Lua Imortal - Híbridos Puro Sangue 《3° Livro》

Capítulo 14 - Poder Maior

Chace estava sobre o altar anunciando aos convidados seu noivado com Jane. A jovem estava belíssima ao seu lado.

Depois da salva de palmas e dos discursos românticos e de felicitações finalmente os músicos voltaram a tocar.

Apesar de já pretenderem se casar, Chace e Jane sabiam que estavam ali, naquela momento tão de repente, por dever. Eles precisavam estar casados para assumir o filho de Asher.

Precisaríamos forjar a gravidez de Jane, para manter a idealização de uma tradição bem seguida. E anunciar o casamento de Chace era a melhor forma de convencer o povo britânico.

Encarei Asher.

Ele sorriu do outro lado do salão, em uma roda de homens.

— Você é a mulher mais bonita daqui — ele sussurrou. E um lapso de seus olhos vermelhos brilharam em seu olhar.

— E você é homem mais bonito — o imitei.

Eu nunca pensei que poderia amar alguém assim, como eu amava Asher Mikkelsen.

— Eu amo você — sussurrei.

Seu sorriso se aumentou e seu rosto se inclinou para baixo.

— Eu sempre soube disso! — brincou.

"— Não se pode mudar o destino..." — vozes soaram em meus ouvidos. Eu sabia que era apenas dentro da minha cabeça.

E então eu me lembrei do que eu devia estar fazendo, e não se tratava de flertar com o meu marido, e sim de resolver um grande problema.

— Preciso resolver uma coisa! — sussurrei ao final. Ele concordou carregando uma expressão séria quando seu sorriso desapareceu.

Bebi todo o conteúdo da taça e me concentrei em encontrar Dhyego.

Ele estava próximo às cortinas bebendo champanhe, sozinho. Havia algo, um detalhe talvez, que o tornava diferente.

— Acompanhe-me — passei por ele, retirando-me do salão. Ele me seguiu até o escritório, em silêncio, sob a pressão de seus próprios pensamentos. As extensas portas de madeira se estenderam ao som do ranger de serem fechadas e um único barulho que ousou soar foram as batidas fortes do coração de Dyehgo.

Seus olhos azuis me fitaram curiosos e preocupados, talvez por medo que eu soubesse de seu segredo ou por medo que não eu soubesse.

Todos guardavamos segredos, alguns escondidos e sórdidos, outros a beira de serem revelados.

Seu corpo tenso diante de mim emanava uma frieza tão familiar, que meu corpo gelou-se junto ao seu.

O rosto de Dyehgo que carregava uma expressão dura se curvou quando meu punho o acertou.

Toda complacência pela qual eu havia construído durante o caminho até o escritório se desfez como poeira.

— O que você fez? — questionei entre dentes avançando meu corpo em direção ao seu.

Seus olhos claros cobertos por uma camada de medo e insegurança  encontraram os meus firmes e frios.

Ele sabia.

Ele sabia que havia cometido o maior dos erros. E diante de mim, naquele momento, ele soube que jamais voltaria a ser como antes.

— Asher disse que eu não era o bastante para Dakota! — explicou expondo a raiva que crescia em si, voraz e incontrolável.

Eram traços de pressão e medo. A impotência que circulava pela sua mente e corria pelo seu sangue. Uma insegurança que Asher havia criado sobre o pobre menino.