[Este livro não retrata a realidade nua e crua das favelas, é apenas uma história fictícia com o intuito de entreter]
Após passar 72 horas como refém do temido líder da facção, Chorão, Emília luta para superar os acontecimentos desse trágico evento...
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Após negociar com GV, ele honrou a parte do acordo de Chorão e pagou todas as minhas pendências financeiras, sem exceção, inclusive com minha vizinha a quem devia um perfume que sequer havia vencido o prazo de pagamento.
Quitar minhas dívidas já seria muito, mas GV também fez compras no supermercado para garantir que não faltasse comida em minha casa.
Acredito que nunca me alimentei tão bem como nos últimos dias.
Abençoado seja meu boquete de iniciante que conquistou aquele bandido.
Minha mãe finge não saber o motivo da repentina mudança financeira em nossas vidas, mas eu sei que ela tem consciência de que estou envolvida em atividades ilícitas. Ela teria que ser muito ingênua para não perceber os fatos.
Isadora, por outro lado, parece cada vez mais distante, imersa em seu próprio mundo para se preocupar com a origem do dinheiro que nos sustenta.
Antes da visita íntima, troquei breves mensagens com Chorão, e ele assegurou que, caso me sentisse desconfortável e quisesse desistir do acordo, poderia interromper as visitas sem enfrentar problemas com a FDM.
Me baseando nessa informação fornecida pelo próprio líder, decidi comparecer uma única vez e depois propor o cancelamento do acordo, pois não suportaria viver como esposa de um preso.
Não acredito que ele vá exigir que devolva toda a comida ou o dinheiro. Seria demasiadamente mesquinho de sua parte.
Chorão parece disposto a ser amigável comigo, e posso usar isso a meu favor para mantê-lo sob meu controle.
Gabriela sempre afirmou que Chorão é extremamente perigoso, arrogante e insensível, mas fui a única presente em um de seus momentos mais vulneráveis.
Quem sabe eu não possa aproveitar o seu interesse peculiar por mim?
Hoje é o dia da minha primeira e única visita íntima ao homem que me manteve como refém, e meu coração está tão acelerado que parece prestes a sair pela boca a qualquer momento.
Optei por vestir uma calça legging preta e uma blusa de manga branca, sem decote, com o símbolo da campanha do Lula, que pertencia à Isadora, a única petista da família. Eu votei no Ciro e minha mãe no Bolsonaro, então evitamos discutir política para não acabarmos nos matando.
As regras de vestimenta para visitantes são extremamente rigorosas, e não consegui memorizar todas, mas espero estar dentro das normas.
Fiz uma maquiagem leve e escolhi os brincos e o colar que Chorão me presenteou através do GV como acessórios.
Ainda não acredito que vou perder a minha virgindade com um traficante dentro de uma cadeia, porém sei que não há outra saída depois de ter aceitado todas as mordomias que o Chorão me ofereceu nas últimas semanas.
OGV me ligou três vezes, mas não pude atender porque estava escovando os dentes.
Quando retornei a ligação, não obtive resposta. Preocupei-me quando um número desconhecido começou a me chamar, então decidi apressar-me para encontrar GV no local combinado.
