CAPITULO 9

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*** capítulo sem correção ortográfica ***

Stella

A última semana voa com todos os preparativos para minha partida, Suzy finge que está tudo bem, mas vejo seus olhos marejados toda vez que ela acha que não estou olhando, foram dois meses com ela, o maior tempo juntas desde que ela começou a namorar Xavier e se mudou para seu apartamento, dois meses depois. Todo mundo achou loucura, como assim morar juntos com tão pouco tempo de namoro? Mas essa é a Suzy, a garota que não perde tempo, que tem pressa de viver e que vive intensamente.
Foram dois meses deliciosos, achei que seria o suficiente, mas agora enquanto encho o porta malas com as minhas coisas, noto que o tempo não tem coerência, passa rápido demais quando estamos com as pessoas que amamos e se arrasta quando estamos longe.
Durante esses dias me peguei pensando sobre isso, enquanto aproveitava cada segundinho ao lado da minha irmã, minha mente vagava pelas sombras escuras de um beco, onde um garoto atrevido e sedutor me enlouqueceu como nunca nenhum outro homem fez.
Ele esteve em minha mente todas as noites, alimentando as fantasias sexuais que me deram prazer, em todas elas fomos mais além, fizemos sexo, nos reencontramos, nos apaixonamos, vivemos uma quente e louca história de amor. E todas as noites ao fechar meus olhos, revi seu sorriso bonito, seus olhos intensos, sua voz rouca.
Pelo menos dez vezes por dia pensei nele, me arrependi de não ter pego o seu telefone, só para depois dizer a mim mesma que foi melhor assim, a garota que ele conheceu não existe, foi uma fantasia criada para agradar minha irmã, que me mostrou um lado da minha sexualidade que eu não conhecia até aquela noite.
Com certeza Nuno odiaria a verdadeira eu, a Stella, não a Julia, a mulher sem graça, que se acomodou na vida porque precisa colocar suas responsabilidades em primeiro lugar, que tem a literatura como paixão e os amores proibidos e trágicos como inspiração para acreditar que pode sim existir no mundo amores verdadeiros, mas que nunca confiou seu coração a um homem a ponto de descobrir se é capaz de viver um.
Quando penso no olhar cálido do garoto que conheci aquela noite, imagino a mulher que ele viu a sua frente, sexy, ciente das suas necessidades, confiante, destemida. Foi por ela que ele ficou louco, foi por ela que ele se decepcionou quando viu que nosso encontro não teria uma segunda vez. Agora essa garota também fará parte das minhas fantasias, levarei comigo a sensação que ela me permitiu sentir ao libertar meu lado feminino.
Mas ela não sou eu.
— Prontinho! — Suzy coloca a última sacola no banco do passageiro e se afasta enfiando as mãos nos bolsos do macacão largo demais em seu corpo franzino.
Sempre fomos muito pequenas, nossa mãe era ainda menor e nosso pai adorava dizer que éramos seus pinguinhos de gente, depois que a mamãe se foi ele nunca mais nos chamou assim e as vezes acho que esse era um apelido íntimo dos dois que acabou se estendendo para as filhas, mas que ao perder a sua musa, deixou de fazer sentido.
— Eu venho te ver assim que tiver um feriado longo. — Prometo.
— Relaxa, vai dar tudo certo. — Ela sorri, mas a pontinha do seu nariz está vermelha.
— Eu venho, não se preocupe e qualquer coisa que você precisar já sabe, é só me ligar.
— Eu já disse que tá tudo bem, não precisa se preocupar.
Fecho o porta malas e vou até ela, puxo minha irmã para meus braços e fecho os olhos sentindo o aroma de morango enjoativo dos seus cabelos, sempre detestei esse cheiro, mas agora que penso que não vou mais senti-lo no banheiro começo a achar que na verdade eu o amo.
— Eu te amo tanto. — Sussurro em seus cabelos.
