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Sudbury - Massachusetts.

O céu extremamente limpo era como uma coberta sobre Sudbury naquela manhã de sábado, uma semana após a triste briga entre Chris e Lea. O ator estava sentado nas escadas de entrada de sua casa, vendo os sobrinhos andando de bicicleta e aproveitando o sol da manhã para se enriquecerem de vitamina D - palavras de Carly, a propósito.

O ator passou os longos dias tentando organizar seus pensamentos afim de ordenar suas ações. Christopher tinha a total consciência que aquilo era ainda mais difícil para Eleanor e que ele, antes de qualquer coisa, deveria ajudá-la. Porém, as coisas eram ainda mais complicadas. Lea não aceitaria ser tratada como vítima ou diferente por sofrer coisas que ele não sofre. E, também, Chris não queria enxergá-la dessa maneira. A vontade do homem era que, com os pensamentos bem estabelecidos, conversassem sobre confiança e que, depois de toda essa confusão, Eleanor finalmente pudesse tê-lo como confidente nele.

Chris, depois de tanto refletir, sabia que aquele era o momento daquela conversa. Ainda estava com raiva e, até, temendo como seriam as coisas a seguir, mas estava disposto, como sempre esteve ao se tratar de Eleanor. Chris sempre teve problemas em seus relacionamentos. No início, não era maduro o suficiente para se ter uma relação, no final, descobriu que era difícil confiar nas pessoas. Muitas de suas namoradas mostraram características ruins. Lea, por sua vez, mentiu para tentar ser melhor, sem saber que - para Chris - ela já era perfeita. E, além disso, estava apaixonado. Por muitas vezes durante aqueles dias, quis tapar os olhos e voltar para ela, mas precisava ter sanidade se queria que aquilo durasse bastante.

E, se dependesse dele, duraria.

Segurou o celular, o encarando um pouco enquanto pensava nas palavras. Procurou o nome dela em seus contatos e respirou fundo antes de colocar para chamar.

Lea atendeu ao terceiro toque.

_ Oi. - sua voz era baixa, como se tivesse acabado de acordar.

_ Como você está?

Ela demorou para responder.

_ Bem e você? - ele sabia que ela estava mentindo e pôde, até, imaginá-la um pouco desesperada.

_ Talvez eu fique melhor depois de conversarmos.

Ela fez um barulho de concordância, mas não disse mais nada.

_ Você está livre hoje?

_ Sim.

Chris ainda esperava que ela tivesse mais palavras.

_ Quer que eu vá para o seu apartamento?

Escutou-a respirar fundo.

_ Melhor você me esperar no seu.

_ Tudo bem. - por mais que não entendesse qual seria a diferença, resolveu não perguntar. - Te mando uma mensagem quando eu chegar lá.

_ Certo.

E, finalmente, o tão temido silêncio apareceu. Chris estava se perguntando quando ele surgiria, pois aquele - de fato - era um dos momentos mais difíceis de se lidar de todas sua vida.

Ele queria dizer mais, talvez assegurá-la de que tudo estaria bem. Mas algo estava duvidoso. Lea não parecia estar se importando tanto com aquela conversa, o que é estranho, pois ela havia concordado em ir.

_ Até mais.

Ela foi rápida ao dizer e desligar:

_ Até mais, Chris.

FREEDOM • Chris EvansWhere stories live. Discover now