho namorado.
— Então porque diabos não pode me dizer o seu nome?
— Julia. — digo rapidamente. — Meu nome é Julia.
— Julia? Não me diga que seu sobrenome é Capuleto.
Ele sorri, claramente magoado enquanto debocha e noto mais um traço da sua personalidade, ele usa a ironia quando se sente magoado e eu o magoei quando deixei claro que essa noite termina aqui. Será que ele é assim mesmo, tão fácil de ler. Quanto tempo levaria até que eu o conhecesse ao ponto de ler suas emoções sem precisar que ele abra a boca?
— Infelizmente não sou uma Capuleto. — forço um sorriso entrando em sua brincadeira e me odeio por estar mentindo para ele, não quero estragar essa noite magica com verdades, hoje quero ser sua Julieta, passional, impulsiva e apaixonada, por nossa conexão, pela química avassaladora que temos, por seus beijos e toques, por sua voz e principalmente, por seu sorriso arrogante e debochado.
— Julia... — ele testa meu nome falso mais uma vez e imagino a sensação de ouvir ele me chamar de Stella. — Sou o Nuno. — ele diz mesmo que eu não tenha perguntado.
— Nenhum Montecchio?
— Não, mas posso arrumar um se você quiser. — ele brinca e sinto o clima ficar mais leve.
— Bonito nome, gosto de Nuno.
— Eu também gosto de Julia.
Ele volta a sorrir e me puxa para mais um beijo que se torna dois, três, quatro... nos beijamos como dois adolescentes, sem pressa, sem preocupação, sem medo, apenas duas pessoas se conectando da forma mais intima e delicada que existe.
Quando o beijo termina ele volta a me abraçar, deito a cabeça em seu peito e ouço seu coração tranquilo. De onde estamos posso ver as luzes do palco se acendendo, dando fim a noite mais louca e intensa da minha vida.
— Está acabando. — ele diz se referindo ao show.
— Sim está.
Nuno aperta seus braços em torno de mim, me puxando para mais perto, fecho os olhos e inspiro o seu cheiro mais uma vez, tento gravar o som do seu coração, a sensação gostosa de estar em seus braços e a forma como me senti viva ao seu lado.

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Olá pessoal!!!
Ahhh que o capítulo de hoje tá pegando fogo, aliás,  fogo é o nome do meio desses dois né? Quero nem ver quando o sol nascer e essa noite se tornar uma lembrança...
Tô amando ver a interação de vocês.
Não deixem de curtir e comentar.
Beijos e até o próximo capítulo!

NUNOWhere stories live. Discover now