Chapter 6: De carona com o perigo

9.2K 872 127
                                    

Consigo voltar a respirar pela primeira vez normalmente desde que vi aquele homem. Não precisava saber quem ele era, só pelo andar presumia que deveria ser alguém importante na empresa. Aquele é o andar principal, onde ficam aqueles empresários engravatados que falei. Já tenho problemas demais na minha vida, não preciso de um playboyzinho me usando como seu brinquedinho sexual quando quiser, mesmo ele sendo tão gato. Perto dele eu já percebi que não controlo minhas ações, além de que ele cheira a problema. Um irresistível e delicioso problema.

O quando o elevador abriu corri para arrumar minhas coisas. Precisava sair dali o quanto antes para não ter a chance de esbarrar com ele novamente. Voltei para chamar o elevador, mas vi que ele estava parado no 12º andar. Droga. Não podia pegá-lo se não ele estaria lá. Então fiz a única escolha prudente que eu tinha.

Desci nove andares de escada.

Cheguei ao primeiro andar acabada, sem fôlego e morrendo de dor nos pés. Aquele salto estava me matando. Olhei para os lados tentando achar o deus grego e não havia ninguém na recepção. Graças a Deus. Fui andando até o balcão onde fica o recepcionista, apoiei-me nele e quando vou tirar meus saltos me desequilibro e caio de bunda no chão. Para melhorar percebi que o salto de um dos meus sapatos havia quebrado. Ótimo!

O que mais podia dar errado? Eu já estava literalmente no chão!

Já percebeu que sempre quando alguém fala essa maldita frase as coisas dão um jeito de sim piorar?

- Algum problema, minha linda? – Mas que ódio, porcaria de homem.
Ele está me seguindo?! Não acredito que desci nove andares para isso. Ainda quebrei o único salto que eu tinha.

O que mais me irritou é que ele estava ali em pé, divino, com as mãos no bolso me olhando com um sorriso tão estúpido que me deu vontade de estapeá-lo!

- Aí, mas que droga! Já disse que não sou sua linda, para de me chamar disso - exclamo irritada. – Eu nem te conheço.

Tentei me levantar, o que foi em vão, acabei escorregando e caindo de novo de bunda no chão. Então ele veio e me levantou tão rápido que não consegui nem protestar. Estava me encarando daquele jeito que faz com que minhas pernas fiquem bambas, um olhar profundo que me tirou do ar.

- Hmm... valeu – disse me soltando de seus braços meio sem equilíbrio – Já estava de saída, licença.

Saio andando bem devagar porque o sapato do meu pé esquerdo estava com o salto quebrado. Acabei tropeçando de novo, mas não cai. Suspiro olhando para cima tentando buscar a última parte de dignidade que eu tinha e começo a andar mancando em direção à porta de saída.

- Por favor, permita-me levá-la para casa. Já está bem tarde e a senhorita não pode ir embora desta forma. – Seu olhar estava mais suave, amigável – Eu insisto.

Pensei por dois segundos se essa era a decisão certa a se fazer. Claramente aquele homem mexia comigo de um jeito esquisito, além de que já estava bem claro que eu não controlava quando ele estava por perto. No entanto, hoje meu dia foi horrível de todas as formas possíveis e poderia acabar ainda pior, eu indo para casa com o salto quebrado e sozinha. Já estava tarde para caramba, o ônibus ia demorar a chegar, talvez nem passaria...

Ele deve ter percebido esse meu debate mental porque começou a rir.

- Como disse, eu insisto. Não irei sair daqui até que aceite meu convite. - Disse ainda rindo educadamente.

O encarei ainda não conseguindo responder. A recepção estava meio escura, mas com o pouco de luz que tinha parecia que ele ficava ainda mais irresistível. Sua mandíbula marcada, terno impecável e aqueles olhos. Vejo que terei muitos problemas por conta desses olhos. Não que seu corpo também não fosse dar muitos problemas também.

Sempre sua Luce (Concluído)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora