Chapter 28: Em apuros

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Suas mãos continuam pressionando meus braços de encontro à parede firmemente. Tento me desvencilhar, porém Daniel está apertando muito forte. Encontro-me definitivamente em suas mãos. Confesso que estou surpresa com sua reação, nem imaginava que faria isso. Ele e Sean são amigos, como isso pode acontecer?

Talvez eu tenha sido ingênua demais duvidando de tudo e acreditando que Daniel não tinha nada a ver com isso, mas não podemos lutar contra os fatos. Quando se tem um contrato apenas desmascarando tudo o que já foi apresentado é meio difícil acreditar na inocência de alguém, seja ela quem for. Contudo mesmo não conhecendo Daniel eu dei a ele um voto de confiança, o que foi um grande erro, mas que pelo menos me deu uma certeza.

- Foi o senhor. O senhor roubou aquele dinheiro todo! – ­anúncio chocada.

- A senhorita é muito observadora. – zomba ainda me segurando.

- Mas por... – sou interrompida. Daniel me puxa para frente e bate novamente meu corpo na porta. – Aí! – exclamo novamente quando bato a cabeça.

- Eu já mandei à senhorita se calar. – murmura baixo, se aproximando. – Se não me obedecer isso não vai acabar bem...

- O senhor tá me machucando! – apelo e começo a me debater contra a porta.

- Esse é o plano. – vocifera perto do meu rosto sorrindo. Tento gritar, mas ele me impede de continuar tampando minha boca. – Não adianta gritar, ninguém vai vir te ajudar.

Mesmo Daniel sendo do meu tamanho sua força é muito maior que a minha, então quando tento me esquivar não obtenho sucesso. Começo a me desesperar. Ele me olha com tanta raiva, de um jeito tão sombrio, que me arrepia. Percebo que sua ameaça é real, ele irá me machucar e infelizmente mesmo tentando não estou conseguindo me libertar. Sinto meu coração bater acelerado em meu peito e aquele terror que me assombra desde pequena toma conta de mim. Essa sensação de se sentir presa a algo sem poder escapar é familiar demais. De imediato me apavoro, flashs estranhos passam por minha cabeça. Todos eles são daquele mesmo homem loiro dos meus pesadelos me prendendo... machucando...

Só consigo pensar em escapar, em sair dali.

Tento novamente fugir me contorcendo toda e ainda sim não consigo. Mordo sua mão que está sobre minha boca e assim consigo gritar. – Me larga seu cretino! – continuo me debatendo e quando percebo que ele não irá me soltar mesmo, coloco minha perna para frente e o chuto bem forte no meio das pernas.

Sim, bem naquele lugar.

- OH! – grita de dor e finalmente me liberta. Daniel se ajoelha no chão com as mãos em suas partes intimas e solta diversas maldições. – SUA... – olha para cima com o rosto todo avermelhado, tentando dizer algo a mim. – Sua... – pragueja. – Oh... – geme em sofrimento.

- Cuidado com o que vai me chamar. – ameaço séria. – Isso – aponto para ele tentando parecer confiante. – é pra o senhor aprender a nunca mais colocar essas suas mãos nojentas em mim. Não preciso de ninguém, posso muito bem me defender sozinha. – Daniel continua agachado e está com os olhos cheios d'água tanto de dor como de raiva.

- E isso, - dou um tapa bem forte em seu rosto. – é por me ameaçar!

Recomponho-me e passo as mãos em minhas roupas calmamente. - A única pessoa que pode se dar mal aqui é o senhor. – toco a maçaneta atrás de mim. - Afinal, o ladrão que vai pra cadeia aqui é você. – nem olho para trás quando abro a porta para sair.

– E isso, meu senhor, não é uma ameaça. – me viro de costas indo embora, deixando ele lá no chão. – É a realidade. – bato a porta.

Corro até minha sala, entro rapidamente e fecho a porta atrás de mim. Encosto-me a ela com tudo e fecho os olhos.

Sempre sua Luce (Concluído)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora