Capítulo XII

494 32 0
                                    


- Isso não fica mole nunca? – Provoquei Lorenzo, encarando o membro dele, que já estava ficando rígido novamente.
- Você está tomando banho comigo, acha que vou conseguir controlar a excitação?
- Melhor você me deixar tomar banho sozinha então. – Debochei jogando espuma nele.
- Sonha, quero é ter você comigo todos os dias logo.
- Só daqui um ano. E não tenha esperanças, isso não vai acontecer de novo.
- Sei que você quer.
- Quero, mas não precisa ser com você.
- Você não seria capaz. – Disse sério, notoriamente irritado.
- Será que já não fui? – Provoquei ainda mais, estava amando ver Lorenzo sem controle, demonstrando emoções.
- Eu mataria.
- Me mataria?
- Quem sabe? – Disse bravo e saiu do banheiro, enrolando em uma toalha.
Senti meu coração doer, não queria ver Lorenzo bravo comigo, ou pior ainda, chateado. Nunca me importei muito com o que as pessoas pensavam ou como se sentiam após ações minhas, dessa vez estava sendo diferente e me perguntei se estaria ficando fraca, pensei em ir até ele, falar que nunca havia sido tocada por outro homem, até porque depois do que aconteceu, ele poderia pensar que o mesmo já tivesse acontecido com outro cara, contudo, se tivesse, não mudaria nada, afinal, assim como ele é dono de seu próprio corpo, eu sou do meu. Me controlei, falar para ele sobre sentimento, daria vantagem para Lorenzo e eu não queria isso.

- Quero ir para casa. – Falei entrando no quarto e encontrando Lorenzo já vestido, encarando a vista.
- Vai. – Ele disse sem emoção.
- Você me trouxe até aqui, você me leva.
- Quer tanto assim minha companhia? Desse jeito vou achar que está apaixonada. – Ele sorriu e foi até o celular, que tocava sem parar, na tela a foto de uma mulher muito bonita.
- Se estivesse apaixonada, não seria por você. – Respondi com raiva, vestindo minha roupa que ainda estava espalhada pelo quarto.
Lorenzo atendeu o telefone e saiu do quarto, falando baixo. Isso me deixou com ainda mais raiva, sai e não procurei por ele pela casa, mas pude ouvir sua voz vindo do quarto ao lado, contudo, não conseguia entender o que ele dizia. Apenas bati a porta do apartamento com força ao sair. Notei que Lorenzo gritou meu nome, o elevador não havia chegado ainda, então resolvi descer pelas escadas, não queria ter que olhar pra ele tão cedo, contudo a porta que dava acesso as mesmas estava trancada e só seria aberta com impressão digital, sabia que Lorenzo era mais preocupado com a segurança do que meus pais, ou os homens da máfia em geral, mas não pensei que fosse tanto. Finalmente o elevador chegou e com ele, Lorenzo abriu a porta, me segurando pelo braço.

- Amanhã retorno a ligação e qualquer novidade, me envie no e-mail. – Ele disse finalizando a chamada.
- Me solta. – Falei puxando meu braço.
- Você está maluca?
- Por que estaria?
- Sair correndo de dentro de um quarto, não é uma atitude normal.
- Eu não sai correndo, eu quero ir para minha casa e você mandou que eu fizesse isso sozinha, estou apenas cumprindo as ordens do meu noivo. – Falei com raiva, minha vontade era chorar e ao mesmo tempo socar a cara dele.
- Entra. – Disse autoritário.
- Não quero. – Respondi séria e alisando meu braço assim que ele o soltou.
- Entra, eu vou te levar pra casa.
- Já disse que não quero e não preciso de você, alias, nem pra isso, nem pra nada. – Queria conseguir feri-lo, machucá-lo, fazê-lo sentir o que eu estava sentindo naquele momento.
- Ela é uma das hackers que trabalha na minha organização, nada demais.
- Por que a foto bonita então?
- Porque ligou pelo whats, essa é a foto do perfil dela. – Ele revirou os olhos.
- Pensei que você tivesse...
- Que eu tivesse tirado aquela foto e colocado no meu celular? – Ele respondeu gargalhando. – A única pessoa que tem foto salva junto com o número na minha agenda, é você Nina.
- Que foto?
- Uma hora você vai... – Ele começou a falar e eu imediatamente peguei meu celular, ligando para ele. – Lorenzo colocou o celular no bolso rindo.
- Me deixa ver Lorenzo, que droga, eu odeio você. – Disse braba, tentando tirar o celular de seu bolso, começando uma verdadeira luta.
Lorenzo gargalhava, parecia feliz com a situação, quando o telefone parou de tocar, ele retirou do bolso, digitou uma senha da qual não consegui decorar e abriu em uma foto minha com alguns anos a menos.
- Onde foi isso?
- Em algum acordo, digo, casamento. – Ele debochou.
- Faz tempo que me ama hein. – Debochei.
- Você está estranha na foto, acho ela engraçada. O amor não existe nesse corpo aqui baby.
- Nem você acredita. – Falei séria, em seguida lembrei de seu excesso de raiva e voltei a ficar brava também.
- Tchau. – Disse entrando no elevador, aproveitando um momento de distração dele.
Apertei no botão que indicava o primeiro andar, mas o elevador não se moveu, ao contrário, no visor acima da grade de botões apareceu o seguinte dizer "Digite a senha ou posicione a digital no local indicado".
O idiota não daria ponto sem nó, ele era o único que autorizava entradas e saídas de seu apartamento, logo, sem a autorização dele, eu tinha duas escolhas, ficar em um elevador parado, ou sair e pedir para ele liberar aquela droga. Optei pela primeira opção.
Sabia que ele estava acompanhando tudo que fazia ali dentro, apaixonado por tecnologias, Lorenzo espalhava câmeras por todos os locais que tinha acesso, senti um frio correr meu corpo, pensando que ele poderia ter filmado o que aconteceu com a gente, tive vontade de chorar e uma onda de arrependimento tomou conta de mim.
Olhei para o teto e mostrei o dedo médio para o que pensei ser uma câmera, logo em seguida a luz do elevador se apagou me deixando em um completo breu. Senti medo, nunca fui fã de lugares pequenos, principalmente no escuro. Apertei o botão pedindo para que a porta fosse aberta, mas nada aconteceu, apertei novamente e como aconteceu na primeira vez, nada. Apertei então o botão de emergência repetidas vezes e comecei a me debater lá dentro, sentia meu corpo formigar, estava prestes a ter um ataque de pânico, quando finalmente a porta abriu e Lorenzo apareceu em meu campo de visão.
Sem pensar duas vezes corri até ele, estapeando-o onde eu conseguia. Ele surpreso acabou sendo atingido por alguns tapas, mas logo começou a se defender e me imobilizou.
- Você está maluca?
- Você me deixou presa ali dentro! Eu quero ir embora, nunca mais, nunca mais quero ver você. – Falei por fim, liberando o misto de adrenalina e raiva que estava sentindo.
- Eu odeio você. – Disse o encarando e sentindo meu rosto molhar em lágrimas.
- Nina, pelo amor de Deus, calma. – Ele pediu notoriamente preocupado.
- Não encosta! – Falei me distanciando dele, assim que o mesmo se aproximou para limpar meu rosto.
- Eu vou te levar para casa. – Ele disse por fim, entrando no elevador e digitando "Nina Cavallaro" na tela. Em seguida apertou o botão referente ao subsolo e o elevador se dirigiu até o mesmo.
- O controle de Lorenzo estava me deixando tonta, queria sair de perto dele, dar um tempo e tentar colocar os pensamentos no lugar.

- Posso levar você? - Lorenzo disse assim que chegamos no subsolo, ele parecia preocupado, sua voz estava baixa parecia ter medo de me tocar.
- Eu não... – Mordi o lábio tentando pensar em uma resposta.
- Nina, eu nunca quis te machucar, sei que sou um monstro e sinceramente, eu sinto prazer em machucar, matar, fazer o que eu faço, mas você, com você, é diferente, jamais iria te machucar, ou querer te fazer chorar.
Achei melhor não responder nada, apenas entrei em seu carro, indicando que deixaria ser levada por ele. O caminho foi curto e silencioso.
- Não quero ver você amanhã. – Falei tentando não demonstrar emoção.
- Ok. – Respondeu frio e saiu em alta velocidade com seu carro, assim que entrei no elevador de onde eu morava.

Pov Lorenzo

Eu passei dos limites, ver Nina falando que poderia fazer o que fez comigo, com outros caras, me fez surtar, tive vontade de socar tudo que aparecia em minha frente, não queria ouvir a voz dela, tinha medo do que ela iria falar, tinha medo de imaginar ela com outros caras e surtar ali, estando apenas nós dois. Por sorte, ou mais azar ainda, Cammy me ligou, deixando Nina enfurecida, aquilo me fez ver que ela sim sentia ciúmes, assim como eu sinto. Me fez perceber que não estava doido achando que ela sentia algo, contudo, toda abertura que conquistei que resultou no que aconteceu mais cedo, pode ter se fechado após minha crise de ciúmes.
Achei melhor ligar para o pai dela, desmarcando o compromisso que tínhamos, iria surtar se ficassem em Nova York, decidi por fim, sair dali e adiantar alguns compromissos em outras cidades... 

Bound by PowerHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin