A carta. 1

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Era uma manhã de Segunda-Feira, eu levantei da cama e fui até a janela do meu quarto, fracos raios do sol batiam em minha pele me fazendo lembrar de uma coisa, corri até o espelho, estou do mesmo jeito, cabelos brancos, uma pele clara com algumas sardas "fofas" pelo rosto e olhos tão azuis que beirava o cinza, eu olhava no espelho como se esperasse minha mudança de aparência, eu esperava por isso à anos, 11 anos hoje.
Tudo que eu queria era pelo menos uma cor de cabelo normal, um castanho, preto, loiro e até mesmo ruivo, qualquer outra cor, mas não, eu mesma quase não tinha cor, os médicos disseram que é em alguma porcentagem "não sei quanto" de albinismo. Eu já estou cansada de escutar, que ser assim é feio, que ninguém consegue olhar pra mim por muito tempo, tem medo de me tocar ou como conseguiram me adotar, escuto isso a 11 anos e imagino que vou escutar muito mais. Se não fosse essa minha falta de melanina, eu estaria bem, meu cabelo é comprido, vai até meu quadril e é super forte, tenho altura certa para a minha idade, e onde eu moro é bem comum ter pele muito clara, não estou tão longe desse padrão, não é justo.

Depois de desistir do espelho, tomei um banho, me arrumei e desci para o meu café. Mamãe já estava lá fazendo panquecas e pelo cheirinho, um delicioso chocolate quente.

- Bom dia meu amor - Disse Natasha minha mãe, ela parecia cantar enquanto preparava as coisas.
Minha mãe é perfeitamente linda, ela tem olhos como os meus, um cabelo loiro tão brilhante que batia em seus ombros e sua pele também é clara como a minha, eu queria ser como ela, perfeita.

- Bom dia Mamãe, dormiu bem? - ela me olhou e sorriu.

- Com certeza, tive os melhores sonhos - ela devaneou um pouco - E você querida como acordou? Mais velha, mais forte e mais esperta? - ela veio até mim com uma caneca e um prato de panquecas - Com dois morangos nas panquecas e dois marshmallows azuis, como você gosta - ela me deu um beijo na testa e foi buscar o seu prato.

- Acho que mais velha só - eu ri, e tomei um gole do meu chocolate - Esta maravilhoso mãe.

- Que bom meu amor - ela afagou meus cabelos - Papai pediu desculpas por não tomar café com a gente hoje, ele foi socorrer o chefe dele que não sabia diferenciar as papeladas do escritório - ela suspirou contrariada.

- Tudo bem Mamãe, o Sr. Bendy não sabe diferenciar o lápis de uma caneta - eu sorri, não to chateada, sei que ele não fez por mal.

- Bem querida, enquanto eu arrumo a mesa, você pode ver se chegou alguma coisa na caixinha de correio? - ela olhou pra mim enquanto se levantava pegando os nossos pratos.

- Claro - levantei rapidinho - Já volto - fui apressada até a porta de entrada.

Virei no corredor da porta de entrada e quase cai com o tapete, comecei a andar naturalmente até chegar na porta. No chão havia varias cartas, umas oito, fui voltando para a cozinha lendo os nomes, me deparei com uma para mim, havia um selo vermelho fechando ela.

- Mãe! - falei parando na frente da mesa.

- Que foi querida? - ela estava guardando uma caneca.

- Esta aqui está com meu nome - estendi meu braço com a carta e coloquei as outras na mesa. E ela veio até mim.

- É de Hogwarts - ela pegou a carta um pouco trêmula - Você quer ler agora?

- Eu quero sim, mas o que é Hogwarts? - ela fez um sinal para que eu me sentasse ao seu lado.

- Bom meu amor, leia a carta primeiro, ai eu te explico o que ficar de duvida ta bom?! - ela me entregou a carta e sorriu docemente.

Eu abri com cuidado, nunca tinha recebido uma carta antes.

- " Prezada Srta. Mevel, tenho o prazer de informar que a Srta. Tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

Estamos anexando uma lista de livros e equipamentos necessários.

O ano letivo começa em 1° de setembro. Estamos esperando sua coruja ate dia 31 de julho, no mais tardar.

Atenciosamente Professora McGonagall.

Diretor Dumbledore. "

Eu não fazia ideia do que dizer ou fazer, eu só busquei o olhar da minha mãe, que estava sorrindo. Como eu poderia, ser uma bruxa.

- Mãe - comecei meio cabisbaixa - Isso tem a ver com minha aparência? - é claro nasci assim porque sou uma bruxa.

- O que? Não querida, não tem nenhuma ligação, você nasceu com o sangue mágico. Nós, seu pai e eu, já esperávamos essa carta - ela colocou sua mão sobre a minha - Quando nós fomos adotá-la, o próprio diretor nos explicou sobre e que essa carta chegaria.

- Então... - eu estava absorvendo cada detalhe - Sou uma bruxa? Porquê não me contaram? - eu olhei ela parecia nervosa.

- O diretor nos pediu para que esperássemos a carta chegar, nos aconselhou, pois ia ser melhor para você - ela tinha as mãos cruzadas em cima da mesa, eu coloquei minha mão em cima da dela.

- Mamãe, posso subir pro meu quarto? - ela me olhou parecia chorosa.

- Claro meu amor, pode ir sim, depois a mamãe leva mais chocolate tá? - ela pegou na minha mão antes que eu saísse - Não fica brava comigo nem com seu pai meu amor, fizemos isso por bem - ela me olhava preocupada.

- Não estou, só é muita informação, quero organizar - peguei a carta e dei um beijo na bochecha dela e então subi.

Estava tudo tão silencioso agora, peguei meu gatinho de pelúcia e sentei encolhida na minha cama, eu comecei a ler a carta mais uma vez.
Estava sendo tão real e confuso, eu descobri que sou um bruxa e tenho uma vaga em uma escola de Magia de verdade, eu tenho sangue mágico, minha mãe disse isso. Então meus pais de sangue são bruxos também? O que tinha acontecido com eles em tanto tempo nunca me questionei, sempre recebi tanto carinho e atenção, que não me imaginava em outro lugar ou família.
Era tanta coisa na minha cabeça que acabei adormecendo. Acordei com um cheirinho de chocolate quente, mamãe tinha acabado de fechar a porta, ela deixou uma bandeja com biscoitos e chocolate na minha mesinha de estudos, tinha um bilhetinho.

"Papai chega mais cedo hoje tá, mamãe vai na tia Lia levar a roupa da Julie, em menos de 1 hora estou de volta, não saia tá bom.

Feliz aniversário meu amor.
Mamãe te ama. "

Impossível ficar sequer chateada com minha mãe, ela é um doce, coloquei o bilhete de lado e comecei a comer ainda sorrindo.

Ellyna Mevel É Uma Bruxa.Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu