Recovery

30 3 0
                                    

A mãe do Jack é uma senhora adorável, com ótima genética e muito simpática. O seu sentido de humor consegue captar qualquer pessoa e isso faz-me questionar sobre a causa do divórcio. Talvez quando conhecer o seu ex-marido entenda o divórcio - ou fique ainda mais espantada. O arquitecto deixou-me em casa antes de ir para o seu trabalho dando-me a possibilidade de recuperar e aproveitar o dia a minha maneira.

Para começar, troquei de roupa e fui até ao ginásio deixar as más energias e recarregar baterias. Em seguida, quando voltei a casa para almoçar, encontrei a Eleanor rodeada de tachos e música comercial animada. Conversamos durante o maravilhoso e relaxado almoço e concluímos que nenhuma teve razão, nem tem, e que esqueceríamos aquele mau momento. O Bruce é um conhecido e estará na minha vida visto haver amigos em comum, não tenho nada contra ele e não irei deixar más energias abaterem-me ou deixar-me em baixo. Acabei por ligar a Mason, para combinar um café, e dei boleia a bailarina uma vez que as suas aulas acabaram e ela ia até a academia praticar.

Mal me tinha sentado quando Mason apareceu. Pontualidade britânica para variar.

- Boa tarde Jennifer! – Baixou-se para um pequeno abraço e deu-me um beijo na bochecha sentando-se em seguida.

- Boa tarde Mason. – Sorri-lhe. – Acabei de chegar, ainda não pedi.

- Quero um café.

- Então são dois.

Pedi ao empregado dois cafés e analisei o loiro que me observava de forma atenta.

- Estás com óptimo aspeto. – Continuei confusa após as suas palavras levando-o a explicar-se. – A Eleanor ligou-me preocupada, sei mais ou menos o que se passou...e desde a última vez que te vi pareces ter mais energia e estar a Jennifer Azevedo pronta para arrasar.

- Obrigada. – Agradeci, um pouco tímida, devido ao encorajamento e à exposição a que fui sujeita. – Nunca mais voltamos aqui...- Disse ao ver o papel de parede demasiado colorido e relembrar-me da última vez que o vira.

- A tua vida sempre foi inconstante mas o Jack fez um bom trabalho, tenho de admitir.

De facto a chegada de Jack à minha vida alterou-a e tornou-me ainda mais a Jennifer, isto é, ele, sem tentar mudar ou obrigar-me ao que quer que fosse, fez-me mostrar o verdadeiro eu e alterar as minhas rotinas. Os cafés foram pousados na nossa mesa e, com um sorriso simpático, agradeci ao empregado que me piscou o olho.

- Conhece-lo foi das melhoras escolhas da minha vida...- Admiti quase corada e olhei Mason.- E a loira ainda trabalha aqui? Chegaste a conseguir algo com ela?

-Tens de deixar de ser tão gira, não se pode sair contigo que é só piscadelas e olhares...adiante, acho que ela mudou para um café mais perto da sua casa. E sim, consegui sair com ela algumas vezes. Era apenas um bom partido para algo nada sério.

Ri do seu discurso descontraído e sincero.

- Eu bem avisei que arranjavas melhor...- Levei a chávena a boca e bebi o café amargo de uma só vez.

- Quem bebe café sem açúcar pode ser psicopata. – Mudou de assunto. - Li há uns dias numa revista.

- Quem bebe café com açúcar é psicopata ao estragar café sem remorsos!

Gargalhamos da brincadeira, pois apesar de não termos estado muito juntos o à vontade continua e basta um pequeno tom ou gesto para diferenciarmos o que é verdadeiro do que é divertimento. Vi Mason a bebericar o café enquanto olhava para a pequena revista de fofocas pousada na mesa ao lado, ri baixinho e ele encarou-me.

- Obrigada Mason. – Agradeci a companhia e o favor da noite do espectáculo.

- O Bruce também é meu amigo, não tens de agradecer.- Respondeu-me com um olhar sincero. – Mas conta lá, as coisas na polícia estão a ir bem?

Unforgettable 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora