1.14: Isobel e Gearge

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Universidade St. Juniper, Nova Orleans, Estados Unidos

01 de novembro de 2025

Sob a luz da lua cheia, Daphnée varria as ruas de St. Juniper com muito mais afinco do que o habitual. Contavam com a filha de Nyx para encontrar Virginia e desfazer a barreira mística sobre a ilha, e Daphnée não tinha a pretensão de falhar.

Ela pousou sobre o prédio administrativo, onde ficava o escritório da reitoria. A energia vital da loira pairava sobre o edifício, não havia dúvida que ela estava presa ali.

Sendo assim, entrou.

O silêncio tenebroso caiu sobre a torre, o eco dos seus saltos sobre o piso de mármore gritava nos corredores. A tensão era palpável como uma névoa espessa, ela não estava sozinha, mas não tinha medo de encarar o que estava à espreita. Por mais que a expressão de Daphnée Saint-Aulaire estivesse sempre serena, a morena era filha da deusa da Noite, a Domadora de Homens e Deuses.

Quando os espectros saíram das sombras, prestes a dar o bote, a professora de Antropologia parou o ataque com um mero balançar de dedos. Como filha da senhora da escuridão, tudo o que se esconde nas sombras é seu domínio. Sendo assim, quando os Cath Palug saltaram sobre Daphnée, ela os baniu de volta para a dimensão sombria.

Seguiu apressada pelo interior da torre, rastreando a energia vital de Virginia, até se deparar com a sala da diretoria, lacrada por runas. Não foi difícil para Daphnée desfazer o feitiço, e tão logo invadiu o escritório, avistou Virginia amarrada em uma cadeira e desacordada.

Ela correu até a loira para desatar as cordas e usou sua magia para trazer Virginia de volta à consciência. Em resposta, a neta de Atena e Poseidon se ergueu num salto, contida pelo toque gentil da morena.

— Sou eu, Daphnée! Você está bem agora.

— Mas que diabos...

A mulher sentiu suas pernas vacilarem, e a filha de Nyx a amparou antes que caísse. Virginia estava ferida, a luta que enfrentou antes de ser aprisionada não foi amadora.

— Você se lembra de alguma coisa sobre o ataque?

— Só fragmentos... foi tão esquisito. Uma hora eu estava no meu quarto, me arrumando para a festa. E então, do nada, tudo apagou.

— Como assim?

— A única coisa que me lembro é uma sombra caindo sobre mim, depois disso perdi a consciência.

Daphnée assentiu, talvez tenha sido atacada por um Cath Palug de surpresa e não teve tempo suficiente para se defender. Ela a atualizou sobre o atentado na Beta Lambda Gama, deixando-a revoltada.

— O que esses merdinhas pensam que estão fazendo?! Sabe onde estão Têmis e Diké?! Temos que acabar com isso, Daph!

— Ainda estou em busca delas, mas sinto que estão aprisionadas em algum lugar da ilha. Henrik está atrás do coven que o Vraie Magie está mantendo para invocar os espectros e derrubar a barreira.

— Então vamos logo!

A catiça brandiu sua espada e avançou para fora da sala, seguida por uma Daphnée alarmada.

— Você está ferida, Virginia! Não acho sensato você sair...

— Não vão me pegar distraída duas vezes, Daph. E se eles estão atrás de nós, ficar parada só vai facilitar tudo. Por onde vamos?

Daphnée suspirou. A loira era cabeça-dura o bastante para não se sentar de braços cruzados e esperar uma solução cair do céu, mas ela tinha um ponto.

Universidade St. JuniperWhere stories live. Discover now