Capítulo VII

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VII

Não passava das onze da noite quando o celular de Nina tocou. Ela estava na sala, o som alto quase a impediu de ouvir a pessoa que chamava. Foi até o celular e ao ver o nome de Stan no visor, atendeu:

- O que foi?

- Acabei de chegar. E aí, não vem?

- Já disse que não - Nina reclamou pela teimosia do namorado.

- O que está fazendo?

- Estou com tinta no meu cabelo e ouvindo música.

- Não é interessante assim.

- Stan... - Nina reclamou. - Eu não quero ir.

- Não fuja assim de mim. Talvez encontre as lésbicas e aí...

Nina riu.

- Viu só? Não vai ser tão ruim assim. Eu não fujo de você, Stan. Só estou sem vontade. Posso?

- Certo... Estão me chamando. Vou desligar, Nina.

- Até.

Nina desligou o celular e se sentou no sofá da sala. Ela realmente não queria encontrar Ray. Não assim, tão cedo. Podia ser ruim para ela e até mesmo para Stan. Afinal de contas, mesmo com todos os problemas, ela gostava daquele maldito fotógrafo.

Talvez a primeira coisa que Ray perguntaria quando encontrasse seu namorado seria porque fora sozinho. Aquele cara era interessante e despertara a curiosidade de Nina, mas não queria problemas no momento.

-x-

Depois de tirar a tinta do cabelo voltou para a sala, apenas de toalha, e encontrou seu celular iluminado. Uma chamada não atendida. Era seu irmão.

Ela sorriu e decidiu ligar, mesmo sabendo que seu irmão uma hora daquela possivelmente estaria dormindo. Ouviu uma voz cansada do outro lado da linha.

- Eu te acordei?

- Não. Na verdade, estava vendo TV e acabei pegando no sono. Mas está cedo pra dormir. Onde você está?

- Casa.

- Jura?

- Não faça essa voz de surpresa, Jules. Sempre tem uma primeira vez.

- No seu caso é algo muito raro. Mas, enfim, está sozinha?

- Sim - Nina se deitou no sofá. - Estava mudando a cor do meu cabelo. Arranjei um trabalho novo.

- Sério?

Nina riu e disse:

- Não sei se é exatamente bom para seus padrões, mas é um fotógrafo respeitável.

- Fotografia nua?

- Possivelmente.

- Sabe... Você não vai ficar linda pra sempre. Deveria pensar em algo mais sério, pra variar. Se seu namorado não pensa.

- Não comece. O que mais eu poderia pedir no momento? Stan talvez consiga algo grande e eu agora vou trabalhar para Frank Dahlgren. Claro, pra você não significa nada.

- Esquece... Mas onde está Stanley? Pensei que você não o deixasse sozinho.

- Claro que deixo. Ele foi a uma festa, mas eu queria ficar em casa...

- Melhor...

- O que queria, Jules?

- Só conversar. Responda-me algo...

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