04

198 25 0
                                    

Casser não conseguira pregar os olhos na noite anterior,após a inesperada notícia da morte da representante das sereias. O sol já penetrava forte por entre a janela de seu quarto,ele a olhou e viu que alguém já havia afastado as cortinas para que o ar e a luz entrasse. Não eram todos os dias que o sol estava presente ali,o frio era predominante nas montanhas cinzas. Ainda deitado e sentindo-se confortável demais com os cobertores macios e aquecidos,Casser trouxe a ponta até o queixo,quando ouviu uma batida leve na porta.

-Que foi? -Respondeu com voz abafada.

-Senhor,posso entrar? -Era Diana.

Ele revirou os olhos.

-Ah,entre Diana.

A moça esguia adentrou os aposentos do rei e fechou a porta atrás de si,parando com as mãos cruzadas na frente do corpo na direção dele. Casser a olhou de esguelha por cima do cobertor.

-O que você quer,Diana?

-Ah,vamos com isso,senhor. -A moça disse e contornou a cama,afastando os cobertores do rei.

-Isso são modos,Diana?

Secretamente,ela adorava fazer aquilo com ele pelas manhãs.

-Senhor,hoje terá uma reunião á noite.

Ele se deitou de costas e passou as mãos pelos longos cabelos acinzentados,Diana se perguntava como aqueles cabelos tão lisos sempre se mantinham em ordem. Ele se sentou e colocou os pés para fora da cama.

-Vá,me traga minhas roupas,Diana.

A moça fez como o ordenado e após buscar e deixar as roupas de Casser sobre a cama,ela saiu dos aposentos dele. Casser se sentia ainda mais indisposto a ter reuniões naquele dia,ainda mais por saber que se reuniria com pessoas nada agradáveis.

 Casser se sentia ainda mais indisposto a ter reuniões naquele dia,ainda mais por saber que se reuniria com pessoas nada agradáveis

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.


Carol ainda dormia,sentia-se extremamente cansada,como havia se sentido em anos. Talvez fosse só a doença atacando mais forte,mas não queria se levantar. O rapaz estranho a levara para um tipo de armarinho no meio da floresta,ao qual ela sequer tinha ideia que existia. Ao menos,ele cumprira sua palavra sobre ajudá-la de alguma forma.

Enquanto a moça dormia despreocupadamente no quarto do fundo,Luid e Rosário conversavam no balcão.

-Mas que idéia! -Xingava Rosário. -Eu não devia esperar menos de você,seu garoto sem escrúpulos.

-Eu não tinha outro lugar para levá-la. -Luid se defendeu.

Rosário parou o que estava fazendo e olhou perplexo para o rapaz á frente do balcão de sua loja.

-O quê? Como assim não tinha outro lugar para levá-la?

-Não tinha tempo,o Rei das cinzas tem olhos em todos os lugares. -Luid respondeu.

-E quer que os olhos dele parem sobre esse armarinho? É isso mesmo?

Os cabelos brancos de Rosário estavam firmemente puxados e presos na nuca,e os óculos habituais pareciam velhos demais para Luid. O rapaz se aproximou confidencialmente do balcão.

Rei Das Cinzas. (Livro 01)Where stories live. Discover now