Chapter 27: Advogado das galinhas

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- Juro que é verdade! – exclamei enquanto conversávamos. Depois que nos secamos fomos nos despedir do senhor Bertuzzo.

Agradeci a ele pela maravilhosa pizza e pelo vinho, ele em retorno falou um monte de coisas que eu não entendi, porém Sean jurou que ele disse que gostou de mim. Nessa hora eu fiquei mais vermelha que um pimentão. Agora na volta estávamos conversando sobre a empresa até que Sean me perguntou como foi meu primeiro dia.

- Eu não fazia a menor ideia de onde ficavam as coisas e só pra ajudar o senhor Maxon me mandou tirar várias cópias de alguns documentos, mas quando perguntei onde ficava a sala da copiadora ninguém me respondia direito, e confesso que eu sempre fui meio tapada em relação á direções. – solto uma risada alta. – Então depois de uma hora procurando eu desisti e resolvi ir a uma papelaria, afinal estamos em Manhattan, devia ter alguma por perto, certo?

Sean acena com a cabeça sorrindo muito focado no que estou dizendo.

- Errado! Tive que andar quase quatro quarteirões inteiros pra achar uma cafeteria que fazia cópias. Depois que consegui voltei correndo, pois já estava atrasada, mas no caminho começou a chover e eu estava sem guarda chuva. Me desesperei na hora e corri até a empresa, mas no caminho acabei trombando com um cara que andava de bicicleta e derrubei todos os documentos no chão. Nem preciso dizer que ficou tudo molhado, né?

Sean não se aguenta e ri alto enquanto gira o volante.

- Isso, ri mesmo. – digo rindo também. - O pior é que eu ralei meu joelho e rasguei toda a minha meia calça. – novidade. – Quando cheguei à empresa, toda acabada, corri para o banheiro, porque lá tem aquelas máquinas que seca a mão e tals.

- O secador. – Sean fala enquanto dirige.

- Isso aí! – exclamo. – Eu fiquei quase uma eternidade secando folha por folha e logo após esse suplício todo corri pra entregar os malditos papéis para o Maxon, mas quando fiz isso ele me disse que não precisava mais. Você acredita nisso! Não precisava mais! – falo indignada. – Fiquei com vontade de enfiar aqueles documentos na cara dele.

- Começo de carreira é sempre assim. – responde ainda rindo.

- Ah, é? – debocho. - Aposto que seu primeiro dia foi bem melhor que o meu. Então sua vez agora, como foi seu primeiro dia?

- Confesso que aqui na Crawford não foi tão mau assim, mas antes trabalhava como advogado lá em Londres, e o início não foi tão bom como a senhorita imagina. Saí de casa quando fui cursar a faculdade de direito e desde então tive que me virar sozinho. Depois de formado estava pegando qualquer caso e foi aí que consegui meu primeiro trabalho. – olha para mim de relance enquanto dirige. – Era simples, uma senhora idosa que estava brigando com a justiça pelos impostos abusivos cobrados pela sua pequena fazenda. Obtive sucesso e a senhora Elvina ganhou a causa, porém na hora do pagamento não tinha como me pagar, então me deu um pato.

- Um pato?! – ralho um pouco alto demais.

- Sim a senhorita ouviu certo, ela me deu um pato. – fala calmamente, como se tivesse acabado de falar que ganhou um pato de uma senhora.

- VIVO?! – exclamo ainda sem acreditar.

- E como! – Sean gargalha. – Ele não parava quieto, meu apartamento ficou todo bagunçado e cheio de penas. Acabei levando ele para a casa do meu falecido pai, onde Kara, minha irmã, mora e dei a ela, pois sempre amou demais animais. E convenhamos, eu não poderia ter um pato. – sorri olhando para mim. - Mas o pior não foi isso e sim quando as pessoas souberam.

- Por quê?! – questiono.

- Pois depois disso choveram casos, meu telefone não parava de tocar e minha porta então nem se fala, eram visitas a todo o momento.

Sempre sua Luce (Concluído)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora