Capítulo X

594 40 6
                                    

Pov Lorenzo 


Um mês, esse foi o tempo que passei assistindo tudo que Nina fazia em Nova York. Foi um mês movimentando, precisei trocar minha base de local, visto que os russos estavam perto de descobrir meu esconderijo, o bom de ter uma mente jovem em algo preso ao passado, como a máfia, é ver por meio da tecnologia, nunca precisei de mil soldados para invadir determinados locais, apenas o número suficiente para acabar com quem estava lá dentro e acessórios tecnológicos para saber o número de pessoas e armamento dos esconderijos.
Meu pai jamais admitiria isso, mas o fato de camuflar tecnologicamente os esconderijos da OutFit, fez com o que o principal alvo dos Russos se tornasse a Família, e Nina pertencendo a este, precisei cada vez mais me desdobrar em vários, para administrar não apenas a segurança da minha organização, organização de meu pai, mas também a de Nina e das pessoas que ela amava. Óbvio que a Família sempre foi forte, mas nada poderia passar despercebido e em questões de segurança e confiança, eu só confiaria em eu mesmo.
Enquanto isso, estava selecionando novos seguranças, Nina parecia ter achado um ponto fraco meu, ela conseguia despistar qualquer que fosse o soldado designado a missão de controlar seus passos, talvez por estar acostumada com os soldados da Família, que sempre cuidaram mais das mulheres do que na OutFit, com exceção de meu pai, para ele nada seria mais importante do que minha mãe e a segurança dela. Lembro que quando era pequeno, observava os dois e me perguntava se encontraria uma mulher igualmente forte para ficar ao meu lado.

Xxx

- Bom ver que estava ansiosa para me ver. – Falei assim que Nina fez uma careta ao me encontrar na saída da faculdade dela.
- Que eu saiba hoje é quarta-feira, não quinta...
- Marquei um jantar com seus pais na quinta, não disse que esperaria até o dia para lhe ver.
- Isso tudo é saudade? – Ela perguntou caminhando ao meu lado.
- Muita. – Falei lhe abraçando de lado, não aguentava mais ficar perto dela sem tocá-la.
- Sei. – Ela correspondeu ao abraço, não sei se por saudade, ou por estarmos passando perto de Katy. Não suportava aquela meNina, mas pelo menos quando ela esta por perto, Nina demonstra algum sentimento, nem que fosse raiva.
- Não vai dar oi para sua amiga? – Nina alfinetou.
- Estou com quem realmente importa. – Sorri e lhe roubei um selinho.
- Eca, pelo menos escovou os dentes? – Brigou.
- Você nem tocou em meus dentes.
- Mas poderia ter...
- Então queria me beijar pra valer?
- Como assim pra valer? – Ela perguntou parando em minha frente.
- Assim. – Respondi lhe puxando para perto e iniciando um beijo de verdade. Nina para minha surpresa correspondeu o beijo, puxando com força meu cabelo e aproximando seu corpo do meu.
- O que está acontecendo? – Perguntei intrigado.
- Estava com saudade de você meu amor. – Ela respondeu fingindo-se apaixonada.
- Estava com saudade do seu sarcasmo. – Sorri apontando em direção ao meu carro.
- Não posso sair, tenho uma prova em menos de uma hora Lorenzo. – Falou séria.
- Só entra no carro para termos privacidade então.
- Por que eu iria querer privacidade com você?
- Porque eu sou teu noivo?
- Prefiro ficar aqui. – Ela se escorou no meu carro.
- Cuidado pra não arranhar. – Falei parecendo ofendido.
- O que você tem na cabeça de invadir um deposito de armas dos Russos? – Ela me perguntou, assim que notou um arranhão no canto da minha sobrancelha.
- Quem disse que arranhei durante essa operação?
- Eu sabia que era você. – Falou divertida, ainda não tinha declarado autoria do ataque, que ocorreu duas noites antes, mas pelo jeito minha conquista estava sendo bastante comentada.
- Poderia te contar mais, se entrasse dentro do carro.
- Depois você me conta... Preciso comer algo e atravessar o campus. – Falou olhando o relógio, Nina estava tentando disfarçar sua curiosidade.
- Ok, posso ir com você.
- Melhor não noivinho, me espera aqui.
- Ok, minha formosa dama. – Brinquei e beijei sua mão, e em disparada, Nina voltou para o campus, me deixando ansioso a sua espera.

Pov Nina
Estava curiosa e queria tirar informações de Lorenzo, todos só falavam de sua última jogada de mestre, onde em uma ação rápida, deixou 120 russos mortos e roubou todo armamento de uma das bases deles. Dizem que além disso, ele conseguiu informações sigilosas sobre novos ataques e bases importantes dos bastardos.
Por sorte, tinha apenas uma prova para fazer e o professor de química geral liberou todos após a prova. Pensei em enviar um sms para Lorenzo assim que sai da sala de aula, mas o mesmo já me esperava no final do corredor. Ele estava parado, encostado em uma parede e parecia ignorar todos os olhares que lhe eram dados, por as mais diversas meNinas e até mesmo alguns meninos.
- Finalmente flor de Liz. – Ele disse assim que me aproximei.
- Não acredito que deixei Lorenzo Cavallaro me esperando mais de duas horas. – Debochei.
- Por você, vale a pena perder esse tempo. – Disse sem emoção.
- Repete. – Parei lhe encarando.
- O que? – Ele perguntou sério, mas deixando esboçar um sorriso no canto de seus lábios.
- O que acabou de dizer ué.
- Disse que estou com fome, onde vamos comer?
- Quero um hambúrguer bem grande, com muito queijo. Onde você deixou o carro?
- Já avisou seus pais que vai sair comigo?
- Quem disse que vou sair com você?
- Ué, ta falando o que quer comer.
- Não disse que queria você comigo, só disse o que eu queria comer.
- Ata. Bem, como eu penso em tudo, já avisei eles.
- Você avisando?
- Comuniquei Matteo, que me ameaçou, mas só para não perder o costume. Ele se sente em divida, depois do nosso encontro...
- Quem disse? Meu pai não se... – Me voltei contra ele, pronta para começar a brigar, e então Lorenzo segurou meu corpo junto ao dele e me beijou, com força e ao mesmo tempo carinho.
- Argh! – Foi tudo que consegui falar depois de corresponder o beijo dele. - Você é muito idiota, só topo ir jantar contigo, porque quero saber mais da invasão.
- Quem disse que vou contar algo?
- Sou tua noivinha, esqueceu amor. – Fiz voz melosa, ao mesmo tempo debochada.
- Faz esse biquinho de novo, que eu não respondo por mim.
- Vai fazer o que?
- Te agarrar aqui mesmo.
- Nossa, como ele é romântico. – Respondi fazendo o mesmo biquinho que antes.
- Muito. – Ele disse apertando forte minha bunda, e me fazendo segurar seu braço com a mesma força.
- Esqueceu que tem soldados do meu pai nos vigiando?
- Você acha que eu tenho medo de alguém?
- Eu tenho certeza que sim.
- De quem? – Perguntou intrigado.
- De mim. – Sorri constando.
- Nunca. – Ele disse e em seguida gargalhou.
- Não precisa fingir, eu sei que você tem medo, tem medo do meu não. – Falei me aproximando dele, fingindo que ia beijá-lo.
- Ali está o carro. – Ele apontou para o porsche estacionado, mudando de assunto.
- Antes que eu me esqueça, próximo mês, vem de moto, gosto mais. – Sorri debochada e entrei com ele.
Como eu queria comer hambúrguer e saber mais sobre o que aconteceu com os Russos, Lorenzo optou por passarmos em um drive-thru e em seguida ir até um local que ele comprou recentemente. Antes disso, liguei para minha mãe, contando que havia acontecido e explicando que jantaria com Lorenzo.
Ele não me falou a localização, mas percebi que ficava perto do prédio em que eu morava. Lorenzo não falou muito durante todo o caminho, prestando atenção no transito e nos carros que estavam por perto, estacionou dentro da garagem de um prédio e com uma chave, chamou o elevador, indicando que iríamos para o último andar.
Já estava agoniada com o silêncio dele, ele parecia não se importar e até se divertir, visto que eu já estava esboçando meu aborrecimento.
- Chegamos baby.
- Você me trouxe para sua casa?
- Minha casa fica bem longe daqui, mas não poderia ficar em hotéis toda vez que viesse visitar minha noiva, não é mesmo?
- E então comprou uma cobertura?
- Foi indicação de seu tio, esse prédio pertence a família, eles me deixaram comprar os últimos andares, como parte do acordo de nosso casamento, vai ser nosso, quando viermos visitar seus pais...
- Então, você está me trazendo para o que será nossa casa, se eu não te matar antes do casamento?
- Me matar? Só se for de tesão. – Ele riu divertido.
- Não tem nada aqui? – Perguntei encontrando uma sala vazia. O espaço era amplo, tinha uma parede de vidro e ao longe, eu conseguia ver o prédio em que eu morava.
- Tem uma cama no quarto, quer ver?
- Quero me sentar em algo confortável.
- Então vem. – Ele disse apontando em direção ao corredor.
- Eu não vou para o quarto com você Lorenzo, se tem uma tradição que vou seguir, é a de não transar com você.
- Falei que vamos transar? Apenas te convidei para sentar em algo confortável, óbvio que preferia te ver sentando em algo bem duro, mas já que você quer ser mocinha... – Ele debochou.
- Ainda vou fazer você comer essa coisa dura que tanto se orgulha. – Respondi com raiva e entrei na porta que ele indicou como sendo a suíte principal.
O quarto era muito bonito, maior que o meu sem dúvidas. Ele tinha uma cama no centro, com parede de espelhos atrás da mesma. As cores mesclavam entre tons claros e cinza escuro. Ao lado, uma parede de vidro iluminada com luzes azuis era possível ver a banheira de hidromassagem. Ainda havia um pequeno corredor que dava acesso ao closset e banheiro, e no lado oposto a sacada com vista de toda cidade.
Sentei na cama, ainda observando o cômodo.
- Realmente, aqui está pronto.
- Único cômodo que pretendo usar, só vou dormir aqui. – Disse colocando nosso "jantar" em uma pequena mesinha ao lado da cama e carregando-a até onde eu estava.
- Vamos jantar então. – Falei começando a atacar as batatas, estava com bastante fome.
- Vou reconsiderar o valor do teu dote, vai me levar a falência com comida. – Ele disse roubando uma das minhas batatas e logo depois começando a comer as dele.
- Você ainda não me viu comendo chocolate.
- Nem quero ver então. – Ele sorriu, um sorriso diferente, verdadeiro.
- Então... Os Russo. – Falei curiosa.
- Você precisa trabalhar mais sua curiosidade.
- Você é bem pior que eu.
- Até sou, mas não demonstro.
- Mas eu quero saber.
- Eles precisavam ver com quem estavam se metendo, o resto foi brinde.
- Sabia! – Disse batendo palmas, empolgada.
- O que você sabia?
- Que isso era uma vingança tua.
- Eles tentaram te matar. – Ele disse de punho fechado, parecendo com raiva. – Eu não poderia deixar barato.
- Como você fez aquilo?
- Não posso te contar meus métodos... Mas podemos negociar.
- Negociar o que?
- Eu te conto e você me da algo em troca.
- Tipo o que?
- Não sei, o que você sugere?
- O que você gostaria que eu lhe desse?
Ele sorriu divertido com minha pergunta e depois encarou meu corpo, apertando minha coxa.
- Sonha, essa informação não é tão importante a ponto de transarmos.
- Não quero transar com você, não agora, ainda quero ver você implorando por meu toque.
- Você sabe que isso nunca vai acontecer.
- Eu não teria tanta certeza disso. – Ele disse e mordeu meu pescoço, em seguida dei um pulo na cama, me afastando dele.
- Prefiro quando você luta, não quando se afasta. – Ele respondeu, colocando os restos de nosso jantar no chão do quarto e voltando a sentar ao meu lado na cama.
- Não quero te machucar, ainda. – Sorri convencida.
- Até porque não conseguiria. – Ele debochou se aproximando e me imobilizando em seguida.
- Me solta. – Disse tentando chutá-lo.
- Tenta ué.
- Que mania de querer se mostrar o fortão.
- Eu sou o fortão. – Ele disse com o rosto muito próximo ao meu.
- É? Você é o fortão? – Disse mordendo seu pescoço.
- Não faz assim... – Ele falou me soltando e dando um chupão no meu pescoço.
- Já sei! – Falei ficando em pé na cama.
- Já sabe o que? – Ele deitou me olhando.
- Eu tenho 30 minutos para te deixar excitado, se conseguir, você me conta como invadiu aquela base...
- E se não conseguir?
- Eu vou conseguir. – Sorri divertida vendo os olhos de Lorenzo brilharem, em chamas. 


Nota da autora: AS COISAS ESTÃO ESQUENTANDO MUITOOO!

O que estão achando? Será que vai rolar algo a mais? Façam suas apostar, em breve tem capítulo novo para vocês!

Bound by PowerOnde as histórias ganham vida. Descobre agora