Capítulo 7

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— As visitas íntimas duram uma hora, mas o Chorão conseguiu que você ficasse a noite inteira até às sete da matina — Rato informou ao estacionar o carro próximo ao presídio

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— As visitas íntimas duram uma hora, mas o Chorão conseguiu que você ficasse a noite inteira até às sete da matina — Rato informou ao estacionar o carro próximo ao presídio.

— Como ele conseguiu isso?

— Da mesma forma que não estão me prendendo agora: subornando alguns peixes pequenos e um ou outro tubarão.

— Tudo isso para comer uma piranha endividada?

Rato soltou uma risada com o meu comentário, negando com a cabeça.

— É um quarto limpo e organizado, não vai ser nada nojento.

— Tirando a parte de vender meu corpo pra um bandido — ironizei com um sorriso nervoso.

— Te aconselho a não ser tão babaca com um traficante entre quatro paredes, Emília. O meu irmão pode gostar de você, mas ele não vai aturar teu desrespeito.

Mordo meus lábios ao ficar nervosa com a sua bronca e ele fixa seu olhar na minha boca, parecendo hipnotizado por alguns segundos.

— Tem mais alguma outra dica?

— O Chorão gosta de mulher submissa e você não pode ficar peitando ele achando que vai sair ilesa, porque pra ele mandar algum dos caras te dar uma surra pra você aprender com quem tá lidando é rapidinho.

— Sério que ele mandaria alguém bater em uma mulher? — questionei, completamente assustada.

— Tu é idiota, Emília? O Chorão mata pessoas que devem R$30,00 e tu acha mesmo que ele não vai te dar uns bons tapas pra putinha aprender a se comportar.

— Óbvio que ele me daria uma porrada. Ele é traficante e bandido é assim mesmo. — Pendi a minha cabeça para trás e passei as minhas mãos no rosto.

Rato me encarou com o semblante sério, me deixando intimidada, e falou:

— Se o meu irmão perder o respeito dentro da nossa facção, porque não consegue controlar uma prostituta, ele tem muito a perder.

— Certo. Eu vou controlar mais a língua.

— Tá, vamos ao que interessa. — Ele saiu do quarto e eu imitei seu gesto, indo em direção ao porta-malas.

— Vou ser morta e colocada aí atrás?

— Você vai entregar essa bolsa para o Chorão. — Rato me entregou uma ecobag, ignorando a minha indagação. — São coisas que ele tá precisando, nada demais.

[...]

Estava na fila do presídio aguardando a vez do meu grupo entrar na sala onde faziam as revistas quando uma mulher começou a puxar assunto comigo.

— Você tá indo visitar quem? — Ela  perguntou.

— Meu marido. — Sorri como se estivesse orgulhosa do meu posto de mulher de bandido.

— Tá, mas quem é o seu marido?

— O Chorão.

— O chefão da FDM? — Ela assobiou, surpresa.

— O próprio.

— Você é uma sortuda do caralho, ele é bonitão. Eu tô sendo paga pra fazer visita íntima pra um velho barrigudo.

— Credo, moça.

— Infelizmente, preciso do dinheiro.

— Ei, garotas! É a nossa vez! — Uma mulher gordinha que estava atrás de nós duas cutucou nossos braços e sorrimos sem graça. — Vamos, vamos que tem gente aqui querendo molhar biscoito.

— Desculpa, moça, estávamos distraídas — expliquei e caminhei até às carcereiras que estavam nos esperando na porta.

Enquanto obedecia às ordens sem questionar, a sensação de constrangimento só aumentava dentro de mim. Era como se cada passo que eu dava naquele corredor estreito me afastasse ainda mais da minha própria dignidade.

Era difícil não sentir o peso daquele momento, especialmente quando me deparei com a cena chocante da mulher na frente sendo pega com celulares e drogas na vagina.

A curiosidade me consumia. Como era possível que alguém conseguisse esconder dois celulares e drogas em um espaço tão pequeno? A biologia parecia desafiar a lógica, mas naquele ambiente sombrio e surreal, nada parecia seguir as regras convencionais.

Só de pensar que vou ter que aguentar um pau entrando na minha buceta daqui a pouco, já fico agoniada, imagina colocar um celular.

Espero que o Chorão não me peça para fazer nada desse nível, porque a minha buceta vai sair vazia dessa visita.

Aquela situação me fez questionar ainda mais os sacrifícios que algumas mulheres fazem por amor. Enquanto alguns homens são incapazes de reconhecer o valor desses gestos, elas estavam ali, dispostas a enfrentar qualquer humilhação para agradar seus homens .

Quando toda a humilhação acabou, fui acompanhada até o quarto onde passaria a noite com o Chorão e comecei a suar de nervosismo ao perceber que estaríamos tão próximos novamente.

Ao abrir a porta, deparei-me com o homem que visitaria, e sua expressão mudou rapidamente de sorridente para furiosa ao me ver vestida com a camisa do Rato.

Eu estraguei tudo.

— Pode entrar e fechar a porra da porta ou vai querer que todo mundo veja eu te fodendo? — Chorão perguntou da forma mais grosseira possível e a minha vontade foi de sair correndo para bem longe.

— Pode entrar e fechar a porra da porta ou vai querer que todo mundo veja eu te fodendo? — Chorão perguntou da forma mais grosseira possível e a minha vontade foi de sair correndo para bem longe

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ATRAÍDA PELO TRÁFICOWhere stories live. Discover now