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Seus homens já estavam em posição. Alguns treinavam na sala de armas,e os veteranos lhe foram de muita ajuda treinando os mais novos. Agora,Oliver estava fazendo ronda pelo pátio do palácio. Preocupação inundava seu coração,a cabeça de seu amigo estava em jogo. Lumi a queria e a serviria em bandeja de ouro para quem quer que fosse seu mestre,mas Oliver faria o que fosse necessário para manter a vida de Casser em segurança. Quanto ao mestre de Lumi,Oliver nunca o tinha visto em lugar algum. Já havia visitado algumas vezes a cidade de Tonder para comprar algumas armas,ouvira algumas pessoas dizerem que já havia visto o rei daquele lugar...mas onde estava ele se todas vezes em que fazia uma visita,ele não se encontrava?

Em contra partida, Casser podia ser encontrado todos os fins de semana na pequena cidade do oeste de Beelion. Oliver acompanhava o rei em todas as visitas que ele fazia á cidadezinha para comprar pessoalmente o quer que estivesse necessitando. Era estranho que poucas pessoas já tivessem visto o rei de Tonder; bom,ao menos era assim que o povo se dirigia a ele. Oliver deu de ombros. Precisava pensar em uma forma de ajudar Casser e sabia que teria que optar por uma que não o agradaria. Casser teria que fugir,teria que deixar o palácio quissesse ou não. Oliver sabia que o amigo não faria aquilo por vontade própria,não deixaria de lutar por seu trono e provar que era digno do mesmo. Mas não havia outra saída,os homens de Oliver lutariam até o fim por seu rei; mas não estariam totalmente preparados. Não eram o bastante. Não para Lumi Ayola.

Afastando os pensamentos pesarasos e a expressão contrariada do amigo que teria que enfrentar mais tarde,Oliver se virou ao sentir alguém se aproximando. Diana. Ele havia convocado a criada ali,para ser cúmplice de seu próximo passo. Suavizou a expressão o máximo que conseguiu,quando a moça parou diante dele.

-Diana. -Cumprimentou com um sorriso preocupado.

A criada cuzou as mãos em frente ao corpo esguio,o rosto impassível.

-Senhor?

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Ela sabia que Oliver pretendia algo,o comandante dos guardas do palácio nunca a convocara para absolutamente nada. Raramente trocavam meias palavras,apenas quando ele lhe pedia favores. Nos corredores, ela lembrava-se de ele ter-lhe lançado alguns acenos educados quando passava por ela,mas nunca passara disso. Agora,Oliver estava diante dela com uma expressão estranha.

-Senhor? -Repetiu a moça,após perceber que ele mergulhara em pensamentos longínquos.

As mãos do jovem rapaz foram para as costas. No fraco sol da tarde,os cabelos vermelhos de Oliver iluminavam-se. Ele era bonito e tinha um físico muito agradável ao olhos,ao menos sob a roupa. Oh,coisa! ela não deveria estar pensando naquelas coisas,coraria diante dele e ele perceberia tudo. E se ele pudese ler os pensamentos dela?

-Diana?

Ela despertou com a voz do guarda.

-Desculpe. O que disse?

-Precisarei muito de sua ajuda hoje,na verdade,agora mesmo. -Contou o jovem,em tom de voz baixo,como se estivesse confidenciando algo, Diana estranhou. -Pode me ajudar?

A criada olhou desconfiada para o guarda e deu um passo involuntário para trás.

-Depende do que o senhor vai pedir. -Falou. -Se estiver ao meu alcance.

-Está. -Disse Oliver. Ele puxou um pequeno frasco do bolso do uniforme e olhou para Diana. -Está vendo isto? -Abriu um pouco a mão grande para que ela pudesse ver o conteúdo,mas não muito. Alguém mais poderia ver.

Diana recuou.

-O que é...

-Um sonífero poderoso. -Respondeu Oliver,antes da garota. -Quero que sirva agora mesmo ao rei,na bebida.

Rei Das Cinzas. (Livro 01)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora