Capítulo IX

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  Aulas de genética sempre foram as minhas preferidas, tinha um professor muito legal que conseguia passar o conteúdo de forma simples, um dos melhores até então, sempre admirei sua didática. Após sair da melhor aula da semana, encontrei Lorenzo me esperando no final do corredor, percebi que algumas meninas passavam e o encaravam, seu jeito chamava atenção e o fato dele não parecer se importar com nada, acho que fazia com que elas gostassem ainda mais.
- Essa faculdade já foi melhor freqüentada. – Falei me aproximando.
- Também senti sua falta meu amor. – Ele respondeu debochado e me deu um selinho.
- Quem deixou? – Revirei os olhos.
- Esse anel que você carrega no dedo. – Apontou orgulhoso.
- Até esqueci de tirar. – Desdenhei, verdade é que eu amei o anel, era diferente, com um diamante preto, muito bonito.
- Sei... – Ele sorriu debochado e me deu a mão, caminhando dentro do campus.
- No final da rua tem um restaurante muito bom, vamos até lá? – Perguntei quebrando o silêncio. Não gostava de ver Lorenzo muito quieto.
- Pode ser. – Ele respondeu sem prestar muita atenção.
- Você está bem? – Parei o encarando.
- Tem certeza que este local é seguro? – Ele disse olhando ao redor.
- Claro, é um local público, mas tenho alguns seguranças infiltrados e...
- Mesmo assim, a partir de hoje, vou te apresentar dois soldados meus, que vão zelar por sua segurança. – Disse sério.
- Está maluco?
- É meu direito, teu pai e teu tio fizeram o mesmo quando noivaram.
- Mas eu sou...
- Você é minha noiva, jamais te negaria o direito de estudar, ter uma profissão, mas sua segurança precisa estar ok. – Falou sério, caminhando até o restaurante.
- Quem vê, se preocupa comigo... – Debochei.
- Você é a única pessoa com quem me preocupo, isso que ainda não tive a oportunidade de te ver implorando pelo meu toque... – Falou apertando minha cintura.
- Se tiver vai me deixar em paz?
- Quer pagar pra ver? – Ele sorriu divertido.
- Nunca. Já disse que esse corpinho aqui não te pertence. – Sorri no mesmo tom.
- Nem você acredita nisso. – Ele cochichou em meu ouvido, me fazendo arrepiar e gargalhou quando percebeu seu efeito em mim.
- Eu odeio você. – Falei com raiva.
- Eu sei. – Ele sorriu mais uma vez e ao longe ouvi uma voz conhecida chamando seu nome.

