Mocking Spirit

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"Os que sobrevivem estão condenados aos fantasmas."

Marcelo Alves.

Treze de outubro de 1888, sábado. (manhã). (...?) Inglaterra.

- C-C-Cain...!!! – Lilith grita. – Eu não sabia que... Que isso era tão triste!!!

- Pare de chorar, idiota! – Empurro-a quando ela tenta me abraçar.

- Christopher morreu em seus braços. Como você pode não ficar triste com isso? – Ela cruza os braços.

- Tudo que tinha que chorar, eu já chorei. – Sussurro. – Deixe-me em paz.

- Ora! Você que veio aqui primeiro!

- É verdade. – Desvio o olhar. – E então? Vai me ajudar com o espírito desse pianista louco?

- Sim, irei meu irmão. – Sorrio e ela segue meu olhar. – Ele está aqui?!

- Não, por quê? – Agora a encaro.

- É que você sorriu e... Foi porque concordei?

- Sim, pare de ser estranha.

- Desculpe... – Ela sorri calmamente. – Senhor Piaff acredito que o senhor tenha problemas nas vistas e seja muito burro para gostar disso!!!

- Pare de gritar asneiras!!! E problema nas vistas tem a senhorita.

- Claro que não! Eu vejo sua cara feia e me lembro que Raphael era quase igual, logo, ele é que tem problemas!

- E Jaken é o pior de todos. – Digo venenosamente. – Você não acha?

- M-mas eu não gosto dele...

- Certeza? – Sorrio de sua expressão. – Esqueça. Eu vou levantar, com licença. – Sinto-a puxar meu braço. – Pois não?

- Eu não sabia que você sofria tudo isso nos internatos, eu só pensava que você estudava e ficava com outros garotos, eu... Eu sempre achei que você tinha ficado assim sem motivo, mas... Desculpe-me por sempre ficar em casa e te julgar por isso.

- "Assim" você quer dizer "frio"? – Estendo minha mão e pouso-a em seus cabelos negros. – Eu fiz minha escolha, não tem o porquê você se desculpar, e não pense que é tão importante para a culpa ser sua, e se continuar a debater ire-a transformar em Christopher. – Afago seus cabelos sorrindo. – E sabemos que nosso outro irmão sofreu mais.

- Você não presta... – Ela me puxa me abraçando.

Não faça isso garotinha, não confie no lobo que a abocanhará no futuro, pois por mais que pareça, eu não sinto nada por você, apenas sei fingir. Sorrio e sussurro:

- Você pode ir comigo falar com Dianna?

- Eu não gosto da Meddi. – Ela encolhe seus ombros. – Mas como disse que ia ajudar, vou com você.

- Obrigado. Agora solte-me, por favor.

XXX

Adentro no quarto pequeno perto da escada e vejo que está vazio, ele já acordou...

- Aqui em cima! – Olho para o teto e vejo-o de cabeça para baixo no lustre. – Bom dia!

- Você dorme aí? – Digo com desdém. – "Bom dia"

- Estava me exercitando. – Ele se segura com os braços e balança as pernas. – Senão fico enferrujado! O que você quer?

- Aonde foi parar o respeito? – Suspiro fingindo estar ressentido. – Apenas quis te ver, tive um pesadelo e fiquei com uma sensação ruim.

The Ripper - Saga Maurêveilles - Livro umOnde as histórias ganham vida. Descobre agora