PRAIA DE IPANEMA

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Calor abrasador.

Chegamos finalmente à praia, com gente se esbarrando por todo o lado e uma mistura de funk e sertanejo se estendia por toda a praia agitando e tornando o clima mais escaldante. As primas loucas seguiam na parte de frente e Fernanda começou a fazer manobras para então estacionar. Era outro dia, uma bandeira do Brasil ondulava suavemente pelas pequenas golfadas de vento que ia apanhando, eu deixara o meu avô ainda no hospital para desanuviar aquela energia negativa. A visita do Anderson no hos‑ pital me fez muito bem, porque além de desabafar a minha nova paixão com ele, me incentivou a não desmarcar a visita à praia com as primas loucas.

A colombiana safada foi a primeira a saltar do descapotavel e foi se exibindo para um grupo de rapazes que jogava futebol por ali eu fiquei no carro orientando Fernanda até esta conseguir estacionar.

‑ A minha prima adora fazer publicidade do seu corpo! ‑ Comentou Fernanda, procurando o protetor solar, uns cremes esquisitos e uma garrafa de água e mais uns objetos que pôs numa bolsa.

‑ Ela tem para mostrar, tem que mostrar‑ Acrescentei ao comentário de Fernanda e depois seguimos o rasto daquela bandida.


Eu peguei nos meus oculos de sol e amarrei a cintura um teci‑ do leve para aliviar a carga solar sobre o meu corpo encaixei um chapeu de palha a cabeça.

‑ Nossa! Você está toda vaidosa Luciana‑ Me provocou‑ Parece uma madame linda!

Soltou um sorriso safado para me provocar, mal chegamos e ela ja estava a fazer insinuações sobre a minha roupa e o meu es‑ tilo mais discreto. Nada se comparava ao fio dental verde alface enfiado na bunda jeitosa da prima dela.

‑ Você também está um pitéu amiga, vamos lá? ‑ Atirei aquele comentário para acalma‑la.

Ela sorriu gentilmente para mim ‑ Vamos a isso, é preciso encontrar a maconheira da minha prima antes que lhe dá uma loucura e se põe a fazer topless, ou ainda pior, cai na graça de confundir isto com uma praia de nudistas e a apronta. Com aquela coisa tudo é possivel, alerta vermelho.

‑ Acho que estás a exagerar um pouco ‑ olhei para ela seria‑ mente, enquanto caminhava‑mos um pouco perdidas a procura de um lugar para relaxar‑ Ela é capaz disso?

Fernanda afastou um pouco de areia com os pés, deu um longo e vagaroso suspiro, pousou a mão a cintura enquanto divi‑ diamos o peso do saco com alguns cremes, água e peças de fruta, parece que se atarefou a procurar perdidamente a prima naque‑ la confusão de banhistas. Porque não me respondeu a pergunta e continuava a procurar pela prima, era mesmo dificil localiza‑

‑la eu também tentei em vão dar conta do assunto. Um menino passou por nós se engraçando e disposto a nos vender sacolé, eu sorri para ele negando a gentileza, mas Fernanda continuava com uma face absorta expondo as linhas duras num pensamento longinquo. Eu já não aguentava aquele silêncio dela. Aff. Eu tinha lhe feito uma pergunta e ela não me ligava nenhuma vestida de um ar misterioso que também me consumia a certo momento.

o assassino de corações - Falsa SubmissãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora