36

58 13 0
                                    

Carol estava pronta. Usava roupas escuras e hábeis,o punhal havia sido cuidadosamente preso sob sua camisa e ela portava mais duas adagas fixadas na lateral de uma das coxas; Os cabelos foram presos no alto da cabeça por uma faixa de couro firme, e as botas iriam lhe permitir mover-se velozmente,caso precisasse. Parte de seu traje fora comprado de um mercador na vila próxima e o restante como algumas armas foram arranjados por Tainá e Luid. O rapaz também havia feito uma visita rápida a Beelion naquele dia e retornara com a notícia de que Casser e os seus estavam a caminho,eles não teriam muito tempo.

Luid correu os olhos verdes-azulados pela roupa de Carol e assentiu aprovadoramente.

-Acho que está bom. -Disse,seriamente.

Carol o encarou avaliativamente.

-Você parece preocupado com algo. -Sussurrou,aproximando-se dele.

Luid engoliu seco e desviou o olhar,antes de falar:

-Me preocupo com você. -Seus olhos agora se assemelhavam ás ondas agitadas do mar,quando ele a olhou. -Se eu pudesse,trocaria de lugar com você.

Luid havia dado a Carol algumas poucas coordenadas sobre como manusear o punhal,mas suspeitava que ela fosse ter muito trabalho com ele; já que usaria a capa da invisibilidade. No intervalo que Luid fora á vila,ela recebera a visita silenciosa de Maye e ela lhe dera a capa: "Um velho presente das terras de Allu". - Dissera Maye. -"Vá e faça e o que houver de fazer quando chegar a hora,não hesite e não perca esta pulseira também; pois será através dela que poderá ouvir minha voz."

Carol suspirou com a lembrança.

-Creio que Casser não está muito longe. -Sussurrou.

Luid balançou a cabeça castanha,o rosto tenso.

-Pelo relato,ele chegará logo em Beelion. -respondeu. -E há criaturas horrorosas no seu encalço,assim como uma mulher foi vista cavalgando ao seu lado.

Os olhos escuros de Carol se arregalaram.

-Um mulher?

Luid deu de ombros.

-Foi o que relataram. -Disse. Percebendo que Carol aguardava mais informações,ele completou: -O homem que relatou isso ao povo era um guarda Pullper e não deu muitos detalhes,já que parecia atordoado para levar a notícia ao seu senhor.

Carol desviou o olhar,a expressão conturbada.

-Matá-lo... Como posso tirar a vida de alguém? -Ela perguntou mais para si mesma.

Luid segurou a segurou com firmeza pelos ombros magros,os olhos fixos nos dela.

-Ouça,Carolina -Disse- Quando encontrá-lo,mate-o ou ele matará você e assim que terminar tudo destruirá mais inocentes. Você é a única que poderá detê-lo e tem que fazer isso se quiser salvar o futuro deste mundo,me ouviu?

Quando a jovem assentiu,Luid a soltou e acariciou o queixo dela.

-Eu estarei com você,meu amor. -Disse.

Carol abraçou a cintura dele e encostou a cabeça em seu peito largo; era tão menos que ele e tão magra que quase sumiu naquele abraço. Luid beijou o topo de sua cabeça,antes de Tom aparecer.

-Não há mais tempo. -Anunciou o caçador. -Casser e os seus começam a atravessar a floresta segundo novos relatos,já sofreram ataques Pullpers,mas continuam avançando. Temos que partir para a floresta e ficar á espreita.

-Como vamos fazer isso? -Perguntou Carol. -Vocês disseram que há soldados Pullper em todos os cantos da floresta aguardando a chegada de Casser e seus homens; não será problema para mim me esconder já que tenho a capa,mas e vocês?

-Ana nos ajudará. -Informou Tom.

-Ana Pullper?! Perguntou Luid,perplexo.

Tom assentiu.

-Pai,não devemos confiar em um Pullper,e se...

-Podem confiar em mim ou morrer na floresta pelas mãos de meus companheiros. -Disse Ana,surgindo após Tom.

-Pai,ela...

-Sem mais,Luid. -Cortou Tom. - Aprontem suas armas, e Carol,vá pegar sua capa. Partiremos agora.

Carrancudo,Luid seguiu Carol casa adentro.

Rei Das Cinzas. (Livro 01)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora