II

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[..."Hazz, querido, você ainda está segurando seu casaco?" A voz de Johannah me distraiu, novamente. "Você pode guardá-lo no quarto do Louis, se quiser." Ela sorriu, logo me passando as indicações de qual dos quartos era o dele. ]

Concordei, deixando a cozinha. Subi as escadas reparando em cada uma das pessoas visíveis na sala, procurando-o com o olhar. Não avistei Louis em lugar algum. Me vi em um corredor, e caminhei por ele até a terceira porta, a abrindo. Pro meu alívio - ou não - o quarto estava vazio.

Logo que entrei, pude sentir o cheiro que seu quarto tinha: Uma mistura de um leve perfume masculino com o agradável aroma pós-banho. Deixei meu casaco em cima da cama e não resisti em dar uma olhada em suas coisas. Era um local até que organizado, se fosse comparar ao meu quarto. Em cima de sua escrivaninha, havia alguns CDs: The Fray, do Green Day; Abbey Road, dos Beatles; e um do Queen que eu nem sequer reparei no nome. Era um bom gosto musical, de qualquer forma. Comecei a reparar em suas fotos e outras coisas assim, entretido com tudo o que eu via.

"Posso ajudar em alguma coisa?" Ouvi uma voz masculina vir das minhas costas, me fazendo virar surpreso. Encostado na porta de maneira tentadora, Louis me encarava de braços cruzados e a sombra de um sorriso em seus lábios. Eu me apoiei na escrivaninha, tentando não pensar no meu gosto por garotos e nem na minha atração física por ele.

"Você me assustou." Foi tudo o que eu consegui murmurar, sem desviar o olhar do dele.

Tomlinson soltou uma risada baixa. "Desculpe... Hm... Como é mesmo seu nome?" Ele perguntou, entrando no quarto e fechando a porta atrás de si.

"Harry." Respondi rápido. Ele voltou a sorrir, me desarmando cada vez mais. Tentei manter minha expressão naturalmente indiferente.

"Desculpe, Harry." Louis pronunciou meu nome com uma leveza incrível, e soou como música ouvi-lo pronunciado por aqueles lábios tão... Tão...

"Você é de Cheshire, certo?"

"Certo." Concordei, mesmo mal tendo ouvido sua pergunta. Louis se apoiou na escrivaninha de frente pra mim.

"Notei o sotaque."

"É, as pessoas geralmente notam." Murmurei, abaixando o meu olhar ao sentir meu rosto começar a corar.

"Prazer, de qualquer forma." Ele deu de ombros, indo se sentar em sua cama e cruzando as pernas em cima da mesma. "O que está achando de Londres?"

"Fria." Ri em voz baixa, o olhando por um breve momento.

"Oh, não se incomode. Londres não é sempre uma cidade fria. Mais cedo ou mais tarde, você vai conhecer o calor daqui." Não sei porquê, mas pude ouvir um tom de mensagem subliminar em sua voz. Obviamente, era só minha imaginação me iludindo.

"É, eu espero." Murmurei novamente, olhando mais à minha volta, já que não conseguia olhar pro garoto por mais de dois segundos sem sentir meu corpo estremecer.

"Você toca violão?" Perguntei interessado, quando meu olhar caiu no instrumento que eu não havia visto antes.

"Não, está aí só pra enfeitar." O vi girar os olhos. "É, eu toco. Quer ver?" Ele voltou a sorrir, se levantando e pegando o instrumento. Eu já ia concordar fascinado, quando alguém entrou no quarto.

"Oh, hey, vocês estão aí." Minha irmã falou, sem graça. "Só vim deixar minha bolsa e meu casaco no quarto da Fizzy, mas acho que errei de cômodo."

"É o quarto ao lado." O castanho sorriu pra ela, que agradeceu e retribuiu o sorriso um tanto quanto sedutora, saindo em seguida.

Mesmo depois de ela ter saído, Louis continuou olhando pra porta por um momento. Então sua atenção se voltou pra mim, parecendo se lembrar de que eu ainda estava ali. Eu achei que ele ia falar algo sobre o que tocaria, mas tudo o que ele perguntou foi:

Boys Will Be BoysOnde as histórias ganham vida. Descobre agora