Capítulo VIII

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Pov Nina
Cheguei na faculdade e resolvi enviar uma mensagem para Lorenzo, nunca havíamos falando pelo telefone, mas com certeza ele tinha meu número, assim como eu tinha o dele. Caso não tivesse, problema dele, eu não estava afim de esperar e queria enviar droga a porra da mensagem.
Eu escolho o lugar.
Enviei e em menos de um minuto a resposta veio:
Que seja um bom motel.
Espera deitado. - Respondi, já sentindo raiva.
Animado, ou você pretende me animar? - Consegui o imaginar sorrindo e aquilo me causou sentimentos distintos de raiva, vontade de socá-lo e ao mesmo tempo sorrir junto, diante daquilo, achei melhor não respondê-lo.
Lorenzo costumava ser pontual, dessa vez não foi diferente. O relógio marcava 20h quando ele desceu de seu carro, estacionado em frente ao prédio que moro. Resolvi surpreende-lo, ficando em seu campo de visão, assim que ele abriu a porta.
- Pensei que deveria subir e encontrar meus sogros, receber autorização novamente, após isso levar a dama para um jantar. – Disse debochado.
- Melhor pular essas formalidades, não preciso dessas coisas, meus pais confiam em mim.
- Melhor assim, não tenho saco pra fingir ser bom moço. – Ele revirou os olhos falando.
- E eu estou cansada e não tenho muito tempo, vamos logo. – Disse abrindo a porta de trás do carro e entrando.
- Virei taxista? – Perguntou com desdém.
- Você não teria vocação para isso. – Respondi observando os carros de nossos soldados se posicionarem.
- Existe vocação para ser taxista?
- Geralmente eles são simpáticos.
- Não preciso ser simpático pra agradar ninguém. – Falou abrindo a porta em que eu estava e me puxando de lá.
- Hey, o que você está fazendo, se meu pai ver... – Reclamei enquanto Enzo me segurava no colo e colocava no banco ao lado ao seu.
- Colocando minha namorada, onde ela deveria sentar.
- Não sou sua namorada, sou sua noiva. – Disse com nojo.
- Minha linda noiva. – Ele sorriu e apertou minha coxa.
- Tira mão daí e dirige ó, só seguir esse caminho. – Disse dando um tapa em sua coxa e indicando o caminho no GPS.
- Espero que seja um bom restaurante.
- É um lugar legal.
- Estou com fome.
- Pensei que quisesse sair comigo, mas pelo jeito está pensando apenas na comida.
- O prato principal é você, mas estou com fome de comida também.
- Idiota! – Respondi com raiva.
- Que foi? – Ele sorriu debochado.
Seguimos o caminho indicado e paramos em frente ao local que costumamos treinar.
- Acho que você errou o caminho, não tem restaurante aqui. – Ele disse observando tudo, sem sair do carro.
- Estamos exatamente no local que eu gostaria de estar, talvez a refeição do dia seja você, para os soldados de meu pai... – Sorri percebendo seu olhar intrigado.
- Vocês não teriam coragem. Eu estou com a filha dele ao meu lado.
- A filha dele pode andar armada e sabe se defender.
- Se defender de The Ruthless? – Ele gargalhou e saiu do carro, abrindo a porta para eu sair.
Seu jeito destemido e corajoso eram admiráveis.
- Vem comigo. – Falei indicando o caminho para dentro de uma espécie de galpão. – Pode ficar tranqüilo, essa rua é sempre sob vigília.
- Bom descobrir um dos locais de treinamento da Família. – Ele sorriu.
- Não te mostraria um local importante.
- Claro, como se precisasse de você para descobrir essas coisas. Aprende, eu sempre vou descobrir o que quero. – Ele disse me acompanhando. Passamos por alguns soldados, estava em um dos galpões de treinamento da Família, ali encontravam-se alguns soldados iniciantes, fomos até uma sala pequena, tinha apenas um banheiro e um espaço pequeno com tatames.
- Nossa que encontro romântico. – Ele sorriu observando o espaço.
- Essa é a única sala que não possui câmera, pode ficar tranqüilo, ninguém vai ver você apanhando para uma mulher. – Disse convencida.
- Apanhando? Nosso primeiro encontro oficial, vai ser lutando? – Ele disse debochado.
- Me falaram que você gosta de lutar, pensei em testar meus novos conhecimentos contigo.
- Você sabe que eu não te bateria... A menos que isso fosse para o seu prazer.
- Vindo de ti, posso dizer que essa foi sua primeira declaração de amor. – Respondi debochada.
- Não se acostume. – Ele se aproximou me encarando.
- Uma vez eu lhe acertei em cheio com uma faca, posso fazer isso novamente, então não se atreva.
- Talvez eu goste de sentir dor. – Ele respondeu me segurando pelos braços e prensando contra a parede.
- Podemos descobrir isso agora. – Falei tentando chutá-lo entre as pernas, mas o mesmo foi mais rápido, segurando minha perna e colocando envolta de sua cintura, me fazendo sentir seu corpo junto ao meu.
- Você pode sentir isso com outras partes do corpo, o joelho não é algo tão legal... – Disse pressionando o membro contra mim. Senti meu rosto arder, estava vermelha, não sabia se por vergonha, tensão ou tesão. Acredito que a última opção.
- Você é um idiota. – Eu o afastei, tentando não demonstrar a falta de ar que sentia.
- Você ainda vai amar esse idiota aqui, e não apenas sentir tesão...
- Quem disse que eu senti tesão?
- Seu rosto, o calor do seu corpo... Você tenta não demonstrar, mas seu corpo já me pertence. – Ele se aproximou rindo e me deu um selinho, após isso, começou a caminhar, observando o espaço.
- Aqui tem câmeras? – Perguntou olhando para o alto.
- Você acha que eu te contaria segredos de algo da organização do meu pai?
- A organização é do teu tio, e eu sou teu noivo... Mas não é por conta disso que quero saber.
- É por quê?
- Queria te ver mais a vontade, mas se tiver câmeras, não quero.
- Mais a vontade? – Perguntei gargalhando.
- Qual é? Já vi você de várias maneiras... Não se faça de tímida agora, e outra, isso deveria ser um jantar, não vou embora sem comer...
- Você é muito idiota. – Falei com raiva, tentando lhe acertar um soco.
- E rápido. – Ele riu me segurando, logo após ouvimos um estrondo.
- Que barulho é esse? – Perguntei lhe encarando.
- Eu que lhe pergunto, não estamos em um local seguro?
- Claro que sim... Bem, aqui é um dos campos de treinamento, não é o mais seguro, não te levaria em um dos... – Não terminei a frase, em seguido ouvimos mais estrondos. Enzo então me puxou pelo braço e entramos em um pequeno espaço, onde ficava o banheiro privativo da sala.
- O que está acontecendo? – Olhei ele intrigada.
- Eu quem deveria te perguntar. – Ele me olhou diferente, parecia com raiva.
- Você armou pra mim? Fala Enzo! – Perguntei com raiva.
- Se eu tivesse armando pra você, não estaria te protegendo.
- Desde quando você está me protegendo? – Perguntei, mas não obtive resposta, da sala em que estávamos pude ouvir os disparos, os russos haviam invadido o local, provavelmente tentando matar e desfazer a união entre Chicago e Nova York, matando-me junto de Enzo. Ele rapidamente sacou sua arma e começou a atirar, me colocou escondida em um espaço considerado seguro, e entrou em uma verdadeira guerra com no mínimo 20 homens. Estávamos cercados, consegui comunicar meu pai, que já havia saído com outros homens para o local, mas teríamos que resistir ao ataque, por no mínimo 8 minutos. Não sabia se Enzo conseguiria esse feito, visto que o arsenal dos russos era muito melhor, do que a arma que Enzo portava consigo, mas rezava para dar certo. Prometi não implicar com ele, se com vida conseguíssemos sair dali.
Ouvi um grito de raiva, Enzo havia sido ferido no braço, tocou a arma que portava pra mim e saiu em disparada ao grupo de homem que nos cercava, haviam 5 deles, Enzo acertou o primeiro o matando e fazendo-o se escudo humano até chegar nos outros, foi rápido demais e meus olhos não conseguiam acompanhar direito, com uma faca, que havia sido jogada no chão, enquanto tentava acertá-lo um tempo antes, vi Enzo matar mais 3 homens que o cercava, deixando apenas um vivo, esse ele imobilizou, provavelmente para um futuro interrogatório.
- Está seguro! – Enzo gritou. Estava nervosa, mesmo já passando por interrogatórios, nunca havia visto uma ação como aquela, nunca imaginei que ele lutaria tão bem, e mesmo que não quisesse admitir, admirei sua luta e o que ele fez contra 20 russos imundos.
Ouvimos então mais alguns tiros e em seguida meu pai invadiu o local que agora se encontrava parcialmente destruído.

- Por Deus, como você está? – Meu pai correu em minha direção.
- Caralho, o que foi isso? – Martin disse invadindo meu campo de visão.
- Vamos levá-lo. – Joseph disse se aproximando de Lorenzo, junto de alguns soldados.
- Quero ajudar no interrogatório. – Lorenzo disse assim que entregou o homem.
- Restou mais algum? – Martin perguntou.
- Mais 4, já estão sendo levados pro anexo.
- Eles podem ter algum chip de localização. – Lorenzo disse.
- Vamos levá-los para o andar de baixo. – Meu pai finalmente falou, ainda ao meu lado.
- Eu estou bem, pode ir com eles. – Falei ainda tremendo.
- Esses russos bastardos. – Lorenzo disse com raiva e foi até onde eu estava. – Está mesmo tudo bem? – Falou me encarando e ignorando a presença dos que estavam na sala.
- Sim, está.
- Vou ajudar no interrogatório, você quer ir? – Perguntou surpreendendo meu pai.
- Melhor ir para casa, sua mãe está preocupada. – Meu pai o cortou.
- Tudo bem, eu vou pra casa.
- Quero te ver antes de voltar para Chicago.
- Eu te envio mensagem depois.
- Ok. – Ele respondeu e seguindo para a sala de interrogatório, mesmo querendo, ninguém podia negar esse pedido dele, afinal fomos os dois atacados e o sucesso na operação veio por sua reação ao matar e me defender. Meu pai seguiu com eles e Martin foi encarregado de me levar para casa.


NOTA DA AUTORA: Finalmente tomei vergonha na cara e atualizei haha, desculpa a demora, o que acharam?

Bound by PowerWhere stories live. Discover now