Chapter 17: Um pedido de desculpas...

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- Pelo amor de Deus, Emma, já sabe o que vai pedir? – pergunta Bea impaciente.

Estou encarando o cardápio há uns 20 minutos, mas confesso que não estou prestando atenção em nada, nem li o que está escrito. Minha cabeça está lotada de pensamentos e todos eles envolvem um moreno alto de olhos negros. Não que eu esteja fantasiando com Sean, porém não paro de pensar no que aconteceu e principalmente no que eu irei fazer. Sabe quando esquematizamos uma conversa inteira na cabeça mesmo antes dela acontecer? Então, é isso que eu fiquei fazendo esse tempo todo ao invés de escolher algo para comer.

- Hmm, estou em dúvida... – mentira, nem li o negócio. - Mas pode pedir para mim, pega o prato mais barato daqui. – Falo rapidamente entregando o cardápio, mas ela não o pega.

Bea gargalha. – Como assim? Eu pago a conta, pode escolher o que...

- Não. – Interrompo – Você já pagou na última vez e na outra antes dela! Isso já está virando rotina, então dessa vez eu irei pagar. Nem estou com tanta fome, me empanturrei de croissants – e alguns donuts. – você sabe, minha situação não está lá a das melhores... Nem emprego eu sei se tenho, então vamos maneirar. – Levantei a mão chamando um garçom que estava próximo a nossa mesa.

- Pois não senhoritas, - disse sorrindo. Esse é o garçom gato que me empanturrou de croissants. – Já sabem o que irão pedir? – pergunta educadamente.

- Só se você estiver no cardápio. – diz Bea com sua voz sensual. Chuto sua perna debaixo da mesa, chamando sua atenção e a encaro de olhos arregalados.

Limpo a garganta alto. – ENTÃO... – chamo atenção. – Vou querer esse ratatouille e uma água, por favor.

O moço sorri, anota em seu bloco de mão meu pedido e olha para Bea meio envergonhado. – Hmm... E a senhorita?

- Um Coq au vin e uma taça de vinho da casa, por favor, querido. – Fala carinhosamente.

O garçom termina de anotar nossos pratos e se retira.

- Você não tem jeito mesmo, não é? – repreendo. – Nem o garçom se salva com você...

- Eu não tenho culpa se o cara é um gatinho! Por favor, você viu a bundinha dele? – fala olhando para trás tentando dar uma "checadinha" no que disse.

- Beatriz! – exclamo batendo em seu braço – Pare já com isso. – tento parecer séria mas acabo sorrindo.

- Você é puritana demais Ems. – Gargalha.

Mal sabe ela da verdade.

...

- Estou quase explodindo de tão cheia. – Exclamo.

- Querida, você quase não comeu.

- É, mas já estava cheia quando cheguei, por isso. – Digo desanimada. Agora entendo o ditado "comi tanto que fiquei triste".

- Acho bom você ficar bem animadinha. – diz sagaz. Não entendo o que ela quer insinuar então continuo a encarando indiferente. – Você não vai falar com o seu chefe gostoso hoje? Ou já desistiu?

Ah, isso.

- Não sei, já está meio tarde... Talvez... Amanhã... Isso, amanhã! Bem melhor, eu chego cedo e já vou direto na sala dele. – comecei a falar rápido.

- Tarde? – me impede de continuar. – Nem são três horas, Emma! E eu aposto que você não vai chegar cedo amanhã, vamos ser realistas aqui, você nunca chegou cedo. Pare de querer criar desculpas e vai falar com ele hoje. – diz firme. – Fique mais animada mulher! – incentiva.

Sempre sua Luce (Concluído)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora