CAPITULO 13

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*** capítulo sem correção ortográfica ***

Nuno

Capitulo 13

Nuno
Um zumbido em meu ouvido me impede de ouvir o resto da aula, me sinto congelado no lugar, o coração batendo como um tambor em meus ouvidos, o corpo quente, as mãos trêmulas, a respiração difícil.
Eu odeio essa sensação, mas a conheço bem, sempre a sinto quando sou forçado a falar em público, mas pela primeira vez, a sinto ao ouvir alguém falando.
Ivan pergunta alguma coisa, mas só movo a cabeça, meus olhos ainda estão fixos na mulher lá na frente. Tenho medo de desviar o olhar e ela desaparecer, ou do efeito do alucinógeno que tomei ontem acabar, porque essa é a única explicação para que a garota que conheci aquela noite esteja parada na frente da minha sala de aula se dizendo, minha professora.
A porra da minha professora.
— Nuno você tá pálido. — Cindy fala colocando a mão em meu pulso. — Está tudo bem?
Puxo meu braço sem me importar se estou sendo grosseiro ou não, nesse momento não quero falar com ninguém, não posso me distrair, preciso manter toda a minha atenção nos seus movimentos ou sinto que vou enlouquecer.
Analiso-a com cuidado, cada passo dado, cada palavra dita, cada movimento das suas mãos na esperança que eu perceba a loucura disso tudo. Não pode ser ela. Não é real, não, não mesmo. Eu ainda estou chapado, pior, eu fui drogado na noite passada e não faço ideia de quem foi que fez isso comigo.
O tempo passa e me pego acreditando que é apenas uma coincidência, que ela não é a Julia ou seja lá que porra de nome aquela garota tenha me dado, minha memória deve estar me pregando uma peça, ou minha obsessão chegou a um nível tão absurdo que estou começando a achar semelhança entre ela e outras mulheres.
Stella Almeida.
É o nome que está na folha de horários, o nome que está na boca de 9 em cada dez moleques dessa cidade.Ela é gostosa pra caralho... a delicinha que vai nos distrair... é nosso prêmio de consolação para suportar mais um ano nessa merda... essas foram algumas das coisas que ouvi nos últimos dias, enquanto estava ocupado demais pensando em uma garota que eu tinha certeza de que nunca mais veria.
Ela não pode ser a mesma garota, essa mulher séria e elegante não pode ser a mesma garota suada e sexy, dona dos meus sonhos e desejos. Não pode, seria cruel demais se fosse. Eu não posso ser assim tão azarado.
Porra, eu nunca nem ao menos desejei uma professora.
Meus olhos não desviam nem um instante sequer, analisando, comparando o que vejo com as lembranças nubladas pelo tesão e pela escuridão. Noto que ela evita olhar em minha direção, mas seus olhos escapam de vez em quando, como se precisasse ter certeza que ainda estou aqui, ela parece ansiosa e não para de falar nem um segundo sequer, talvez com medo de que ao parar, terá que me enfrentar, aqui, na frente da turma toda.
Mas não vou fazer isso, não sou tão moleque quanto pareço, eu serei paciente, esperarei até o fim da aula, da porra do dia, da semana, do ano se for preciso, para poder falar com ela, a sós, para que eu possa entender o que está acontecendo aqui e constatar que foi apenas um engano, ou que estou ficando louco.
O relógio parece se arrastar, a aula que sempre foi longa e cansativa mais parece uma tortura, Stella caminha pela sala, de um lado para o outro, posso ouvir o burburinho das pessoas, todos estão hipnotizados com ela, não os culpo, ela é ainda mais linda a luz do dia, seus olhos grandes prestam atenção a tudo e sua boca deliciosa se transforma quando ela sorri. E com toda essa roupa de professora séria, ela é quase angelical, delicada, tão pequena que poderia muito bem se misturar com os alunos e nunca seria notada.
Dez minutos.
Ela finalmente se senta e de onde estou noto ela secar as mãos no vestido antes de pegar a caneta, ela se atrapalha e derruba-a no chão, um imbecil se levanta rapidamente, como se estivesse o tempo todo só esperando o momento em que poderá ser notado, quero empurra-lo para longe quando ela sorri para ele, filho da puta!
Ela faz algumas anotações, em seguida agradece a recepção e por um instante quase acredito que ela está calma, mas seus olhos se encontram com os meus e o sorriso esmaece.
Cinco minutos.
Não consigo controlar minha perna que balança sem parar, como se tivesse vida própria, Cindy já desistiu de tentar entender o que está acontecendo e está falando alguma coisa com Madalena, Stella dispensa a turma e o barulho das pessoas se levantando é quase tão alto quanto o do meu coração.
— Cara tem certeza que você está bem? — Ivan pergunta.
— Não, mas eu vou ficar. — Digo enquanto me levanto, me dando conta de que eu sequer abri a mochila.
— O que aconteceu com ele? — Cindy pergunta para Ivan, mas não ouço a resposta, ela não me importa, porque todos os meus sentidos estão nela, na mulher à frente da sala, que nesse momento está encoberta por corpos muito maiores que o dela, dando uma falsa ideia de que ela é a garota aqui, e não o contrário.
Caminho pelas carteiras empurrando algumas pessoas quando noto que ela está saindo da sala, tento não parecer um maluco desesperado para falar com a professora, mas isso é exigir demais de mim.
Ela caminha apressadamente, quase correndo, os livros pressionados em seus peitos perfeitos, os olhos fixos na porta, seu objeto de desejo, mas antes que ela possa alcança-la, meus dedos são mais ágeis e eu a seguro.
— Pode deixar, eu abro pra você, professora.
Ela se assusta e dá um passo para trás, seu rosto agora está tão perto do meu que não me resta mais dúvida. É ela.
Seus olhos se fixam no rosto que ela conheceu a semanas atrás. Me pergunto se ela também pensou em mim todo esse tempo? Será que sonhou comigo? Que se pegou desejando minha mão entre suas pernas? Será que imaginou que aquela noite a assombraria? Será que ela está se sentindo tão perdida quanto eu?
— Obrigada. — Agradece enquanto passa por mim, o cheiro do seu perfume fazendo meu coração acelerar com a lembrança dele misturado com suor.
— De nada. — Sussurro, tão baixinho que só ela é capaz de ouvir.
Saímos da sala e por um instante tenho a impressão de que não há mais ninguém a nossa volta, me aproximo um pouco mais, ainda atrás dela, então me inclino só um pouquinho sentindo o seu cheiro fazer meu coração acelerar no peito.
— E ai pro, tá gostando da cidade? — pergunto, seu passo falha e preciso me afastar para que ela não esbarre em mim.
— Que susto! — ela coloca a mão no peito e olha em volta antes de me ver.
— Calma, sou só eu. — Ergo as mãos e sorrio. Mas ela não sorri de volta, apenas continua andando.
Enquanto ela caminha posso notar a verdade óbvia que não tinha percebido aquela noite, ela é mais velha, não tão velha, mas o suficiente para que seja uma professora, ela não se parece com uma das meninas da escola, e embora seja pequena e delicada, há em seu rosto uma expressão de confiança que só se conquista com o tempo.
Talvez tenha sido isso que me encantou aquela noite, ela sabia o que estava fazendo e queria aquilo, não foi um ato impulsivo de uma adolescente que quer quebrar regras, era uma mulher em busca de alivio. De uma aventura.
— Estou indo para a próxima aula. — Ela diz ainda mais baixo, justificando algo que sequer perguntei, sua cabeça vira de um lado para o outro, como se estivesse com medo de ser pega fazendo algo errado.
Conversando com um aluno.
— Espero que se divirta bastante aqui. Seja bem vinda Julia... quer dizer, Stella. — Ajeito a mochila em minhas costas e abro um sorriso enorme enquanto sinto meu coração agitado no peito, ao mesmo tempo enfio minha mão livre no bolso do jeans porque tenho certeza que se ela desviar o olhar do meu rosto, vai ver o quanto estou tremendo.
— Obrigada. — diz parecendo aliviada.
Mentirosa.
— Tenha um bom dia, professora. — Pisco e quando seu corpo estremece, sei que ela também tem um monte de perguntas em sua mente, e tudo bem, teremos 365 dias para resolver isso.
É tempo suficiente para que eu descubra porque diabos o destino gosta tanto de foder com a minha vida.

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Olá pessoal!
Pensem em uma pessoa puta da vida,  agora multipliquem por mil e terão Nuno D'Agostinni.
E eu só  sei amar esse garoto marrento que não faz a menor ideia do que está acontecendo.
Sua professora? Sério mesmo?

Estou muito feliz em ver a recepção de vocês a esse plot, ansiosa pelos próximos capítulos e louca para saber como vai ser essa "relação" aluno/professora.

Não deixem de curtir e comentar, tenho certeza que vocês estão loucas para saber como está o coraçãozinho da Stella né.

Beijos e até a próxima

NUNOWhere stories live. Discover now