— Ah sou mesmo apaixonante.
Sorrio enquanto deixo um monte de beijos em sua cabeça e seu rosto.
— Por favor come direitinho, não fica acordada até tarde e nada de álcool.
— Ei, essa fala é minha, eu sou a mais velha aqui.
— Nós duas sabemos que eu vou fazer tudo isso, sou uma idosa em um corpo jovem esqueceu?
— Claro que não.
Suzy se afasta dando espaço para que a emoção fique sob controle.
Olho para a sacola que ela colocou no banco do passageiro, reconheço a alça da sua bolsa favorita e puxo-a para fora.
— Nem pense nisso. — Ela ergue a mão me impedindo de começar a falar.
— Você enlouqueceu? — ergo a bolsa que custou quase um mês de salário dela e uma aventura digna de comedias românticas e que resultou no bonitão que agora divide a sua cama.
— De forma alguma, agora trate de usa-la e cuide bem dela por mim.
— Eu te odeio. — Puxo-a novamente para meus braços e desabo em seu ombro chorando copiosamente.
— Jesus Cristo, é só uma bolsa, se soubesse que você a queria tanto teria te dado no ultimo natal.
Sorrio porque nós duas sabemos que não é só uma bolsa, é todo o significado desse gesto, Suzy sempre foi uma irmã incrível e por mais que ela seja cinco anos mais velha, sua alma sempre foi de uma adolescente alegre e apaixonada pela vida.
— Obrigada. — Sussurro em seu ouvido, Suzy sorri e nos afastamos no instante em que Xavier se aproxima com uma caixa nas mãos.
— Estou interrompendo algo?
— Nada demais, só uma demonstração clara de interesse por parte da minha irmãzinha. — Suzy brinca e Xavier faz uma cara de quem não está entendendo nada.
— Para você não ficar com fome. — ele me estende a caixa e sinto o cheiro exalar fazendo meu estomago roncar.
— Não brinca que você comprou coxinha para mim?
— Sua favorita, com cream cheese.
— Eu amo esse cara, sério Suzy, se você não casar logo com ele eu vou pedir teu namorado em casamento.
O sorriso que se espalha pelo rosto da minha irmã faz meu coração dar uma cambalhota no peito, é lindo, exultante e tão cheio de amor que me pego sorrindo também.
— O que? — olho para Xavier e ele tem o mesmo sorriso bobo no rosto. — Vocês estão brincando comigo?
— Na verdade ele me pediu em casamento ontem.
Olho para sua mão, mas não há nenhum anel, o que justifica a minha incompreensão, no mesmo instante, Xavier ergue a camiseta e Suzy desce a alça do macacão, e então está lá, tatuado na pele, duas alianças entrelaçadas e a data do dia do festival no meio delas.
— Era uma surpresa, desculpa mas ele me fez prometer não contar nada até fazermos a tatuagem.
Ainda estou de boca aberta, sem acreditar na coisa linda que estou vendo, os olhos de Suzy transbordam de amor e seus olhos estão marejados, Xavier passa o polegar embaixo do olho esquerdo dela carinhosamente quando uma lágrima fujona escapa.
— Já disse que não adianta chorar, agora você não vai mais se livrar de mim.
Ela ergue o rosto para ele e então eles se beijam.
Sinto meu coração inflar no peito, é disso que estou falando, o amor de verdade, aquele tranquilo e singular, que acontece todos os dias, milhares e milhares de vezes no mundo afora, é ele que me faz sorrir e acreditar que histórias de amor não existem só nos papeis.

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Ahhhh então,  ainda não foi hoje que nosso casal fogoso se reencontrou
Mas eu sei que vocês estão ansiosas, então,  talvez tenhamos um capítulo extra.
Vocês já sabem as regras né
Vamos lá então 
A gente se vê sexta, ou... amanhã.

P.S. eu preciso confessar que sou completamente apaixonada pelo casting desse livro.
Me digam se a Suzy não é linda e estilosa?

Beijos

NUNOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora