capítulo dezesseis

830 189 92
                                    

Maria assistiu A Pequena Sereia pela primeira vez quando tinha seis anos de idade. Foi lá que ela conheceu o conceito de amor e paixão e ficou intrigada com a ideia. O seu pai tinha um computador antigo, cor de creme, com tela de tubo e conexão de internet discada e ela o usou mais de uma vez para buscar imagens do príncipe Eric só para admirar e imaginar como deve ser ter um namorado.

Não muito tempo depois, o mesmo sentimento foi transferido para Niall Horan, o seu cantor preferido

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

Não muito tempo depois, o mesmo sentimento foi transferido para Niall Horan, o seu cantor preferido. Maria não fazia ideia de como era estar apaixonada e ter um namorado, mas sabia que deveria ser bem parecido com a sua relação com Niall. Só que real.

No ensino médio, a garota percebeu que é uma jovem quebrada. Olhar alguém nos olhos era uma tarefa complicada e nada parecia pior do que ser tocada. Sua melhor amiga era a sua mãe e não havia nada fora do seu quarto que valesse a sua atenção.

Por isso, Maria deixou a ideia do amor de lado. Não era para ela. Sabendo disso, não é difícil entender a surpresa da menina quando se descobriu apaixonada pelo Damien.

Damien está longe de ser um príncipe e não poderia ser mais diferente do doce e gentil Niall. Ele fumava e não era muito de sorrir. Mas nunca deixou de tratá-la bem. Aliás, até onde Maria sabia, ela era a única pessoa que Damien tratava bem e, por mais que nunca admitisse, isso gerava até certo orgulho.

Os pais de Maria não poderiam saber de Damien e eles tentavam saber tudo sobre a vida de Maria, o que relegou ao casal a missão de se encontrar nos poucos pontos cegos da sua rotina. No muro dos fundos da escola, no intervalo, nos dias em que frequentava o curso de inglês e tinha quinze minutos de tolerância antes da sua mãe desconfiar de que está demorando demais para voltar. E no celular, é claro. Damien era uma presença constante no seu celular, uma notificação silenciosa que rendia intermináveis conversas.

Sempre que trocava mensagens com Damien ao lado da sua mãe na sala de estar, o coração de Maria palpitava, estava escondendo seu namorado bem a vista de todos, como um fantasma.

Maria não sabia muito sobre Damien, mas Damien sabia tudo sobre Maria. Ela contava sobre a infância, os natais, as tias, os sonhos e ele se limitava a comentá-los. Para Maria, era impossível dizer o que Damien estava fazendo quando não estava com ela. Mas isso não a incomodava.

Um dia, aos beijos no muro dos fundos da escola, Maria disse que queria fazer. Fazer o que? Fazer aquilo que os namorados fazem, ué. "E o que os namorados fazem?", perguntou Damien. Maria corou, abaixou a cabeça, se sentiu estúpida. Como as pessoas normais fazem quando querem transar? Damien achou graça da situação, é óbvio que tinha entendido tudo desde o começo e só se fez de bobo para ver a sua reação, mas declinou o convite. "Está cedo demais", ele disse.

Maria não fazia ideia de qual unidade de medida de tempo as pessoas usam para esse tipo de coisa, então só lhe restou concordar. Mas, durante os beijos, Damien repousou a sua mão por cima da blusa na altura do seio esquerdo, suavemente. Cinco minutos de auge da vida sexual de Maria.

Assim como Ariel em A Pequena Sereia, Maria estava apaixonada e trocaria os seus pés se fosse necessário.

Juliana, sua atual melhor amiga, disse que queria ir ao cinema com ela, mas sem o Damien. Estava enciumada, Maria pensou. Assistiram a um filme horrível e enquanto saíam da sala, Juliana parecia séria demais.

— Olha, Maria. Você é a minha amiga e eu não quero te machucar, mas preciso te contar uma coisa. Não há jeito certo de falar isso, então vou falar logo de uma vez. Nós achamos que o seu namorado é louco. Tipo, já o vimos quebrar carros por diversão, mas estou falando de louco de verdade. O Gabriel viu por um segundo, de relance, um tipo de mural na casa de Damien. Um altar dedicado a você. Eu sei que parece insanidade, mas ele disse que tinha tipo um milhão de fotos suas coladas na parede. Não sei se você já assistiu YOU na Netflix, mas isso parece muito, né? Achamos que você corre perigo e estamos preocupados.

Maria não sabia o que pensar. Era uma piada?

— Como Gabriel entrou na casa de Damien se eu mesma nunca fui lá.

— Ele não entrou, tem um amigo que mora no mesmo prédio e viu de relance.

— Vocês não consideraram a ideia de que o Gabriel pode ter se confundido?

— Maria...

— Ou será que vocês ODEIAM tanto o meu namorado que estão inventando histórinhas só para me afastar dele?

— Você sabe que isso não é verdade.

— Desculpa, mas é o que parece. Vocês parecem os meus pais, sempre querendo me proteger. Mas eu NEM SEI do que querem me proteger. Se vão me tratar desse jeito, me avisa, pois eu estou disposta a ser livre pelo menos uma vez na vida.

— Pelo seu tom de voz, posso presumir que você está me chamando de mentirosa?

— Estou. Adeus. 

***

PERGUNTINHA DO CAPÍTULO 

Quando você percebeu o que era o "amor"?

***

Nota do Sali 

Olá, pessoal. Tudo bom?

Vocês notaram a mudança na identidade visual do nosso livro? Eu tirei o título dos capítulos para deixar mais clean e criei esse lettering que funciona como uma abertura de seriado (sim, todos nós imaginamos OCDJQ como uma série da Netflix). 

Outra mudança que também precisei fazer foi mudar o esquema de pergutinhas no fim de capítulo. Por incrível que pareça, escolhe o vencedor, tirar print e colar aqui estava tomando muito do meu tempo e me fazendo atrasar os capítulos. Por isso, vou fazer uma perguntinha todo cap, mas não vamos mais escolher vencedores. Até porque todo esse papo de "vencedor" e "perdedor" não faz o menor sentido, né?"

Até o próximo capítulo! Leia livros e seja gentil com as pessoas.

Felipe Sali

***

Assista ao último vídeo da Sali TV, o vlog de viagem das minhas férias na República Dominicana. 

O CLUBE DOS JOVENS QUEBRADOSOnde as histórias ganham vida. Descobre agora