The decision

48 6 0
                                    

Acordei naturalmente, muito antes da hora programada, e decidi que faria uma corrida matinal. Com os últimos acontecimentos, a lesão devido ao tiro e os turnos do meu trabalho, perdi um pouco o hábito de correr todos os dias de manhã. Corro irregularmente, isto é, sem hora marcada e nem todos os dias.

Já vestida e o papel a anunciar que fui correr no frigorífico sai de casa com vários objetivos. Percorrer a cidade fria, meditar, praticar exercício e ser feliz.

Semanas passaram e a minha vida decorria como se nunca estivesse estado perto da morte. Corri. Já trabalhava normalmente e já podia praticar exercício sem precauções. O Jack achava que já poderia saltar-me em cima, literalmente, e brincar como se fossemos duas crianças inocentes. Eleanor conseguiu, pela primeira vez, criar um espetáculo com todos os elementos da academia que está marcado para sábado. Ela convidou os amigos mais próximos para poder partilhar a felicidade que não lhe cabe na cara. Thomas tem tido imensa paciência e ajudado a namorada em tudo, assim como eu, e tem-lhe tirado imensas fotografias porque 'o sorriso da El anda indescritível'. Aqueles dois são adoráveis!

Mudei de música e prossegui.

O James tem falado com Beth e todos os colegas da esquadra têm comentado, com um pouco de inveja, que eu lhe apresentei uma boazona. Sorri ao lembrar-me dos bons momentos passados em trabalho e como um dos meus sonhos foi cumprido. Jack convidou-me para a gala do clube em que ele joga numa das idas ao ginásio. A gala é hoje e Eleanor convenceu-me a preparar tudo com antecedência de modo a evitar as correrias normais nos dias meus dias sem rotina.

Inalei profundamente o cheiro a praia e suspirei.

Estou melhor do que nunca e o meu pai devia de sabê-lo. Talvez um dia lhe ligue a contar algumas coisas ou ainda apareça por lá quando tiver uns dias livres. As saudades são muitas mas são atenuadas por todas as coisas boas vivenciadas!

Continuei em direção à entrada do metro.

Uma conversa, como não tenho há muito, far-me-á bem. O senhor do saxofone, com idade avançada tal como os seus conhecimentos, está a preparar o canto para mais um dia de boa música quando eu chego perto dele.

- Bom dia –sorri ao vê-lo parar e observar-me.

- Bom dia menina –ele sorriu e voltou às suas tarefas.

- Tem um tempinho antes de começar? –inquiriu ao observar as poucas pessoas que já desciam as escadas para o subterrâneo.

- Eu? –o senhor voltou-se e analisou-me. – A menina já não vem cá há algum tempo pois não?

Anui que sim.

- Teria muito gosto e conversar consigo –os olhos dele brilharam e o lábio mexeu num meio sorriso. – Acompanha-me?

Indiquei para a zona onde existiam pequenos comércios. Afirmou que ele é que teria gosto em falar comigo e voltou a pegar nas suas coisas. Ajudei-o, após uns minutos de teimosia, e fomos até uma loja de café.

- Como tem estado? Muitas novidades certamente! –o senhor Dean

O café foi-nos entregue e, seguidamente ao primeiro golo, retratei alguns dos acontecimentos vividos nos últimos meses. Comecei pela finalização do meu curso superior e entrada para a polícia. Fui felicitada e comentei o facto de James ser atraente e psicologicamente parecido comigo. Passei a relatar a inesquecível viagem a Las Vegas e descobri que a despedida de solteiro do senhor Ron foi lá e que loucura não faltou.

- Velhos tempos...-declarou o saxofonista acompanhado por um sorriso –a menina não para!

Sorri.

Unforgettable 2Where stories live. Discover now