Capítulo 9 - O amor e o começo

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Antes de eu contar novos fatos sobre a minha vida, deixe-me falar um pouco sobre sentimentos. Como é difícil definir alguns deles ou mesmo dominá-los! Por mais que tentemos negar, nós todos somos seres movidos à emoção. Seja ela boa, seja ruim.

Muitos têm toda a sua vida guiada pelo ódio e por ressentimentos. Outros conseguem viver felizes, mergulhados nos braços do amor e da compaixão. Saber perdoar é uma das maiores virtudes que podemos desenvolver. Mas muitos de nós preferem nem tentar.

Enfim, o que eu quero falar mesmo é sobre a paixão e o amor. Mas não posso deixar de registrar que, ao redor deles, há muitos outros sentimentos e fatores determinantes, que podem influenciar o seu desenvolvimento.

Como não quero redigir um tratado ou mesmo uma tese sobre esse assunto, vou apenas falar sobre minha experiência pessoal com a paixão e o amor, sem me preocupar com qualquer tipo de embasamento científico.

Quero também restringir o amor àquele que sentimos por uma pessoa com quem queremos compartilhar nossas vidas. O amor que sentimos pela nossa parceira ou parceiro, namorada ou namorado, esposa ou marido. Deixemos de lado os outros tipos de amores, que temos por nossos pais, irmãos, filhos etc. Com tudo isso bem delimitado, acho que posso começar a dizer o que eu gostaria.

A paixão, a meu ver, é apenas uma fase ou uma parte do amor. É aquele sentimento arrebatador que nos deixa completamente atordoados, envoltos em nuvens de felicidade ou de melancolia. Isso mesmo! Porque quando a paixão é correspondida, ficamos felizes; mas quando não é, ficamos arrasados, como se o nosso mundo estivesse ruindo diante de nós e nada pudéssemos fazer. Esse sentimento costuma durar pouco, mas às vezes dura uma vida inteira. Depende da pessoa.

Já o amor, é um sentimento muito mais estável. Dizem que ele pode existir à primeira vista. Eu não acredito. Acredito que possamos nos interessar por alguém à primeira vista e desejemos amar aquela pessoa e compartilhar momentos importantes de nossa vida com ela. Mas não amá-la imediatamente. Primeiro vem esse desejo de querer estar com a pessoa, depois vem a paixão. Com a convivência, nasce o amor.

Acredito, sim, que seja possível já existir amor em poucos dias, dependendo da intensidade do contato que tivermos com a pessoa que nos interessa. Quanto mais conhecermos aquela pessoa, mais teremos chance de amá-la, se o seu jeito de ser nos agradar. O amor vai crescendo a cada dia de convivência, quando os parceiros vão descobrindo que têm afinidades e que compartilham desejos e sonhos.

O amor também precisa ser cultivado. Depois de um certo tempo, quando já sabemos de quase tudo um sobre o outro, chegamos a uma fase de estabilidade. Nessa fase, o amor precisa ser alimentado com gestos de carinho e de afeto e com momentos de felicidade compartilhada.

Ninguém vive só de passado. O amor precisa ser regado todos os dias, senão ele morre como uma plantinha mal cuidada. Em linhas gerais, é assim que eu penso que seja o amor. Eu precisava explicar isso, para poder ficar mais claro o que vou contar em seguida, sobre o amor da minha vida: Clara.

Conheci Clara em um dia chuvoso de verão. O céu desabava sobre nossas cabeças quando nos chocamos um contra o outro. Corríamos em direções opostas, tentando fugir da chuva, quando nos esbarramos. Ela escorregou e caiu na calçada. Eu consegui me equilibrar. Voltei-me para ela e a ajudei a se levantar, cheio de constrangimento por tê-la feito cair, mesmo que involuntariamente.

Paramos um em frente ao outro e nos olhamos calados por dois ou três intermináveis segundos. A água da chuva molhava até as nossas almas. Então, começamos a rir da situação. Felizmente, ela não se machucara. Mesmo assim, insisti para que ela me acompanhasse, pois eu fazia questão de levá-la para casa em meu carro. Ela aceitou. Seguimos sem mais nos preocuparmos com a chuva. Eu havia estacionado o carro a uns 200 metros dali.

Chegamos, entramos e de novo nos fitamos por alguns segundos. Eu não resisti e fiz a pergunta mais "lugar comum" que se pode fazer: "Eu já não te conheço de algum lugar?" Ela respondeu o óbvio: "Não. Mas é um prazer conhecê-lo agora. Meu nome é Clara e o seu?" Clara? Fiquei pensando... Eu já ouvi esse nome antes... Clara...

O que você achou da teoria de Quem sobre o amor? E desse encontro de comédia romântica que ele teve com Clara? Deixe as suas opiniões nos comentários!

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