-Enzo! Não acredito, você aqui, veio me ver? – Katy disse correndo em nossa direção.
- Não sabia que você também estudava aqui. – Ele respondeu lhe beijando o rosto.
- Sim, faço administração. Na verdade, frequento algumas aulas, não nasci para essas coisas. – Ela gargalhou.
- Seria melhor fazer sexologia. – Ele respondeu.
- Disso você sabe que eu entendo, não é? – Ela provocou em deboche, me fazendo explodir de raiva e sair andando, como se não os conhecesse.
- Hey, espera. – Lorenzo falou correndo atrás e me puxando pelo braço, logo atrás vinha Katy, preparada para se achar ainda mais, não pensei muito, apenas me voltei até ele e lhe dei um beijo, que nunca havia dado em publico, um beijo com desejo, tesão.
No começo Lorenzo se surpreendeu, foi nítida sua surpresa, mas em seguida ele colou seu corpo no meu, correspondendo o beijo, enquanto suas mãos deslizavam pelo meu corpo, parando na região da bunda e apertando com desejo.
- Estamos em público. – Falei me desvencilhando e tentando retomar o fôlego.
- Podemos ir para outro lugar. – Ele disse recompondo sua respiração.
- Você não merecia nem esse beijo, muito menos ir para outro lugar. – Disse com raiva lembrando de Katy.
- Você está com ciúmes. – Sorriu com o canto dos lábios.
- De você? Faça-me rir. – Desdenhei.
- De mim. – Ele sorriu e me guiou até uma mesa vazia no restaurante.
- Perdi a fome. – Falei olhando o cardápio?
- Eu estou com bastante fome. – Ele disse me encarando.
- Come então. – Falei pedindo um suco.
- O que eu quero, não posso comer agora... Preciso esperar, mas em breve irei ter meu prato principal. – Falou sem se importar com o garçom que anotava os pedidos, apenas o fuzilei com o olhar e achei melhor não responder sua provocação.
- Acho que ele é virgem... – Lorenzo debochou assim que o garçom saiu com nossos pedidos anotados.
- Ele deve ser educado, coisa que você não é. – Falei com raiva, também estava vermelha, pelo misto de raiva e vergonha.
- Desculpa, nada contra virgens, até gosto. – Respondeu apertando minha coxa.
- Não encosta. – Respondi com raiva.
- Ou? – Debochou mais uma vez, mas desta, preferi ficar calada.
- Não vai falar? – Perguntou novamente, segui em silêncio.
- Que droga, vai me deixar falando sozinho? – Segui o ignorando, percebi então que ele odiava não ter motivos para provocar.
- Bom, já que você prefere ficar em silêncio... Ele disse e fingiu deixar cair no chão um guardanapo.
- Lorenzo. – Falei ríspida, quando senti uma mordida em minha perna.
- Gostaria de foder você com minha língua nesse exato momento. – Ele falou voltando a sentar-se de maneira educada.
- Seu querer não é o mesmo que o meu. – Falei olhando a janela.
- Tenho certeza que você iria gostar de sentir minha língua percorrendo seu corpo. – Ele falou em meu ouvido, de um jeito que pude sentir em meu pescoço sua respiração.
- Essa comida está demorando. – Mudei de assunto.
- Você está mais impaciente que eu...
- Estou com fome.
- Viu como eu sofro. – Debochou ficando ainda mais próximo.
- Daqui a pouco você vai sentar em meu colo. – Tentei o distanciar.
- Prefiro você sentada no meu, cavalgando de preferência e gemendo meu nome bem gostoso.
Resolvi não responde-lo, mas pisar forte em seu pé.
- Ai caralho. Quer me deixar doido com esse carinho todo?
- Você é estranho. – Falei por fim.
- Por quê?
- Porque poderia ter qualquer mulher aos seus pés, até mesmo Anitta, caso tivesse que casar contigo, faria o que você mandasse, mas escolheu a única que jamais vai te obedecer.
- Jamais?
- Jamais.
- Talvez isso seja o que eu mais gostei em ti, difícil de ser domada.
- Não sou égua para ser domada. – Falei com raiva.
- É um bela potranca. – Riu debochado.
- Chega, cansei, não quero mais falar contigo. – Fiz birra.
- Que lindinha, brava. – Ele me deu um selinho debochado.
Já estava quase surtando em ter que aguentar todo o jogo de provocação, então chegou nosso almoço e comecei a comer em paz, rezando para Lorenzo aquietar-se um pouco, contudo, ver ele quieto, concentrado na comida, me fez querer voltar a provocá-lo, mas me contive, ainda teria que voltar para a faculdade no outro turno.
- Os dois homens a nossa frente, vão cursar todas as cadeiras com você, não estranhe... – Lorenzo ia falando, enquanto saíamos do restaurante.
- Já sei, mais dois soldados da Outfit.
- Não, são soldados do The Ruthless.
- Mas, seu pai sabe disso?
- Você acha que eu me importo com o que meu pai sabe ou deixa de saber? – Ele sorriu divertido, eu apenas revirei os olhos em resposta.
- Se cuide, mês que vem venho lhe ver, ou talvez você vá até Chicago.
- Estou em meu território e não pretendo sair daqui. – Disse decidida.
- Ok, eu venho cortejá-la, minha doce dama. – Disse fingindo-se galante e beijando minha mão.
- Você não me contou sobre ontem. – Falei o encarando e vendo-o mudar seu semblante.
- Algo maior está por vir. – Ele disse me surpreendendo.
- Como assim? – Perguntei intrigada.
- Nada, esquece. – Ele disse por fim e beijou minha testa. Me deixando sozinha e atônica logo em seguida.Aulas de genética sempre foram as minhas preferidas, tinha um professor muito legal que conseguia passar o conteúdo de forma simples, um dos melhores até então, sempre admirei sua didática. Após sair da melhor aula da semana, encontrei Lorenzo me esperando no final do corredor, percebi que algumas meninas passavam e o encaravam, seu jeito chamava atenção e o fato dele não parecer se importar com nada, acho que fazia com que elas gostassem ainda mais. 

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