capítulo 18

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Um homem grisalho com barriga de cerveja e uma roupa social básica, camisa branca com calça e blazer azul claro, e devo dizer, com uma péssima escolha de gravata, veio em nossa direção com um copo de conhaque em sua mão direita.

-Vocês deram um espetáculo e tanto, não é mesmo?- ele fala com um sorriso falso- suponho que você seja o senhor Tsuki e ela sua acompanhante de luxo, estou errado?- ele diz agora com um sorriso nojento.

-Oqu...-eu interrompo a frase mortal de Eros, ele estava puto, sua mão direita apertava minha cintura com força.

-Na verdade está- eu falei imitando o sorriso falso dele, o deixando chocado por eu estar o contrariando- eu sou a esposa dele, então eu acho bom controlar essa sua boca- eu disse o dando um olhar mortal, vocês devem estar se perguntando:-oque você esta fazendo? E eu vou responder ganhando confiança.- não vai achando que eu sou como as mulheres dessa merda, eu te desafio a me ofender com o nome que você dá para as vagabundas que você come enquanto sua mulher está em casa, provavelmente cuidando dos seus filhos.-eu falo o olhando séria, ele estava estático, branco parecia um fantasma, os convidados estavam em um silêncio mortal, apenas observando.

-Ela te desafiou, você quer cumprir?- o Eros tirou a mão da minha cintura e foi devagar para perto do homem que suspirou pesado com um quase imperceptível medo- eu estou excepcionalmente intrigado, você irá terminar a frase antes ou depois de eu enfiar uma bala com meu nome em sua cabeça?- ele falou enquanto fazia círculos em volta do homem, que engoliu em seco pensando nas possibilidades.

-E-eu não v-vou xinga-la, me d-desculpem- ele falou enquanto gaguejava.

-Está tudo bem, só não tente me rebaixar de novo, se não eu irei pisar em seu cadáver- eu falei dando um sorriso inocente e ele concordou rapidamente com a cabeça.

Eu olhei para Eros que jogava a bituca de cigarro no chão me olhando com desejo, ele pode parecer calmo, mas eu sei que dentro dele tem um monstro e ele vai aparecer uma hora ou outra.
Ele se aproximou de mim e colocou seu braço direito na minha cintura novamente.

-Quer mais um cigarro mea dea?- ele perguntou.

-Quero -eu falei dando de ombros.

Vi ele se afastar indo em direção ao carro, olhei em volta e as pessoas estavam voltando para dentro daquela casa enorme, Eros voltou a sua posição me oferecendo um cigarro já aceso, eu aceitei e dei um trago enquanto ele me conduzia para dentro daquele abatedouro, isso aqui é lindo, vários detalhes em dourado e branco, várias pessoas com roupa social normal, e várias mulheres com vestidos vermelhos, mas nenhum era idêntico, eu era a única com um vestido preto e Eros era o único com a roupa social daquele jeito, a gente estava sendo motivo para vários comentários invejosos, oque deixava tudo melhor.
Sentamos em um sofá, quer dizer o Eros sentou, junto a vários homens, eu percebi que as mulheres ficavam em pé e cada coisinha que os maridos pediam elas faziam. Nem fudendo que eu fico de pé menstruada. Eu joguei o cigarro no chão pisando em cima e me aproximei do ouvido do Eros.

-Levante, agora- eu falei o fazendo me olhar estranho, mas mesmo assim não levantou. -Você quer continuar com isso que você chama de pau no meio das pernas? Então levanta agora, ou eu posso chamar um homem bem gostoso para dançar e vou fazer questão de transar com ele.

Ele me olhou com ódio e se levantou rapidamente, eu me sentei bem calmamente arrumando meu vestido antes de sentar.

-Porque você está sentada? Você é mulher, deveria estar em pé para realizar qualquer coisa que seu marido desejar!- um homem qualquer disse.

-Cale a boca, se vocês homens que estão sentados aqui, são tão machos, levantem e vão realizar vocês mesmos essas tais coisas, e poupe meu tempo e sua saliva com essas frases e palavras de merda- eu disse e olhei para Eros que estava sorrindo orgulhoso.

-QUEM VOCÊ PENSA QUE É? SUA PUTA DE MER...- ele foi interrompido por Eros.

-Ela é minha mulher, algum problema?-ele  falou sério, o homem engoliu em seco.

-Não Kháos, que isso.- ele falou dando uma risada nervosa, Kháos? Então esse é o apelido dele dentro da máfia? Interessante.

-Então pare de incomodar ela- ele se abaixou para ficar da minha altura- quer algo para beber?

-Sim, vinho- eu falei mesmo tendo em mente que vinho aumentava minha libido.

-Eu vou lá buscar e já volto- me deu um beijo na testa e saiu.

Calma Mia é só ele se acostumar com você e te dar espaço. Esses homens são ridículos  só pensam em dinheiro, sexo, drogas e prostitutas, mesmo as mulheres ao lado deles. O Eros volta com dois copos de bebida, mas eu notei que em seu pescoço tem uma marca de batom vermelho, então quando ele me entregou a taça de vinho e se posicionou em pé ao meu lado e eu disse.

-Depois você pede para a mulher que beijou seu pescoço me dar a marca do batom que ela usa? Ele é lindo- eu dei um sorrisinho inocente e ele arregalou os olhos. Eu não estou nem um pouco incomodada, só estou esperando o tempo certo para sumir.

-Não é isso que você está pensando- ele falou preocupado.

-De verdade Eros, eu não ligo, foda com quem quiser- eu dei de ombros enquanto tomava pequenos goles do meu vinho.

-Tá bom pequena psiquê- ele falou suspirando insatisfeito.

-Não me chame por esses malditos apelidos.- eu falei irritada.

-Tá bom, quer dançar?- ele me ofereceu a mão.

-Não, chame a sua mulher, ela vai gostar- eu falei sorrindo para ele- enquanto isso me deixe aproveitar meu vinho,ahhh e não se esqueça de não me deixar aqui.- ele me olhava com uma mistura de surpresa e mágoa.

-Eu te chamei, porque você é minha mulher- ele afirmou com convicção.

- Não Eros, você me chamou para suprir a sua necessidade de me enganar, você não me chamou porque quer, você me chamou por obrigação- eu falei o olhando bem nos olhos.- Vá se divertir.- eu dei uma última olhada para ele antes de levantar e ir pegar mais vinho.

   Essa noite será longa...

 Show de horrores - dark romance Where stories live. Discover now