OLHOS EXÓTICOS

1 0 0
                                    


Avenida atlântica.

Copacabana palace. Finalmente cheguei, estacionei o meu Hammer e me prontifiquei a dar os últimos retoques na ma‑ quilhagem, endireitei os longos cabelos, ajeitei o busto, sempre pronta para me exibir diante dos homens, não tenho jeito, é mi‑ nha sina e depois, deslizei entre os saltos altos e o vestido preto chic. Super chic. Eu tinha que causar. Eu tinha que arrasar.

Mergulhei na agitação da famosa avenida, retratada pelo murmúrio constante dos automóveis luxuosos que por ali se empilhavam, a edificação maravilhosa roubava toda a minha atenção e me deixei guiar pelo fascínio.

Puro luxo. Foi o que os meus olhos vislumbraram, assim que entrei no grande hotel das celebridades nacionais e internacio‑ nais. Eu estava num dos locais mais badalados do Rio de Janeiro e da América do sul. Eu confesso: me encantei logo com aquele conforto, me senti "like a princess" foi regalo a primeira vista e fui bem recebida na portaria do hotel.

‑ Muito boa tarde, minha senhora – Dois empregados sauda‑ ram a minha chegada, o moreno sorriu timidamente para mim, enquanto o loiro seguia meus passos só com os olhos, eu sou pura tentação.

Eu sorri para eles enquanto me indicavam o balcão, onde ha‑ via uma senhora meio atrapalhada, digitava algumas coisas no computador, assombrada por um segurança corpulento, olhei‑o de cima para baixo «Que pitéu.»

‑ Por favor, boa tarde, pode me indicar o quarto da senhora Fernanda Sousa, a anfitriã da festa de logo a noite?

‑ Sim claro – A moça de nariz arrebitado, mal olhou para mim

– Irei tratar disso agora, pode me dizer o seu nome?

‑ Vendeta. Luciana Vendeta.

Olhou para mim com olhos tristes e numa fusão de olhares ela mesma despertou do hipnotismo.

‑ Cinco minutos por favor.


Desta vez largou o computador e se pôs a digitar alguns nú‑ meros no telefone.

Reparei, na pequena escada que me esperava, enquanto um casal de namorados descia sorridente. Não demorou muito e aquela senhora atrapalhada, me liberou com um papel onde rascunhou o número da suite e respectivo andar.

Eu soltei mais um sorriso de cortesia e quando me virei o segurança corpulento me inqueriu num português doce.

‑ Senhora Luciana deseja que lhe acompanhe até ao quarto da senhora Fernanda?

«Hum... Aquele homem corpulento falou, num registo que não fazia jus ao seu corpo, se o ouvisse pelo celular, imagina‑ ria menos corpulento, eu quase me derreti e me virei para lhe responder»

‑ Muito gentil da sua parte, mas creio que consigo chegar lá sozinha, entretanto se me perder, farei o mesmo caminho e terei todo gosto em consentir a sua ajuda ‑ Sorri para ele.

o assassino de corações - Falsa SubmissãoWhere stories live. Discover now