Capítulo 12 - A Rainha Imperatriz

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 Seu corpo quente se movia sobre mim, seus lábios molhados se arrastavam sobre a minha pele como suas mãos firmes. Eu me sentia única, me sentia segura e principalmente, me sentia amada.

Minhas unhas marcavam suas costas sem piedade e sua respiração se aumentava a cada instante que o pressionava mais.

Em meio a tantas palavras sujas e suspiros ele finalmente sussurrou:

Eu amo você, Ardena. Mais do que qualquer coisa, mais do que a mim. E eu vou amá-la por toda a eternidade...

Eu acordei sobre lençóis quentes e molhados. A minha cabeça latejava de uma forma diferente do que eu já havia sentido e meus olhos não se abriam.

O que estava acontecendo?

Meu corpo não se movia, estava paralisada. Foquei-me em minha respiração buscando controle. Senti medo quando tudo a minha volta ganhou um tom de vermelho quando finalmente consegui abrir os olhos.

Tudo a minha volta parecia mais vivo, os cheiros mais fortes e mais intensos. Vozes e batimentos cardíacos soavam altos e próximos demais.

Uma criada organizava minha penteadeira enquanto cochichava algo com Vena. Sentei-me na cama sem ser notada quando a criada distraída com a conversa furou seu dedo em um brinco. Eu consegui ouvir a gota de sangue cair sobre os fios do tapete. Eu pude sentir o cheiro de sangue ativar o meu lado animal.

Eu parecia estar em um corpo que não me pertencia. Eu me foquei na pulsação da artéria em seu pescoço exposto pelo coque. Poderia matá-la antes que ela soubesse o que havia acontecido, mas Vena me notou a tempo.

— Ardena, respira... calma! — Vena tentou me acalmar ciente de tudo o que acontecia.

A fome era enorme.

— Saiam daqui! — sussurrei me segurando na cama.

Eu não percebi o momento em que elas saíram, eu estava tonta e distante da realidade. A ânsia de vômito subiu por minha garganta antes que impedisse. Caí sobre os joelhos enquanto o sangue saía de mim como água.

Parte do tapete se escureceu em vermelho assim como o chão. Eu não sabia o que estava acontecendo. Era sangue demais. Eu perdi a conta de quantas vezes vomitei. Aquela agonia não se acabava. Finamente, encarei minha imagem avermelhada no espelho.

Gelei.

Pelo meu rosto gotas escorriam sobre minha pele, meus ouvidos sangravam, meus olhos, meu nariz. Eu estava esvaindo todo o sangue presente em mim, podia sentir como se minhas veias estourassem. Eu estava me esvaziando.

A porta se abriu quando uma quatidade significativa de sangue saiu pela minha boca. Eu me sentia fraca e a minha visão ainda se avermelhada, em alguns momentos ela se escurecia.

— Ardena? — era Asher. Algo dentro de mim se acalmou. Eu me senti segura, prestes a ser salva.

Asher sempre me salvava.

Mas não daquela vez. Ele estava em pânico e suas mãos não estavam em mim. O Imperador se ajoelhou ao meu lado me reerguendo sobre seu colo.  Ele me colocou frente ao vaso sanitário e segurou os meus cabelos. Eu vomitei mais e mais.

— Você está perdendo muito sangue! Está sangrando por todos os lados — apesar da rouquidão da sua voz o tom inseguro não passou despercebido.

Lua Imortal - Híbridos Puro Sangue  《3° Livro》Où les histoires vivent. Découvrez maintenant