capítulo 47

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Eu nem percebi quando peguei no sono encostada na parede do banheiro.

Eu despertei encostada na porta, eu não quero sair daqui.

  Olhei em volta e vi um cesto de toalhas, tirei minhas roupas e me olhei no espelho, Eu estou horrível. Olheiras em meus olhos deixam claro que eu não tive uma boa noite de sono, meu cabelo completamente bagunçado, dei um suspiro cansado e liguei o chuveiro, eu deixei a água gelada e isso me fez ter um pequeno dejavu, merda de lembranças do passado, fechei meus olhos e deixei a água cair por todo me corpo.

Depois de tomar meu banho eu me enrolei em uma toalha que estava no cesto, fui até a pia para escovar meus dentes e cabelo.
Eu abri a porta do banheiro dando de cara com o Eros que estava dormindo sentado enquanto suas costas ficavam apoiadas na parede, eu fui em direção ao closet, peguei uma cueca e uma camisa preta dele.

Me ajoelhei no chão ao seu lado e fiz carinho em seu cabelo. Que merda eu fazendo da minha vida?

Eu estou aqui ta bom? Vou ficar aqui sentado com você.

Ele ficou..

Eu parei os carinhos no cabelo dele e quase tive um treco quando ele abriu os olhos.

-Porque parou?- ele falou com a voz rouca de quem tinha acabado de acordar, seu olhos estavam escuros e ele me encarava fixamente.

-desculpe se eu te acordei- eu falei baixo, me levantei do chão, mas antes que eu conseguisse sair de perto dele, ele puxou meu braço.

-Não se desculpe, você não me acordou- ele afirmou calmamente, eu ainda não tinha conseguido me virar para ele- Por favor volte... Continue o que você fazia em meu cabelo, isso é bom- ele disse me puxando levemente para trás.

Eu suspirei e sentei no chão perto dele e continuei a mexer em seu cabelo.

-isso me lembra a minha mãe- ele falou baixo enquanto encostava a cabeça em meu peito. E ao perceber que essa posição complicava para mexer nos cabelos dele ele me pegou e colocou sobre seu colo, assim que minhas pernas ficaram uma de cada lado do quadril dele, ele escondeu o rosto em meu pescoço. - ela fazia isso para que eu pudesse dormir, enquanto meu pai tinha ataques de raiva na sala - ele suspirou calmamente.- ela me escondia em um sótão para que ele não me encontrasse e hoje não posso ficar em lugares fechados. Mas em um dia, enquanto ela me escondia ele chegou por trás dela com uma metralhadora e atirou nela até as balas acabarem.... ele me disse que eu era uma putinha por viver fugindo dele, então me espancou e aos 13 eu o matei... 6 tiros na cabeça, minhas costas são cheias de cicatrizes por isso não mostro elas.- ele me contava calmamente.- conte oque aconteceu com você, mesmo que eu já saiba de tudo, eu quero escutar de você.- ele levantou a cabeça e me olhou esperando que eu comece.

- m-meu - eu suspirei e continuei- meu pai batia na minha mãe, até que a matou quando eu tinha 6 anos... ele a esfaqueou 3 vezes na barriga, eu a vi caindo, eu vi o brilho saindo de seus olhos, eu a abracei e o sangue dela ficou em mim, me pareceu por anos que eu tinha tirado a vida dela... ele me batia com tudo que tinha direito e me deixava presa. O pior dia foi quando fiquei por 15 dias presa, hoje em dia tenho medo de escuro. Aos 16 eu o matei... fiz o sangue dele jorar, me lembro até hoje a sensação de sentir o sangue sobre mim. Eu gostei do sangue me cobrindo mesmo que fosse pegajoso, o sangue escarlate ficou lindo na minha pele. - eu falei olhando em seus olhos.

 Show de horrores - dark romance Where stories live. Discover now