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Casser estava entediado naquela tarde. Aguardava a chegada de Oliver,mas o rapaz parecia não estar tão preocupado quanto ele em chegar ao palácio. Naquela mesma tarde,Daniel viera conversar com ele para se demitir do cargo de ajudante de cozinheiro do palácio,ele voltaria para sua terra distante.

Casser sabia que Daniel e seu melhor amigo(Oliver) não eram exatamente irmãos,eles apenas se consideravam assim devido aos muitos anos de convivência em sua terra natal. Ele apoiou o queixo em um dos punhos,claramente entediado diado. Daniel acabou por não procurar informações sobre a intrusa na Floresta do Sol,e aquilo o estava deixando irritado e ainda mais intrigado. Precisava que Oliver estivesse ali para encarregá-lo das investigações das redondezas,ele era o único competente o bastante para cabecear aquele caso. Mas cada vez que Casser o ordenava a missões,parecia que ele nunca mais voltaria. Ele se levantou irritado,lembrou-se que na boca da noite teria assuntos a tratar com a representante das sereias,e não se sentia nem um pouco inclinado para aquele encontro.

Carol seguia aquele rapaz bonito e misterioso floresta adentro,cada passo que dava,ela se sentia mais longe dos amigos e de retornar para casa. O estranho caminhava a passos largos e firmes pela mata,como se não temesse absolutamente nada por ali; como se já estivesse acostumado o bastante. Ele carregava nas costas o arco pendurado de forma elegante,e seu casaco que parecia feito da pele de algum animal dali mesmo,dava-lhe um aspecto intimidador. O clima por ali já não parecia mais fresco,mas de alguma forma adquirira mais frieza. Carol abraçou os braços,sentindo os pêlos deles se arrepiarem a medida que caminhavam. Agradeceu silenciosamente por seus cabelos longos cobrir-lhe um pouco deles,ela ainda se perguntava como era possível ter desmaiado e acordado em um lugar totalmente diferente do que estava antes.

Ela via o estranho lançar-lhe olhadelas por sobre o ombro de minuto em minuto,como se para certificar-se de que ela o estava seguindo. Cansada do silêncio,ela resolveu quebrá-lo:

-Ainda falta muito para chegarmos a pessoa que vai nos ajudar? -Sua voz quase sumia.

Não houve resposta,talvez o estranho não a tivesse ouvido. Ela parou arfando um pouco,se aquilo tudo era um sonho,porque ainda tinha enfermidade mesmo ali? Após alguns largos passos cuidadosos,o rapaz parou olhou de um lado para o outro. Ele estava procurando algo ou alguém,e então se virou para Carol.

-Está cansada? -Ele perguntou. Sua expressão séria e intimidante ainda presente. -Mas a caminhada é reta e eu...

-Você anda um pouco rápido demais para que eu possa acompanhar. -Carol respondeu,as mãos nos joelhos e o rosto tomado por uma expressão de dor que fez o rapaz se encolher em confusão.

-Se sente tão mal assim? -Ele perguntou aproximando-se dela,com atenta avaliação.

Carol se endireitou e jogou uma mecha do cabelo longo e escuro para trás.

-Eu...como eu disse,você anda rápido demais. -Respondeu apenas.

Não queria contar àquele estranho sobre sua doença,não precisava de mais um com pena dela.

-Será que podemos ir mais devagar? -Ela perguntou.

O rapaz desviou apressadamente os olhos azuis,deslizando-os por todos os cantos da floresta,verificando-os. E quando fixou-os em Carol novamente,ela sentiu algo gelar em seu peito.

-Não temos muito tempo. -Ele falou pensativo.

Carol o encarou,ainda aguardando que ele prosseguisse e como o rapaz não o fez,ela perguntou:

-Porquê?

-Ele logo vai ser informado de sua presença. -Disse o rapaz.

Carol o olhou com atenção e engoliu seco,antes de questionar novamente:

Rei Das Cinzas. (Livro 01)Where stories live. Discover now