𝑶 𝒔𝒆𝒒𝒖𝒆𝒔𝒕𝒓𝒐༄ - Vinnie Hacker

076 "traidores"

Sn Smith-

- Obrigada! — agradeço por te me trazido, mas agradeço mais por ter me levado até kio.

Sei que jamais teria coragem de aparecer lá.

Por um lado tudo isso foi bom
Vinnie ter vindo aqui.

Ele não diz nada, mas entende.
Sei que entendeu pela maneira de como seu olhar é tão intenso enquanto observa toda minha face perdidamente.

Ele parece querer me pedir ajuda para encontrar o caminho de volta para casa... Poder desgrudar seus olhos dos meus. E poder ir embora convencido de que está tudo bem.
De que ambos não estamos afetados, de que ambos não estamos feridos.

Mas ambos estamos...
Feridos.
Apenas estou tentando me convencer de que tudo isso foi tosco demais.
De que nada valeu apena.
Que nosso começo foi totalmente errado e talvez... Tóxico? Não sei ao bem como descrever nosso relacionamento.

Eu achei que já tinha me machucado antes
Mas ninguém me deixou com tanta dor.

Você me traiu, hacker! Você me traiu da maneira que eu imploraria para jamais ser traída.
Escondeu segredos.

Eu odeio segredos... E odeio ainda mais aqueles segredos que não interferem só a você mesmo.

Que não vão machucar só a si mesmo... Porque sinceramente eu não estaria nem ligando se fosse só seu coração ali.

E no começo... Era você o problemático.
E eu tentei... Tentei, tentei, tentei e tentei te concertar. Não sei se consegui, mas eu comecei a gostar de você... Mas eu não sabia que no final que precisaria ser concertada iria ser eu.

- Eu errei... — sua voz era mole. Porém, estava sendo transparente como água. — Mas porra, quem não erra!? Ham? — ele tenta se justificar. — Eu errei, eu errei pra caralho! — sua voz ficava mais alta. Era incrível em como aquela voz mole ficou tão pesada e amargurada em menos de 10 segundos.

- Eu espero que você esteja arrependido... Mas nessa altura eu não encontro motivos para te desculpar!

- Tudo bem... Eu não estou te obrigando a me desculpar, Sn. Eu estou te falando que estou arrependido pelo malditos segredos.

- por você eu começaria novamente! Só que com outros começos, e juro que nunca teria um fim doloroso como você está fazendo desse. — sua voz firme, como se tivesse certeza do que diz. Sua mão fazendo gestos para comprovar. Seu olhar implorando para que eu o acredite verdadeiramente.

Eu queria poder confiar em você novamente — meu coração grita.

Mas você foi um traidor, e duvido até das suas palavras de amor — meu cérebro tenta falar mais alto.

- Não é uma boa hora para discutirmos isso. — falo pronta para sair do carro.

- Nunca é! — ele diz descepionado e convencido que por mais que tentasse nada faria darmos certo como ele queria.

Concordo com a cabeça.

Ele balança a cabeça já com seu olhar para frente, olhando a rua deserta que costuma ser tão movimentada ao dia.

Ele estava zangado.

Puxo a maçaneta de seu carro e abro a porta, quando estava prestes a sair ele me chama. Respiro fundo um pouco frustada com a situação, demoro alguns segundos para voltar e ver o que queria.

- Meu número. Eu sei que provavelmente nem vai dar ao trabalho de salvar em seu celular, mas aqui está. Se estiver precisando de algo, me liga! Você provavelmente não... Mas eu ainda me importo com você. Muito! — ele estica os braços me entregando um papel com a folha branca com alguns números escrito a caneta preta.