A MANIFESTAÇÃO

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Alagazarra! Polvorosa! hecatombe total entre as ruas de

Lisboa.

Uma mancha de pessoas cobria as largas ruas de Lisboa reclamando os seus direitos laborais. Exibiam cartazes contra as politicas do governo, contra a miséria que se alastrava por algumas partes do país, gritos de revolta explodiam por todas praças, mãos erguidas ao sol lamentando, bandeiras de todas as cores davam cor a manifestação.

Maria Madalena sentia‑se em forma depois do susto que apa‑ nhara alguns dias com as preocupações sobre a saude da filha e decidiu juntar‑se ao grito de revolta.

" Que se lixe o governo, abaixo a ditadura camuflada, isto é pior que o inferno"

‑É lamentavél o que estão a fazer connosco, as politicas fra‑ cassadas do governo, os cortes exagerados de salários, o aumen‑ to de trabalho é um absurdo.

‑ O que pensa do ministro da educação?

‑ Ele devia ter bom senso e demitir‑se porque isto é realmen‑ te uma vergonha.

‑ Que conselhos dava ao ministro?

‑ Sinceramente não sei se vale a pena... Não sei se vale a pena porque... Porque ele não dá ouvidos ao país e só nos afunda ain‑ da mais neste poço sem fundo. Estamos a caminhar todos para o desemprego com essas politicas e o pior é que mais uns anos estarão a governar sem trabalhadores o que será um calamidade total, o que estão a fazer é um inferno nas vidas de quem se for‑ mou e defende com toda alma a sua profissão.

"Palavras revoltadas dos professores que vêem de todos os cantos do país para juntar‑se aqui em Lisboa, cada cartaz re‑ trata aquilo que têm passado e prometem não baixar os braços diante dessas leis impostas pelo governo, acompanhamos uma caminhada silenciosa, com imagens que diziam e passo a citar alguns"


"Que se lixe a troika" " queremos o nosso país" "estão a ma‑ tar a edução do país" ou " Senhor primeiro ministro, por favor demita‑se"

De repente abriu‑se uma chuva de manifestações mais exaus‑ tadas levando consigo uma centena de pessoas entuiasmadas que aproveitando‑se da confusão atearam fogo em algumas bandeiras e cartazes do governo gerando o panico total entre as avenidas repletas de professores. O alvoroço chamou a interven‑ ção policial e se alastrou por vários grupos escandalizados com os gases pimenta lançados pela tropa de choque. Uma fumaça escondia alguns rostos que eram surpreendidos com a violência policial e Maria estava perdida naquele circulo de fogo inconso‑ lável gritando desalmadamente enquanto alguns metiam‑se em fuga.

Passou o tropel dos cavalos arrastando alguns rebeldes e inocentes que se metiam no caminho e num desses movimentos violentos Maria viu‑se arrastada e agredida por um policia que a empurrou fazendo‑a tombar violentamente no chão enquanto os outros professores choramingavam e metiam‑se em fuga. Estava ensanguentada e não sabia o que fazer. Estava perdida. Alucinada no meio de tanta confusão.

‑ Está tudo bem com você?

Maria olhou enfeitiçada por aqueles olhos de gato de Daniel Cortez e suspirou com a sua aparição.

o assassino de corações - Falsa SubmissãoOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz