Capítulo 18

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— Não seria surpresa se ele te enganasse — Rato afirmou com o semblante melancólico

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— Não seria surpresa se ele te enganasse — Rato afirmou com o semblante melancólico. — A especialidade do Chorão é quebrar a confiança das pessoas que gostam verdadeiramente dele.

— E você nunca errou com as pessoas? — Tentei defender o Chorão no automático. — Ninguém é perfeito, sabe?

É surpreendente perceber o quanto me envolvi emocionalmente com aquele homem, chegando ao ponto de sentir uma necessidade genuína de protegê-lo de qualquer crítica ou julgamento externo. Essa conexão profunda que desenvolvi me faz questionar até que ponto estou disposta a ignorar seus defeitos ou falhas, simplesmente porque minha afeição por ele supera qualquer aspecto negativo que os outros possam enxergar.

— Por mais difícil que possa parecer, eu sou um cara bacana e, geralmente, as pessoas quebram a confiança que deposito nelas.

— Mas você trai a Cláudia.

— Ela me traiu primeiro.

— E você não raspou a cabeça dela? — Suspendi a sobrancelha. — Porque é isso que traficantes fazem com mulher que coloca chifres neles, não é?

— Eu ainda não era traficante. — Ele riu sem graça. — Tô com ela desde quando tínhamos uns quinze anos.

— Caramba! — Arregalei os olhos. — Então são quinze anos juntos? 

— É... Mais ou menos isso.

— E o Chorão já foi casado? 

— Vocês nunca conversaram sobre isso? 

— A gente não teve muitas oportunidades, sabe? — Ri de nervoso e completei: — As únicas vezes que estivemos juntos foi quando ele me manteve refém e quando tive que transar com ele.

— Entendi.

Respirei profundamente sem saber como continuar a conversa. 

— Foi mal, Emília. Eu não deveria tá falando mal do Chorão pra você.

— Não se preocupe, porque eu entendo o seu lado. 

— Não, não entende. — Rato abaixou a cabeça por alguns segundos e voltou a me encarar com o semblante triste. — Todo mundo sempre entende o lado do meu irmão, mas nunca o meu.

Forçando um sorriso, percebi imediatamente que o Rato estava tentando me manipular contra o Chorão. Sentindo uma onda de desconforto, aumentei o ritmo ao tomar o sorvete, me mantendo em silêncio para evitar ofendê-lo.

Sabia que o Rato era capaz de causar danos a qualquer momento se percebesse que suas tentativas de manipulação não estavam funcionando comigo. Consciente do perigo, não podia arriscar-me ao desafiar um homem envolvido com o tráfico de drogas. 

Eu confronto o Chorão porque acredito que ele só me machucaria se eu cometesse algo realmente grave, mas quando se trata do irmão dele, as coisas mudam completamente de figura. 

ATRAÍDA PELO TRÁFICOWhere stories live. Discover now