Capítulo XIV

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  Tomei banho e vesti uma roupa que tinha em nosso QG, achei melhor não escalar ninguém para a missão que acabará de criar. Sabia de um QG pequeno dos Russos, já havia visitado o local e deixado algumas surpresas lá, ficava próximo a cidade que estávamos, cerca de 1 hora, andando dentro dos limite da velocidade. Cheguei lá em menos de 20 minutos, como esperado, estava movimentando o local, era um ponto pequeno de drogas e prostituição. Percebi que um cara havia comprado drogas e resolvi segui-lo. Ele já estava fora, e em troca de alguns dólares me disse seu nome, ou melhor, apelido: Dinho.
Estava com uma roupa mais simples, desci da moto e fui até um vapor* pedindo um pouco de droga e perguntando sobre alguma prostituta, afinal, meu objetivo era entrar no local, sem ser identificado.
- Você não é da região cara? Se não fosse essas tatuagens ai, ia falar que pode ser tira. – Ele riu.
- Está maluco? Foi o Dinho quem me indicou aqui, estou de passagem, preciso fuder logo uma vadia. – Disse.
- Porra, aquele chapado acabou de sair, não pode espalhar pras pessoas sobre a boca. – Disse um pouco revoltado.
- Eu sou de confiança, só preciso saber do puteiro que ele disse ter aqui, já que consegui um dos meus objetivos. – Sorri, ostentando alguns saquinhos de droga que havia comprado dele.
- Ó, vou dar a moral. Os russos são os donos daqui, não gostam de pessoas de fora, mas se você me der um agrado, te coloco ali dentro e você arruma uma vadia pra fuder bem gostoso. Essas daqui topam tudo, essa semana um cara teve que pagar 30 mil, matou a vadia de tanto socar. Pagando, pode tudo.
- Dinheiro não é problema, preciso liberar essa energia... – Sugeri, colocando mais dinheiro em sua mão.
- Vem comigo. – Ele indicou para segui-lo. Como já era esperado, fui revistado, sem muitos detalhes, e logo entrei na casa.
Encarei as mulheres que pareciam tensas, os homens lá dentro geralmente eram mais velhos e logo senti os olhos em direção a mim. Me apresentei como um motoqueiro qualquer, e falei sobre alguns pequenos furtos que gostava de fazer, não pareceram me reconhecer, estavam bêbados demais para isso. Andei pela casa, reconhecendo o território pessoalmente, já havia estudado a casa antes e escolhi uma menina para levar até o quarto.
- Bom dar prazer pra um gatinho desses. – Ela disse entrando no quarto e beijando meu pescoço, me guiando até a cama.
- Melhor você tomar um banho antes. – Falei indicando o banheiro.
- Mas eu não fiquei com ninguém ainda, não vamos perder tempo gatinho. – Ela disse abrindo minha calça, e depositando um beijo em cima do meu membro, ainda coberto pela cueca boxer.
Já estava a um bom tempo na falta, sem poder tocar em Nina, e aquilo vinha me deixando louco, contudo, sempre fui forte e naquele momento, não poderia pensar com a cabeça de baixo. Prefiro me divertir de outra maneira, enquanto você toma um banho. – Disse mostrando os pacotes de cocaína que havia comprado mais cedo.
- Ok boy, mas não use tudo sem mim. – Ela sorriu e foi em direção ao banheiro. Aproveitei que ela estava de costas para imobilizá-la pressionando meu dedo contra seu nervo, fazendo com que ela desmaiasse, pretendia ser rápido na missão, mas não poderia dar sorte ao azar, sendo assim lhe amarrei, não esquecendo de amordaçá-la.
Joguei duas pequenas bombas no centro do salão onde estavam os demais, ouvindo já os primeiros disparos contra o andar superior, bêbados e idiotas, começaram a brigar entre si, enquanto as mulheres corriam. Pulei a janela do segundo andar, ouvindo a confusão que acabará de começar. Geralmente os Russos lutam suas brigas, mas protegem os chefes, tirando-os do local de conflito. Esperei menos de dois minutos para ver alguns chefes saindo. Estava próximo a minha moto, atirei acertando dois na cabeça e um no braço, este já estava em movimento, tentando fugir. Subi em minha moto, ouvindo os disparos contra mim. Rezei mentalmente para as bombas que havia largado ali na semana anterior não falhassem, havia checado suas localizações antes de sair do QG e elas se encontravam no mesmo local. Liguei para Cammy liberando o código de acesso e parti com a moto, ouvindo os barulhos das primeiras bombas explodindo.

Xxx

Pov Nina

Dizem que após momento de muita adrenalina, nosso corpo se acostuma e acaba querendo sempre mais. Desde que comecei a lutar, esses momentos tem se tornado ainda mais frequentes, definitivamente, o que aconteceu a noite anterior, me fez sentir medo, adrenalina e necessidade de mais daquilo. Ter Lorenzo comigo, me trouxe uma segurança, que não esperava sentir, mais que estando com meu irmão ou primos. Meus pais não estavam contentes com o que aconteceu, comecei falando apenas em treinar com as meninas, mas eles já esperavam e não concordavam com missões como as que realizamos. Ouvi bastante ao chegar em casa e Lorenzo ganhou bons pontos com meu pai e meu tio, não apenas por recuperar armas, mas também por ter me salvo e salvo as garotas da Família. Percebi que eles tinham alguma esperança de Lorenzo me parar, coisa que não aconteceria, pois não nasci para respeitar ninguém, muito menos Enzo.
Ao mesmo tempo, estava ansiosa esperando sua ligação. Tinha certeza que ele não estava mais no QG, provavelmente vingando o que aconteceu, Lorenzo era vingativo, impiedoso, não deixaria passar batido a noite anterior. Já passava das 10 horas da manhã, eu não havia dormindo, mas também não quis sair do meu quarto, já estava cansada dos sermões dos meus pais.
Acabei adormecendo cansada de tanto esperar, mas logo fui acordada com a sensação de ter alguém me observando.
Lorenzo estava me observando.

- Quem deixou você entrar aqui? Resolveu invadir quarto de jovens mocinhas agora? – Falei sentando em minha cama.
- Dormindo você fica calada, calada fica até meiga. – Ele provocou e sentou ao meu lado. – Sentiu saudades? – Perguntou me dando um selinho.
- Até parece. Por que demorou tanto? – Disse braba, mas correspondi seu selinho e lhe dei outro. Não queria demonstrar, mas estava com necessidade dele.
- Estava resolvendo alguns problemas. – Ele sorriu e encarou minhas pernas descobertas. – Deus Nina, você não deveria dormir assim. – Sorriu, percebendo que eu vestia apenas calcinha e camiseta.
- E como deveria dormir? –Sorri provocando-o e sentando em seu colo.
- Nua, ao meu lado. – Ele disse me beijando e alisando/apertando minha coxa. Deixando-me arrepiada.
- Sonha. – Sorri e coloquei minhas pernas em volta de sua cintura, sentindo algo começar a ficar rígido.
- Olha como você me deixa. – Ele disse levando minha mão até seu membro.
- Se comporta, estamos em minha casa. – Falei levantando e vestindo a primeira calça que encontrei.
- Vim de buscar para passar o final de semana em Chicago.
- O que? Quem disse que eu quero.
- Acho que seu pai está bravo com você... Fui liberado. – Ele disse debochado.
- E se eu não quiser? – Perguntei já imaginando o que pedir em troca para ir com ele.
- Você vai querer.
- O que ganho indo com você?
- Sexo.
- Sexo é bom. – Provoquei.
- Como você sabe? – Perguntou desconfiado.
- Já fiz, com vários homens. – Respondi sem lhe encarar, óbvio que senti medo de sua reação, mas não poderia perder a oportunidade de provocá-lo.
- Nem você acredita nisso. – Ouvi Lorenzo falar e se aproximar de onde eu estava, depositando um beijo em meu pescoço.
- Quero ir em alguma missão. – Disse desconversando e ficando em frente a ele.
- Só se a missão for gemer em minha cama. – Debochou.
- Idiota. – Respondi dando um tapa em seu peito, fazendo-o se afastar.
- Que foi? Não precisa ser só na cama, pode ser no sofá, chão... – Continuou falando enquanto eu fazia caretas. – Banheiro, chuveiro. – Ele disse me dando um selinho e em seguida um beijo demorado.
- Saudade de você. – Confessei.
- Preciso gravar esse momento. – Ele sorriu convencido e ao mesmo tempo surpreso.
- Vai me deixar participar de alguma missão? Quero sangue! – Bati palmas animada, pensando em participar de algo.
- Sozinha ou com seu grupo?
- Como você achar melhor. – Eu só queria sentir a adrenalina.
- Então vamos para Chicago, quero te apresentar algumas pessoas e nossa sede principal.
- Que honra, conhecer o QG da OutFit. – Debochei.
- Não da OutFit, do The Ruthless.
- Aff, achei que seria algo importante.
- Vai ser. Já terminou a mala? Não precisa de muita roupa, você praticamente não vai usá-las.
- Sonha que vou ficar andando nua na sua frente, já disse, só após o casamento. – Provoquei, pegando uma pequena mala.
- Eu quem estou sonhando, bem eu... – Falou mimado, sentando em minha cama, assistindo eu arrumar a mala.
- O que é isso? – Perguntou pegando absorventes que havia colocado na mesma.
- Você não sabe o que são absorventes?
- Sei, mas você não está... Ah não Nina, cancela a viagem, te busco semana que vem. – Fez drama.
- Bom ver o teu amor por mim. Ou melhor, por minha vagina! – Fingi estar brava, não estava menstruada, nem ficaria naquele final de semana, mas caso não resistisse, possivelmente precisaria usar absorvente, após a relação, e estava sendo prevenida, afinal, não confio no meu corpo, muito menos, nas necessidades dele, quando tenho Lorenzo por perto.
- Eu te amo, mas tenho minhas necessidades, você ao meu lado... Não da pra controlar não. – Disse em tom desesperado.
- Fica tranquilo baby.
- Você ainda não me respondeu.
- Nem vou.
- O que eu fiz pra merecer uma mulher assim?
- Muitas viagens, porque eu sou areia demais pro seu caminhãozinho. – Debochei.
- Quem te ensinou a ser tão convencida? – Ele disse tocando uma almofada em mim.
- Você. – Respondi tocando de volta.
- Sou um ótimo professor. – Respondeu convencido, achei melhor não responde-lo, apenas segui fazendo minha mala.

- Quantos dias de viagem esse idiota conseguiu de liberação para você? - Joseph disse invadindo o quarto e cumprimentando Lorenzo. – Parabéns pela vitória, missão e vingança. – Sorriu se aproximando de onde eu estava e beijando minha testa de forma carinhosa.
- Vingança? - Perguntei.
- Ele não te contou? Derrubou um espaço de prostituição dos Russos, aqui perto da divisa.
- Já divulgaram quantas mortes? – Lorenzo perguntou sério, incrível como sua feição muda quando não estamos sós.
- Tá brincando? Você explodiu o lugar. Eles haviam colocado diesel nos porões, porque ficaram com medo de roubarmos as armas deles, depois que roubaram as nossas. Quando explodiu, explodiu lá também, acho que morreu geral, o Martin sabe melhor, estava em outra missão. – Joseph disse sem entrar em maiores detalhes de sua missão.
- Paciência, queria apenas umas 10 mortes, nem matei a prostituta que tinha levado pro quarto. – Sorriu debochado.
- Você levou uma prostituta pro quarto? – Perguntei sentindo meu rosto arder de raiva.
- Você chega falando que o cara matou uns 50 russos, e ela foca na prostituta no quarto. – Joseph gargalhou, apoiando Lorenzo.
- Você está apoiando ele? – Perguntei indignada.
- Maninha, ele sozinho matou 50 Russos, melhor ser amigo, do que inimigo. – Joseph se divertiu e tirou risos de Lorenzo também.
- Vocês estão muito amigos. – Falei desconfiada.
- É a vida. – Joseph debochou.
- Vou colocar ela na missão. –Enzo falou sério.
- O que? A gang? – Joseph respondeu sério.
- Não, a Nina. –Enzo respondeu.
- Eu estou aqui sabia? – Falei chamando atenção dos dois.
- Oi. – Eles falaram juntos, debochados.
- Desde quando vocês são tão amigos? – Perguntei.
- Desde o tempo em que nossos interesses batem. – Joseph respondeu.
- Papai sabe disso?
- Ninguém precisa saber. – Lorenzo disse sério.
- Ok, mas qual é a missão? – Perguntei.
- Você vai saber, em breve. – Lorenzo respondeu.
- Antes ou depois de viajar com você? – Perguntei.
- A missão é após, mas vou contar antes. – Lorenzo disse seguro.
- Bom, vou indo, porque não é de missões extras que o homem vive, Família me chama. – Joseph disse. – Se cuida e fique longe desse ai. – Beijou minha testa se despedindo.
- Entro em contato. – Lorenzo disse apertando a mão de Joseph, que em seguida saiu do meu quarto.
- Tua sorte é que vamos ter um feriado prolongado na faculdade.
- Como ela é estudiosa.
- Debochado.
- Vamos gatinha, sei que está ansiosa para ficar sozinha comigo.
- Nossa, não tem noção do quanto. – Respondi em tom de deboche.
- Tenho sim meu amor. – Ele disse levando minha mala.
- Eu consigo levar ela.
- Olha como ela é forte. – Ele riu saindo do meu quarto.
Me despedi de minha mãe, meu pai já havia saído com Joseph, apenas deixou poucas recomendações, provavelmente Lorenzo ouviu mais que eu e seguimos em direção ao prédio onde Lorenzo comprou um apartamento. Lá pegamos um helicóptero até uma pista de vôo que havia ali perto e em seguida ele me conduziu até um jatinho particular da OutFit.
- Vamos apenas nós dois aqui? – Perguntei intrigada com o tamanho daquilo.
- Não, temos um piloto também, queria pilotar, mas não poderia deixar você sozinha em nossa primeira viagem romântica. – Debochou.
- Idiota. – Você pode ajudar ele se quiser. – Falei sentando em uma das poltronas.
- Prefiro ver essa bela dama. – Ele disse sentando ao meu lado.
- Estou com sono. – Disse um pouco manhosa.
- Dorme, vamos demorar um pouco para chegar. – Ele disse, enquanto o piloto avisava sobre a decolagem. Esperei decolarmos e escorei minha cabeça nele, senti Lorenzo me abraçar e em seguida dormi, cansada e ao mesmo tempo ansiosa com o que me esperava em Chicago.

*Quem vende as droga para o público comum. 



N/A: Então, estão gostando? Quero saber tudo que estão achando!

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