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O ar gélido noturno fazia Carol abraçar-se a fim de se aquecer. Eles haviam parado em certo ponto e Luid tentava fazer uma fogueira ali na areia branca. Arabelle estava a poucos passos dela e observava o irmão juntar os tocos que conseguira para fazer fogo,a expressão tranquila. Carol pensou no pai e em como ele devia estar preocupado com seu paradeiro agora,e em seus amigos que deviam se sentir culpados pelo seu desaparecimento; Principalmente John. Ela afastou os pensamentos,não adiantaria ficar martelando aquilo na mente. Sabia que não. E até agora,só havia conseguido fugir. Luid levou algum tempo para acender perfeitamente a fogueira e então se virou para Carol e Arabelle logo atrás dele,o luz do fogo deixava seu cabelo acobreado.

-Venham se esquentar.

As duas não pensaram duas vezes ao se aproximarem das chamas,Cada uma de uma lado de Luid. Carol o encarou,os olhos dele varriam o local ligeiramente e então se fixaram nas chamas novamente. Os cotovelos apoiados nos joelhos.

-Acha que seu pai vai nos alcançar? -Perguntou Carol,a fim de quebrar o silêncio.

Arabelle esticou as mãozinhas para se aquecer e sorriu para o irmão.

-Está tão bom. -Comentou a menina,apreciando o calor.

-Não sei. -Respondeu Luid com a habitual secura.

Carol o olhou com mais atenção.

-Você disse que talvez...disse que seu pai saberia se virar. -Ela comentou baixinho.

Luid olhou para ela,os olhos azuis-esverdeados duros. Ela raramente o havia visto sorrir,ao contrário de Tom que tinha o rosto muito amigável. Ela se perguntou porquê Luid era sempre tão frio e sério,se havia acontecido algo em sua vida que o fizera ser daquela forma.

-Ele sabe. -Luid afirmou e então desiou os olhos para a fogueira outra vez. -Se foi apenas aquele guarda,tenho certeza de que ele se saiu bem.

Carol assentiu,estava preocupada com o pai de Luid. Eles a ajudaram a fugir do tal rei e ela lhes devia por isso.

-Obrigado por me ajudarem a ficar longe da vista desse rei; -Agradeceu a moça. -Mas...ele é tão perverso como dizem?

Luid ficou em silêncio durante um momento considerável e então respondeu:

-Ele controla Beelion. Logo,tudo e todos estão a mercê dele. -Explicou e então se virou para Carol. -Eu não sei como conseguiu passar do seu mundo para cá,mas sei que o rei também adoraria descobrir e não seria de uma forma agradável.

Carol piscou e desviou o olhar para a areia branca diante dela.

-Mas o que o torna tão perverso? -Ela ergueu os olhos para Luid.

-Casser não se importa com o que acontece com o povo e muitas vezes pune o povo cessando suprimentos e tomando suas formas de sobrevivência. -Contou Luid. -Eu raramente o vi dentre o povo,a não ser para fazer cobranças. Dizem que o coração dele se tornou gelado,devido ás coisas ruins que lhe aconteceram na adolescência.

-O que aconteceu na adolescência do rei? -Carol perguntou baixinho.

Luid ficou e silêncio outra vez e então após um longo momento respondeu:

-O rei matou seus próprios pais.

Carol soltou um gritinho de espanto.

-Matou? mas...porquê?

Luid contraiu a boca,como se não quisesse continuar falando sobre aquele assunto.

-Eu não sei. -Respondeu. -Não exatamente.

Carol continuava fitando-o com aqueles olhos escuros como a noite que caía sobre eles.

-O que você sabe? -Ela insistiu.

Rei Das Cinzas. (Livro 01)Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon