A REVELAÇÃO

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Outono invadia as ruas com a fúria habitual, desflolhando as arvores pelas avenidas. Maria sentia‑se cada vez melhor depois do baque que a arrastou para o hospital deixando os seus numa onda de medo e saudade. Tudo estava bem. Seguia a sua profis‑ são com entusiasmo de sempre transmitindo aos alunos aquela energia necessária para estes obterem bons resultados, ela sabia atrair as atenções.

A filha começava a recuperar‑se, isso era tudo que deseja‑ va para a sua saude mental e fisica, energia familiar. O marido também ajudava, era um homem muito dedicado a familia e ao casamento. Chegou a escola muito cedo, decidida em renovar a confiança em si mesma e trabalhar para compensar a sua ausên‑ cia forçada que a deixou fora de ação por alguns dias. Dedicou‑

‑se a compreender o programa e a matéria perdida porque queria fazer boa figura como sempre, enclausurou‑se na sala dos professores para recolher alguns apontamentos, rascunhou varias paginas de alguns livros, quase esgotou a maquina de café, apenas fazia algumas pausas para apanhar ar e ir a toilet. O diretor como era muito simpatico estava cuidadosamente a dar‑lhe tempo para o seu regresso e embora frequentava a es‑ cola não queria apressa‑la com medo que a sua doença piorasse e deixou‑a ambientar‑se ao programa sabendo que ela não ia desiludi‑lo.

Num dos corredores, Maria encontrou‑se com uma das co‑ legas, Suzana que a recebeu extasiada. Maravilhada com o re‑ gresso da amiga o seu abraço expressava saudade com gestos de uma grande amizade. Maria ficou muito feliz, aquela energia de suzana, era tudo que precisava para voltar ao ativo com maior vontade, Maria tinha o historial de boa professora naquela esco‑ la. Caminharam pelo corredor, desceram umas escadas, e volta‑ ram a caminhar por outro corredor que dava acesso ao quintal da escola, cumprimentaram o contínuo e suzana aproveitou o momento para convidar Maria para almoçarem.


‑ É uma bela ocasião para pôr‑mos a conversa em dia ‑ Suzana sugeriu olhando para o parque de estacionamento. Depois fez um sorriso trocista para Maria e abriu as mãos num gesto vago.

Maria sorriu para a amiga e começou a caminhar ‑ Aposto que estás ansiosa para tagarelar não é?

Suzana voltou a sorrir ‑ Nada disso amiga. Há tanto tempo, que não te vejo, tenho que aproveitar essa ocasião. Andas muito atarefada com os papeis e não sei se terei outra oportunidade, além disso é só um almoço ‑ Beliscou o braço de Maria e abriu as portas do carro ‑ Preparada? Vamos que eu preciso de te atuali‑ zar. Esta semana tem sido muito agitada para mim nem sei como tenho sobrevivido tenho um monte de testes para corrigir.

Entraram no automóvel.

‑ Eu entendo ‑ Sussurou Maria.

Engataram os cintos de segurança, suzana pôs as chaves na ignição e partiram.

‑ Estás um pouco palida ‑ Suzana atirou ‑ Tens te alimentado?

‑ Claro ‑ Respondeu baixinho Maria. Ajeitou‑se no banco do copiloto e olhou para frente um pouco cansada ‑ Estou a cuidar bem de mim, ás vezes não me apetece comer nada, mas tem que ser, não posso ficar doente outra vez.

o assassino de corações - Falsa SubmissãoWhere stories live. Discover now