ETERNO TERROR

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Los Angeles, Califórnia.

Os raios solares adentravam o pequeno quarto de hóspedes e, insistentemente, repousavam sobre o rosto de Eleanor, acordando-a. De início, sentiu a boa sensação depois de uma satisfatória noite de sono, mas não demorou para se lembrar de como foi difícil finalmente dormir na noite passada.

Não conseguiu falar com Chris novamente, tamanha a sua vergonha depois de serem flagrados. Não estava nem um pouco constrangida pela exposição, em si, mas por ter cedido tão fácil e, de quebra, feito isso diante de telespectadores. Para sua sorte, todo mundo parecia animado demais para lhe cobrar uma explicação e Chris, igualmente confuso e perdido no emaranhado de dúvidas que aquela situação gerou, não insistiu e respeitou seu espaço. Talvez, no fim, aquele tenha sido apenas um momento.

A porta abriu e já era de se esperar que se tratava de Shanna, pois só ela faria aquilo sem bater.

_ Bom dia, bela adormecida.

O comentário da amiga a fez procurar pelo celular no cabeceira. Se passava das dez da manhã e Lea se sentiu constrangida por ter dormindo tanto na casa em que era visita. Além disso, seu voo sairia dali à algumas horas. Por mais que estivesse evitando contato com determinada pessoa daquela família, seria rude se trancar no quarto e apenas esperar o momento de partir.

Precisava fugir e sentia uma imensa culpa por isso, mas não podia fazer algo tão extremo naquele momento.

_ Me desculpe. Não sabia que estava tão cansada.

_ Não, tudo bem. - enquanto Eleanor se levantava, Shanna se jogava sobre sua cama. - Mas talvez meu irmão não diga o mesmo.

O sorriso da mulher fez a amiga a encarar com dívida. Havia começado a arrumar a cama, mas foi surpreendida pelas palavras de Shanna.

_ O que você quer dizer com isso?

A Evans mais nova deu de ombros, ainda sorrindo.

_ Ele quer conversar com você, provavelmente. Não para de passar na frente desse quarto e, mesmo de longe, encara a porta como se fosse sair a Oprah daqui.

Eleanor estalou a língua, não conseguindo sustentar o próprio corpo com o peso daquelas palavras. Não podia mentir, havia amado aquele beijo e, para piorar sua situação, Chris Evans era extremamente encantador. Entretanto, depois de tudo que passou, era difícil acreditar que deveria sentir-se vulnerável perante a alguém. Mesmo que ele fosse o melhor cara desse mundo, Eleanor não se sentia a melhor mulher. Sabia que Chris merecia algo melhor, mesmo que aquele tenha sido apenas um beijo e, além disso, tinha ciência do abismo que os separava. Seria um escândalo para ele se relacionar com alguém como ela.

_ Você está gostando dele ou foi só...? - Shanna não precisou completar aquela frase, Eleanor sabia o que ela lhe perguntava.

_ Eu não sei. - sua voz saiu rouca.

A amiga balançou a cabeça em afirmação, esperando que Eleanor finalmente a encarasse. Sentou-se na cama ao lado dela, segurando sua mão.

_ Eu só não quero que vocês dois se machuquem. Se for algo que vocês queiram, tudo bem. Mas não quero ter que consolar nenhum de vocês depois.

Shanna queria que aquilo desse certo, mesmo que nenhum dos dois soubesse o que estava acontecendo. Para ela, era muito fácil observar os detalhes que para o pseudo casal ficavam imperceptíveis. Chris sempre olhava para Lea de canto de olho, mesmo que outra pessoa estivesse falando com ele e, enquanto isso, sua amiga buscava repousar o olhar em outro canto, sabendo que se derreteria se o encarasse demais. Ele ouvia atentamente tudo o que ela falava e Eleanor escolhia muito bem as palavras quando estava perto dele. Ela também sustentava sua postura, parecendo mais elegante, mas não era isso que o encantava, ele a observava com carinho até quando ela estava de guarda abaixada. Ambos faziam de tudo para chamar atenção um do outro, mesmo que não percebessem. Passaram o ano novo visivelmente interessados e aquele beijo foi só a confirmação do que todos daquela família já haviam percebido.

FREEDOM • Chris EvansDonde viven las historias. Descúbrelo ahora