Capítulo 15

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— Tenho muito trabalho para fazer aqui, mas pode ir, filha — minha mãe disse com um sorriso nitidamente desconfortável por ter um traficante na frente da nossa casa

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— Tenho muito trabalho para fazer aqui, mas pode ir, filha — minha mãe disse com um sorriso nitidamente desconfortável por ter um traficante na frente da nossa casa. — Só tome cuidado pra não entrar em confusão.

Concordei com um aceno, sentindo-me envergonhada por perceber o desconforto estampado no rosto da minha mãe. Cada passo em direção ao carro do GV, estacionado na esquina familiar da nossa rua, pesava como um fardo. Uma sensação de culpa se apossava de mim, sabendo que era eu quem estava contribuindo para essa situação constrangedora. Com um gesto automático, puxei as bordas do meu vestido azul para baixo, numa tentativa de ocultar um pouco mais de pele e manter uma aparência mais recatada.

— A sua mãe tá bem calma pra quem tem uma filha que virou marmita de bandido — GV implicou, andando rápido atrás de mim.

— Você achou mesmo que ela iria preferir ficar sem luz em casa e continuar passando necessidades? — rebati, o olhando por cima do ombro. — Ela tá é agradecida por ter uma filha que vale vinte mil reais.

— Que bom que a sua mãe te apoia na sua nova profissão como puta de traficante, Emília. Fico muito feliz por você.

— Por que você é assim, GV? — Revirei os olhos e ele gargalhou.

— Pra onde você vai? — Isadora se aproximou no mesmo instante que eu ia entrar no veículo do GV.

— Vou resolver um negócio, Isa. — Sorri sem graça ao ver a minha irmã com o uniforme da sua escola, enquanto eu estava prestes a sair com um bandido.

— Posso ir junto? — A garota de cabelos longos e castanhos com mechas loiras me encarou com um olhar animado.

— Pode, pirralha! — GV sorriu maliciosamente para minha irmã e ela retribuiu como se estivesse interessada nele.

Misericórdia, não!

— Ela tem dezesseis anos, GV! — alertei quando os olhares dos dois não se desviaram um do outro.

— Daqui a dois anos, eu vou te procurar — GV começou a dizer olhando para a minha irmã e em seguida, virou a cabeça na minha direção, me fitou sério e afirmou: — Mas eu não pago, porque me garanto ao contrário do Chorão.

— A minha irmã não vai se envolver com um mão-de-vaca igual a você.

Enquanto minha atenção vagava em devaneios dispersos, Isadora habilmente aproveitou a brecha da minha distração para deslizar para dentro do carro e ocupar o assento do passageiro. Embora pudesse sentir uma pontada de surpresa por sua audácia, uma onda de compreensão logo se seguiu. Afinal, ela era minha irmã, e desde sempre, eu sabia que ser espevitada sempre fora sua marca registrada.

Sinceramente, somos bem parecidas quando se trata de safadeza. Sou virgem, porque ainda não tinha conhecido alguém que me fizesse querer namorar sério.

Antes do Chorão, costumava ficar com uns carinhas que tinham como única intenção tirar a minha virgindade e cair fora, o que não me agradava em nada, porque, apesar de parecer brega, eu sempre desejei que minha primeira vez fosse com alguém especial.

ATRAÍDA PELO TRÁFICOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora