365 dias para viver (Em Pausa)

Capítulo 11

19 de março, 2017.

É meu querido diário...

Acho que esse final de semana está sendo ótimo para quitar alguns itens da minha lista...

Quem diria que eu seguiria o conselho de minha amiga e iria dar uns beijinhos...

Mas sinto que no final de tudo, cometi um erro.

Não por mim, mas em envolver outra pessoa...

Bem, tudo começou na festa da pousada em que estou hospedada. Confesso que fiquei indecisa se aceitava ou não o convite de Lucas em acompanhá-lo, mas no final de tudo, acabei concordando.

Quando descemos até a recepção, Lucas já estava à espera. Alicia e eu o cumprimentamos e rapidamente minha amiga se afastou de nós com uma desculpa qualquer.

Lucas foi um perfeito cavalheiro, me deu o seu braço e juntos fomos para o salão. Assim que chegamos, descobri que a festa se tratava de uma comemoração de cinquenta anos de inauguração da pousada. A decoração, os comes e bebes, e os convidados estavam todos magníficos. Óbvio que um convidado o outro não se vestiam apropriadamente para recepção, apesar do convite do evento está claramente escrito o estilo de roupa, porém quem sou eu para julgar? Se eles se sentiam bem assim, que sejam felizes!

Lucas e eu dançamos, comemos, rimos e me diverti bastante na sua companhia. Ele é alegre, cativante e bastante sedutor. Confesso que em alguns momentos senti que ele queria me beijar, mas eu não sabia se estava preparada ou não, então comentava algo sobre a festa ou dava um jeito de mudar totalmente o clima, com piadas ou situações um tanto embaraçosas. Entretanto, o maior balde de água fria que lhe dei, foi quando estávamos sentados na banqueta do bar, ambos alegres, consequências dos drinks que tomamos, e nesse momento, acho que eu queria. Não sei... A conversa começou assim:

"Então, Luna, você já sabe que meu sonho é ser dono do meu próprio hotel, viajar bastante, participar de competições mundiais de natação e construir uma família. Mas e os seus? Quais são os seus maiores sonhos?", perguntou ele despojado.

Essa pergunta me fez pensar... Quais seriam os meus maiores sonhos? O que eu mais queria para minha vida? Antes da doença, eu tinha muitos objetivos, a maioria envolvendo o meu trabalho... Mas agora, eu não sei. Acho que eu só quero continuar viva, me curar. Então, pensando sobre o assunto respondi séria:

"Eu só tenho um sonho no momento."

Ele sorriu, se aproximou de mim, colocou sua mão forte em minha coxa, e perguntou-me sedutoramente:

"E que sonho seria esse? Poderia me contar?"

Entrei no jogo dele, não sei o porquê fiz isso, talvez o formigamento que seu toque tenha me proporcionado ou talvez o efeito de muitas bebidas. Eu não estava bêbada, somente estava alegre e descontraída. Entretanto, tudo que sei é que a minha vontade de me aproximar dele era intensa e foi exatamente o que fiz. Inclinei-me em sua direção, sorri e respondi com sinceridade:

"No momento, meu maior sonho é viver."

Encarei seus olhos que me fitavam intensamente de volta, com um brilho no olhar. Não creio que ele tenha entendido a real situação de minha resposta, só sei que ele gostou, seu sorriso escancarado em seus lábios era a prova disso. Então, ele se aproximou mais. Nossos rostos tão próximos que eu conseguia sentir a sua respiração em minha face. Eu sabia qual seria o próximo passo. Ele me beijaria. Estávamos tão perto e seus olhos correram em direção em minha boca. Eu queria, mas um pânico subiu a minha cabeça, então, aproveitei o embalo de uma música alegre que começava, me afastei, levantei-me da banqueta e puxei a sua mão em direção a pista de dança enquanto dizia: