As primeiras linhas de sua história, se bem escritas, podem fisgar o leitor. Por outro lado, se essas linhas apresentarem um texto pouco chamativo, incoerente ou mal revisado, o leitor pode presumir que o restante da sua história não valerá o tempo...
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Bom começo para uma trama adolescente, mas...
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A primeira frase é interessante pela referência a um clichê do próprio gênero de história adolescente. Primeiramente, a narradora faz alusão ao estereótipo com a aparente intenção de negá-lo em sua história, para depois quebrar essa expectativa ao incluir-se no estereótipo, e então voltar atrás ao afirmar que esta não é uma história clichê. Essa metalinguagem é bem utilizada para despertar o interesse do leitor nas três primeiras linhas. O final do parágrafo também gera uma nova fagulha de interesse para o leitor, dessa vez, com relação à vida da personagem e na sua relação com a mãe. Mas eu recomendaria cortar o parágrafo antes de "Vamos começar do começo", pois há uma mudança de tópico com relação ao início do parágrafo (e acredito que ficaria melhor unir esse último pedaço ao segundo parágrafo).
No âmbito gramatical, sugiro as seguintes alterações: "Sinto lhes dizer que sou uma delas" (o 'dois-pontos' parece ter sido usado para criar uma pausa a fim de gerar um suspense para a entrada de uma informação impactante, porém ele não só é desnecessário gramaticalmente, como também prejudica o ritmo de leitura da frase, que soa mais limpa sem a pontuação); "Atualmente, na maioria dos partos, as mães..."; "Cada grito de dor..."; "... enterrado a sete palmos..."
Um pouco de reescrita
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Esses dois parágrafos podem ser polidos para expressar melhor o que a narradora tem a dizer. Não há necessidade da frase "Odiava a filha que sentia", uma vez que o leitor já sabe disso e ainda foi deixado implícito na frase anterior. Há outros cortes que eu recomendaria. Mas realizarei um copidesque para reescrever esses parágrafos, ajeitando a gramática e melhorando sua concisão, além de uni-los num único parágrafo.
Os anos foram se passando, e o desprezo que minha mãe sentia por mim piorou. Só fui perceber isso aos 12 anos, quando eu necessitava de um novo material escolar para o começo do ano letivo. Ela havia me negado cadernos e canetas novas. Disse que aberrações como eu não mereciam o que tinha, que era um nada. Com meu irmão foi diferente. Sem pensar duas vezes, Rebeca deu tudo a ele. Nunca fui invejosa, mas me senti triste por não receber o material naquele ano.
A linguagem mais coloquial da narradora, por ser uma adolescente, está boa. Mas deve-se economizar algumas palavras e reestruturar algumas informações para melhorar a concisão.
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