Capítulo XVI

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POV Nina

Quando finalmente chegamos no aeroporto particular da família de Lorenzo, alguns carros já estavam a nossa espera. Perguntei-me internamente se pertenciam a Outfit ou ao seu próprio exercito. Sempre soube dos feitos de meu noivo, mas nunca tinha visto de perto seu poder máximo.
- Vamos. – Lorenzo disse indicando em qual carro eu deveria entrar.
- Esses soldados são seus?
- São da Outfit, meu pai insistiu bastante.
- E os seus?
- Vou te levar para conhecer meus chefes,
- Agora? – Perguntei animada.
- Não, vamos até a casa de meus pais, minha mãe quer te ver. – Respondeu parecendo incomodado.
- Sua mãe é muito querida, você nem parece que saiu dela. – Não pude deixar de comentar.
- Você prefere eu assim do que um frouxo. – Convencido respondeu.
- Quem sabe. – Respondi e ouvi o som de sua risada entrando no carro.
- Amo a Nina irritada, mas essa ai, apaixonada é bem bonitinha também. – Disse ligando seu carro.
- Eu não estou apaixonada por ninguém. – Falei fingindo estar indignada.
- Ok... – Ele disse tocando minha perna e alisando-a com direção a minha intimidade.
- Lorenzo... – Ralhei.
- Sim? – Fingiu-se de desentendido.
- Tira a mão daí. – Respondi e lhe dei um tapa na mão.
- Não. – Ele provocou e apertou minha coxa.
- Estou ardida. – Resmunguei, fazendo drama.
- Vou comprar alguma pomada pra você, quer que compre agora ou podemos esperar até a volta? Dói muito? – Mudou seu tom de voz, parecendo preocupada e aquecendo algo em mim.
- Não, é uma dor suportável, logo acostumo.
- Acostuma se transar bastante... Comigo. – Voltou a ficar convencido.
- Não necessariamente contigo.
- Eu mataria, você sabe.
- Até vibradores? – Provoquei ainda mais, assistindo Lorenzo controlar o sorriso.
- Você não precisa de vibradores, tendo algo pulsante como isso aqui, a sua disposição. – Disse passando a mão por cima de seu pênis.
- Mas estamos morando longe um do outro.
- Posso mudar para Nova York, mas acho que seu pai não vai gostar muito.
- Nem pensar, não quero uma guerra entre meu pai e meu noivo. – Falei sem esconder minha preocupação.
- Eu não seria tão louco, não antes de casar com você. – Disse e mordeu minha bochecha.
- Lorenzo... – Respondi e beijei seu pescoço, estava gostando demais de ficar com ele, e com medo desse sentimento.
- Estamos quase chegando, mas mudo minha rota, basta mais um beijo seu. – Ele falou tirando o cinto de segurança.
- Nem pensar. Guarda essa coisinha dentro das calças e aquieta ai.
- Fala coisinha de novo que eu te mostro o poder do monstro. – Disse entre dentes, descobri que para ferir ele, bastava trata-lo no diminuitivo.
- Coi... Sa. – Provoquei e ri junto com ele, ao ouvir sua gargalhada.
- Amo sua coragem e mais ainda sua noção do quão longe pode ir com as provocações.
- Eu sei que você me ama por inteira.
- Principalmente quando sinto sua parte interna. – Disse estacionando o carro em frente a mansão dos Cavallaro.
- Se comporta, ou peço pra dormir nos seus pais durante minha estadia. – Respondi e sai do carro, o acompanhando em direção a entrada da residência.

...

Algumas coisas nunca mudam, entre elas o poder que existe dentro daquela casa. Ela tem uma energia pesada e apenas Valentina consegue amenizar aquilo, com seu jeito doce e encantador.
Lorenzo chegou e beijou a testa de sua mãe, em seguida beijou a minha, deixando-me sozinha com ela e foi até o que recordo ser um dos escritórios de Dante, provavelmente tratariam de negócios.

- Estou muito feliz em ver você aqui Nina e ver que vocês estão se acertando, nesse nosso mundo, garotas precisam ser fortes e você com certeza é. Lorenzo jamais vai te ferir, caso isso ocorra saiba que estou aqui pra lhe defender.
- Obrigada Valentina. – Disse sem jeito, eu sabia muito bem do que ela estava falando, dentro da máfia, é considerado normal vermos mulheres vítimas de violência doméstica, eu não suportava pensar naquilo, e sentia vontade de revidar por cada ataque contra mulheres.
- Lorenzo está com Dante, eles tinham alguns assuntos para tratar, Dante não é um homem fácil, não estranhe se nossoEnzo voltar um pouco irritado com o que o pai disser. – Valentina justificou.
- Lorenzo tem a quem puxar. – Falei sem pensar.
- Sim, tem, mas ele te ama, e se puxar pelo pai, ele vai ser um bom homem para você, Dante é impiedoso com os demais, mas faz de tudo pelo meu sorriso. – Valentina disse, eu não duvidava disso.
Seguimos conversando sobre minha mãe e tias, até que Dante e Lorenzo apareceram na sala, nos interrompendo.

- Cada dia mais encantadora. – Dante disse entrando na sala e indo até minha direção. Eu ainda tremia ao vê-lo, assim como qualquer pessoa tremeria ao ver ele ou o filho, mas Lorenzo, me causava tudo, menos medo. O cumprimentei cordialmente e fui até Lorenzo, surpreendendo-o ao segurar sua mão, enquanto falava assuntos sem importância, como o tempo de viagem, com eles.
Logo fomos até a mesa de jantar. Estávamos apenas os quatro sentados a mesa. Eu não estava com fome, era cedo e provavelmente faríamos muitas coisas depois do tal jantar.
- Incrível como a Nina está ainda mais bonita. – Foi Valentina que quebrou o silêncio, ela parecia estar incomodada com aquilo.
- Obrigada. – Sorri sentindo minhas bochechas corarem. Dante estava quieto demais, Lorenzo o encarava demonstrando raiva e aquilo estava me deixando intrigada.
- Estou ansiosa com o casamento de vocês. – Valentina continuou.
- Acho que podemos adiantar esse casamento, afinal, vocês já consumaram o ato. – Dante disse sem demonstrar sentimentos, me fazendo querer morrer.
- Como, como assim? – Falei encarando Lorenzo, que parecia assustado, mas tentando não demonstrar emoção.
- Acabei de receber a imagem das câmeras que temos no avião, vocês não vão negar, vão? Posso dar o play se quiserem. Pensei até que já havia acontecido, você já foi mais rápido meu filho. – Disse para Lorenzo que com raiva levantou com punhos fechados.
- Dante, por favor. – Valentina também levantou, colocando-se entre o filho e o pai.
- Vou conversar com Lucca, isso é uma desonra, melhor lidarem logo com isso e casarem de uma vez, pararem com essa besteira de um ano de noivado. – Dante disse.
- Você sabe muito bem que não manda na minha vida e eu vou casar quando eu quiser e se eu quiser. – Lorenzo finalmente falou com o mesmo tom de voz do mais velho.
- Pessoas da nossa idade transam, é idiota demais pensar que precisamos casar virgem, nos dias de hoje, senhor Dante. – Falei finalmente, não me calaria diante de uma discussão sobre algo tão intimo meu, preferia que ele nunca descobrisse isso, mas aconteceu e pelo olhar de Lorenzo, ele não compactuava com o pai.
- Vocês deveriam saber que são pessoas normais, e essa tradição é de sua família, meNina, tenho certeza que seu pai e tio não vão gostar de saber disso, mas tenho uma opção para você, casem no mês seguinte e não mostro o lençol para ele, do contrário...
Pensar em meus pais me verem transando com Lorenzo, meu tio ter minha intimidade exposta, pensar em quem pode ter visto aquele vídeo, me causou arrepios, eu estava desesperada por dentro, mas queria transparecer força. Lorenzo já não estava mais contido, arrisco dizer que se não fosse sua mãe, entre ele e seu pai, os dois já tinham saído no soco. As mãos de Lorenzo estavam fechadas, já Dante, transparecia calma, mas com a mão próxima a arma que havia em sua cintura.
- Faça isso e eu cancelo esse noivado hoje mesmo, e você e sua querida OutFit vão ter que lidar sozinhos com os Russos, sem o apoio da Família. – Respondeu ameaçando seu pai.
Ouvir aquilo era como receber um soco em meu estomago, eu não queria ter um noivado cancelado, eu queria ter Lorenzo, me fez perguntar sobre o que ele sentia e se aquilo era apenas um jogo de poder para ele.
- E você o que prefere, que eu envie o vídeo para sua família, que cancele o noivado, casar... O que você prefere Nina?
- Não responda, vamos embora daqui. – Lorenzo disse e segurou forte meu braço, me puxando para fora daquela casa.

Ele entrou com raiva no carro, esperou que eu fechasse a porta e antes mesmo de por algum cinto de segurança, saiu com a velocidade muito acima do parecido. Lorenzo não piscava os olhos, olhando diretamente para estrada e demonstrando raiva em seu semblante, eu sentia medo, estava confusa e com medo de estar fazendo uma tempestade em um copo d'agua.
Lorenzo parecia dar voltas com o carro, observei melhor e ele estava despistando alguns carros, provavelmente de seu pai. Após cerca de 30 minutos, Lorenzo pegou uma estrada que indicada acesso a uma zona da cidade que nunca havia ido, não estávamos mais sendo seguidos.
- Onde estamos indo? – Quebrei o silêncio.
- Ao meu QG. – Respondeu sem me olhar.
Chegamos a uma zona mais periférica da cidade, Lorenzo adentrou uma garante, que era vigiada por alguns homens armados, eles não escondiam suas armas, dando a entender que eram os que ditavam a lei naquele território.
- O mestre chegou. – Um homem se aproximou dele, falando.
- Cammy está a sua espera. – O outro de sua gang disse.
- Ok. Venha. – Lorenzo disse me guiando em sua frente.
- Lorenzo? – Parei em meio a um corredor lhe encarando.
- Sim? – Ele parecia bravo de um jeito que nunca havia visto.
- Nós podemos conversar sobre o que aconteceu? – Senti meus olhos arderem e com isso senti raiva, pois o choro ao meu ver seria um sinal de fraqueza, mas estava me sentindo assim, fraca.
- Eu preciso matar alguém Nina, preciso focar em algo que não seja a vontade que estou de matar meu próprio pai, depois disso, nós conversamos.
- Só me responde uma coisa. – Insisti, vendo Lorenzo fechar o punho, parecendo querer socar algo.
- Fala.
- Você não filmou por querer, filmou?
- Você não acha que eu seria canalha o suficiente pra isso, acho? Não teria motivos Nina, eu não sou um merda que precisa de chantagem pra convencer alguém a casar comigo, meu pai está mordido por eu ter ajudado o seu em Nova York e deixado Chicago durante esse tempo, resolveu se vingar, quer esse casamento logo, para que eu não tenha motivos pra ir pra NY tão cedo.
Eu não respondi ele, apenas me aproximei mais e toquei seus lábios com os meus. Lorenzo fechou os olhos, correspondendo meu toque.
- Quem viu o vídeo? – Perguntei preocupada.
- Alguém que não vai amanhecer vivo. – Lorenzo disse decidido.
- Mas, você? – Perguntei tentando entender.
- Pronta pra matar algumas pessoas? – Ele perguntou quando me distanciei lhe encarando.
- Ao seu lado, sim. – Respondi e acompanhei Lorenzo até uma outra sala, que mais parecia um "quarto de pânico", visto que parecia revestida com algum material resistente e para ter acesso, era necessário passar por duas portas corta fogo, que precisavam de chave de acesso para serem abertas. Dentro do local, havia uma mulher, ela parecia concentrada em alguns computadores, era loira e muito bonita. Senti uma pontada de ciúmes, antes mesmo de lhe ser apresentada. 




NOTA DA AUTORA: Desculpe pela demora para postar, a vida anda corrida demais, por favor, comentem o que estão achando, isso me anima, faz querer continuar e é muito importante saber a opinião de quem acompanha Bound by Power. Espero que gostem desse capítulo! 

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⏰ Last updated: Jan 29, 2019 ⏰

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