CAPITULO 11

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*** capítulo sem correção ortográfica ***

Ivan

Uma explosão acontece no instante em que uma multidão de pessoas invadem a piscina, espalhando água para todos os lados, Cibele dá um gritinho quando um imbecil esbarra nela de alguma forma que não consigo entender, estou bêbado demais pra isso e meu cérebro lento não consegue captar o momento, ela veste o biquini em uma velocidade que me faz pensar que não sou o primeiro cara com quem ela tem um momento na piscina, mas antes que eu consiga sequer pensar em mais alguma coisa, sou empurrado com tanta força que perco o equilíbrio e escorrego, vejo a mão de Cibele tentando me segurar, mas estamos molhando, letárgicos e bêbados, uma combinação péssima para o momento.
Então eu afundo.
Pés, pernas, braços, corpos agitados, pesados, sufocantes... tento me levantar, mas sou chutado, um corpo pula na piscina, bem onde estou, sinto o momento em que um pé acerta meu rosto e então tudo se apaga...

***

Água, muita água, tanta que não consigo respirar, ela sai por meu nariz e minha boca, está em meus pulmões e em meus ouvidos, não consigo respirar, meu peito dói, alguém está sobre mim, estou morrendo, merda.

Baby...

“ —  Eu não quero esse cachorro,  eu quero o Labrador que pedi.
—  Mas ela é linda, olha só esse lacinho.
—  Isso é cachorro de menina, eu não quero
—  Não posso devolver, ela é nossa Ivan, você precisa ama-la comigo
—  Não !
— Ela se chama Baby, como no filme, como te chamo quando estamos sozinhos.
A nossa Baby”

Ouço sua voz, baixinha, como se ela estivesse na superfície e eu a quilômetros de distância.
Baby não...
Quero alcança-la, preciso voltar, me concentro em sua voz, baixa, fraca, somente um sussurro em meio ao caos a minha volta, então começo a tossir, a agua se acumula em minha boca, estou sufocando, sou virado de lado, alguém está chorando, tem gente ao meu redor, vozes, muitas vozes, e ela.
Baby por favor...
A tosse aumenta, as vozes também, estou confuso, minha garganta arde com a força com que a água sai, jatos fortes se espalham saindo por minha boca, nariz e ouvido, meus olhos ardem quando tento abri-los.
— Ah meu Deus, ah meu Deus, eu não acredito, ele está vivo.
Alguém está chorando muito, socos em minhas costas me fazem tossir ainda mais, as vozes se espalham.
— Se afastem! — alguém grita, mas não consigo abrir meus olhos, estou cansado demais tentando me livrar de toda a água em meus pulmões.
— Ei cara, graças a Deus. — uma voz ao meu lado me faz abrir um pouco meus olhos, ele é o cara que está sobre mim, me esmurrando.
— E ai. — sussurro com a voz rouca e ele sorri, um sorriso tão largo e apavorado que tenho medo de que tenha alguma coisa errada com meu rosto.
— Porra Ivan, não faz isso cara, você quase me matou. — ele continua, ainda em cima de mim, a cabeça pendendo em seus ombros, como se ele estivesse exausto, não lembro o seu nome, mas agradeço, provavelmente seus socos salvaram a minha vida.
— Foi mal. — tento brincar, mas uma nova onda de tosse me faz virar o rosto no caso de mais agua sair de dentro de mim. E incrivelmente sai.
— Meu irmão é médico, ele mora a duas quadras daqui, ele já tá vindo te ver. — o cara que finalmente sai de cima de mim, diz, mas não consigo dizer que não precisa, estou ocupado demais tentando não morrer engasgado.
— Ivan! — Cibele se aproxima, seus olhos estão inchados e vermelhos e imagino que ela seja a pessoa que estava chorando, ela parece ter medo de me tocar e isso me deixa assustado.
— Por favor diz que tá tudo bem com a minha cara. — digo enquanto me sento ignorando as dores que sinto em todo o meu corpo.
— Eu achei que você tinha morrido, foi horrível. — ela esconde o rosto em suas mãos e volta a chorar, não sei o que fazer, devo consola-la? pedir desculpas? Serio, eu não me lembro da etiqueta para situações de quase morte.
Pela primeira vez olho em volta e me arrependo no mesmo instante, porque parada a alguns metros de distância, está ela. Há um braço em volta da sua cintura, como se estivesse segurando-a para que ela não caia, e seus olhos estão fixos em mim.
Baby...
Meu coração dispara no peito quando me dou conta de que ela viu tudo, vejo seu rosto molhado perder a cor, seus olhos arregalados e suas mãos fechadas em um punho tão apertado que os nós dos seus dedos estão brancos, o cara diz algo, mas ela não parece ouvir, droga ela nem parece estar respirando.
Merda Cindy!
Abro a boca para dizer alguma coisa, qualquer coisa, mas ainda estou lento demais e meu corpo parece pesar uma tonelada e tudo o que posso fazer é ver o seu corpo magro e frágil desabar bem na minha frente.

IVAN (capa provisória)Where stories live. Discover now